Evento-teste: festa na Barra tem aglomeração e desobrigação do uso de máscaras; especialistas divergem

Evento, autorizado pela Prefeitura, aconteceu no último sábado (09/10); cerca de 4 mil pessoas participaram, e especialistas não chegam a consenso sobre validade do teste

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Público presente na Festa Esbórnia em 09 de outubro de 2021
Público presente na Festa Esbórnia em 09 de outubro de 2021 - Foto: Reprodução/Internet

No último sábado (09/10), o Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, recebeu a festa de música eletrônica ”Esbórnia”, que funcionou como um evento-teste da Prefeitura da capital fluminense em relação à possível propagação do Coronavírus.

Ao todo, foi autorizado que até 4 mil pessoas estivessem no local, e todos deviam apresentar teste negativo para Covid-19 e o comprovante de vacinação. Não havia obrigatoriedade do uso de máscaras.

Isso, no entanto, gerou opiniões divergentes de alguns especialistas. Em entrevista ao programa ”Bom Dia Rio”, da ”TV Globo”, Margareth Dalcomo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirmou que, embora seja realmente necessário testar a propagação do vírus, a quantidade de pessoas liberadas para estar no evento é elevada, tornando-se perigosa.

”Não me parece plausível que 4 mil pessoas jovens, sem máscara, tenham sido checadas em relação ao ‘passaporte de vacina’ e, eventualmente, até com teste de Covid. Mas, ainda que isso tenha ocorrido, sabemos que esses testes rápidos, feitos na hora, apresentam uma sensibilidade que deixa muito a desejar. Eu considero que essas aglomerações ainda são muito perigosas”, disse.

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Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado Rio de Janeiro (Sierj), por sua vez, opinou que a festa é válida, já que as pessoas presentes serão monitoradas visando a análise de dados de contágio pós-evento.

”As pessoas serão rastreadas após o evento para detectar ou não o aparecimento de Covid. Espero que sejam rastreadas não só elas, como as pessoas que forem eventuais contatos nos próximos 15 dias, pois essas pessoas também podem levar a doença para alguém. Então, eu acho que é um teste que vale a pena”, afirmou.

Já Marcos Junqueira do Lago, infectologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, explicou que é importante que se faça também um monitoramento dos dados gerais da cidade. ”Penso que o monitoramento epidemiológico através do número de casos novos, número de mortes e números de internações em UTI nos dará o norte de quando poderemos liberar a volta à vida normal”, disse.

O que diz a Prefeitura

Por meio de nota oficial, a Prefeitura do Rio argumentou que tudo que é exigido para que um evento-teste seja realizado é de responsabilidade dos organizadores e, se for constatado que as regras não foram cumpridas, os donos do mesmo podem ser multados.

Já a Secretaria Municipal de Saúde informou que acompanhará todas as pessoas presentes na festa durante duas semanas, para monitorar se o vírus foi ou não disseminado.

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5 COMENTÁRIOS

  1. A prefeitura é muito hipócrita! Finge estar preocupada com saúde, cria a titica do passaporte que não ajuda ninguém e depois cria esse evento aí que certamente não melhora a situação do coronavírus.

    A prefeitura é quem tem que decidir: ela tira a máscara e para de se portar como preocupada com nossa saúde. Ou ela põe a máscara e não inventa moda com eventos como esse e carnaval.

    Fazer as duas coisas não dá!

  2. Exige caderneta de vacinação e libera festa..Quem fez o controle disso? Se pode festa, então pode voltar às aulas e ao trabalho normalmente. Bancos, judiciário e outros órgãos podem voltar ao normal. Essa prefeitura faz todo.mundo de.palhaço, ou o organizador da festa é amigo de alguém da prefeitura. Vamos pesquisar?

  3. Incrível. Como a prefeitura brinca com a população. Obriga caderneta e libera festa para 4000 mil pessoas. Quem irá monitorar tudo isso e, os possíveis contatos após a festa. Peguem seus narizes de palhaço ?, pq é o que viramos.

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