Ex-motorista que ficou preso na Rússia é chamado para desfilar na Beija-Flor em 2022

Torcedor da Escola de Samba, Robson Nascimento de Oliveira ficou preso durante dois anos no país europeu; ele foi condenado injustamente por tráfico internacional de drogas

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Robson foi recebido por Selminha e Claudinho Sorriso na quadra Foto: Domingos Peixoto / domingos peixoto

A Beija-Flor de Nilópolis chamou o ex-motorista do jogador de futebol Fernando (ex-seleção brasileira), Robson Nascimento de Oliveira, para desfilar na Marquês de Sapucaí em 2022. A Escola de Samba vai apresentar o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”.

Robson voltou ao Brasil após passar mais de dois anos presos na Rússia, condenado por tráfico internacional de drogas. Sem saber, ele levou para o sogro do atleta, numa mala, a pedido da família, remédios proibidos no país europeu. O ex-motista foi chamado para desfilar na ala resistência, representando a força e perseverança dos povos negros na história. A notícia foi publicada inicialmente no jornal Extra.

O convite foi feito pelo presidente da escola Almir Reis. Primeiro negro a ocupar o cargo, ele já acompanhava o drama vivido por Robson nos últimos anos por meio das reportagens feitas sobre o caso. Ao ver a primeira entrevista dele após o retorno, neste mês, ao Brasil — em que declarou ser torcedor da escola de samba de Nilópolis e ter o sonho em desfilar —, o mandatário entrou em contato com o motorista, que foi conhecer a quadra da escola e se emocionou.

“Eu sempre brinquei com os meus filhos que a minha vida só iria estar completa depois que eu desfilasse pela Beija-Flor e agora terei essa oportunidade e estou muito feliz. Todo esse carinho e apoio que eu estou recebendo está fazendo muito bem depois desses dois anos que eu perdi. Da maneira que foi, o que houve comigo acabou virando um exemplo de várias coisas, não só de resistência, mas de como tratam as pessoas de classes sociais inferiores, de abandono”, disse Robson, que mora em Nova Iguaçu.

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Na quadra da Beija-Flor, ele foi recebido pela porta-bandeira Selminha Sorriso e o mestre-sala Claudinho. Selminha contou ter acompanhado o drama vivido pelo motorista e se emocionado após a notícia de sua libertação e retorno ao Brasil. A porta-bandeira acredita que a participação de Robson no desfile é fundamental para chamar a atenção para o caso dele e de outras pessoas que passam por situações de injustiça pelo mundo:

“Tem tudo a ver com o nosso enredo, que clama pela justiça, que vai mostrar a voz do povo, que somos todos iguais e merecemos respeito. Há muitos Robsons no mundo sofrendo injustiças”.

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