Explode coração: as emoções vividas na Marquês de Sapucaí

Seja emoção, alegrias ou imprevistos, uma mistura de sentimentos atinge os amantes de Carnaval em dias de desfile

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Imagem apenas ilustrativa | Foto: Divulgação/Riotur

Explode coração, na maior felicidade“. O samba enredo é do Salgueiro, mas representa o sentimento de todas as Escolas de Samba e de todos os apaixonados por Carnaval ao ver o espetáculo acontecendo na Marquês da Sapucaí. A mistura de sentimentos pode ser definida através dos muitos relatos emocionados de quem já esteve presente nos desfiles, seja assistindo ou atravessando a Avenida.

Andressa Fonseca, de 27 anos, é apaixonada por Carnaval e conta que um de seus momentos mais marcantes na Marquês de Sapucaí foi exatamente sua primeira vez lá: “Sempre assisti os desfiles pela televisão. Por mais que eu ame desde sempre, achava que era um mundo distante estar ali assistindo de perto, “ao vivo”, então sempre adiava, ano após ano, assistir os desfiles diretamente de lá… Mas costumo dizer que quando eu consegui assistir um desfile na Marquês, eu assisti desfilando (risos)! Foi a minha primeira vez na passarela do samba, em 2019, no carro abre alas da Unidos da Ponte de São João de Meriti, escola de samba da cidade onde fui criada e ainda resido, a minha comunidade… Uma dupla emoção! Continuo na agremiação, mas agora como passista!“, contou.

Nesse dia choveu tanto, mas tanto, de dar medo… Ficamos muito apreensivos, mas na primeira pausa de chuva, a escola foi pra avenida, o carnaval foi feito, pude enxergar o quanto a comunidade é forte… Me emocionei muito“, lembrou.

Andressa destacou também outra lembrança emocionante: a volta dos ensaios técnicos, neste ano mesmo.

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Ficar sem a nossa festa popular, mesmo isso se fazendo necessário por todo o momento de tempestade que mundialmente vivemos, foi muito triste. O carnaval é o sorriso em meio ao caos, é a recuperação do fôlego, é história, é cultura. Como ficamos sem isso? Carnaval é o sustento de famílias e muitas delas passaram por necessidades. Então foi muito triste e angustiante por esses e muitos outros motivos. […] Pisar de novo na Marquês depois de anos, foi muito emocionante, marcou. Ver os colegas de ala chorando de felicidade marcou. Só entende quem faz parte“, contou.

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Andressa Fonseca | Foto: Arquivo pessoal

Tânia Teixeira é mais um caso de alguém que viveu de perto as emoções do Carnaval. Ela conta que foi a realização de um sonho poder fazer parte dessa festa que, antes, ela só podia, desde criança ver pela TV: “a minha maior lembrança é ver todo mundo fazendo aquele espetáculo, estar fazendo parte dele e receber dos espectadores olhar de admiração e deslumbramento“.

E, no caso de Tânia, a paixão passou de mãe para filha. Melissa Teixeira compartilha da mesma paixão pela Grande Rio, escola de samba do coração de ambas: “A primeira vez assistindo o desfile na arquibancada foi emocionante por ver todo aquele espetáculo que eu só acompanhava pela televisão e todo o empenho das escolas de samba para apresentar todo o trabalho feito. É incrível“.

Para Beatriz Alves, que também acompanha anualmente os desfiles, passar 2 anos sem o espetáculo só aumentou as expectativas para 2022: “por mais que fosse extremamente compreensível e necessário, foi muito sem graça ficar 2 anos sem assistir a um desfile. Mas serviu como um esquenta… esse ano as escolas estão numa vibe de abstinência carnavalesca que promete só sucesso“.

Gabriela de Souza é passista do Império Serrano e da Unidos da Ponte. Ela está envolvida no mundo do carnaval desde muito nova, quando iniciou na Ala das passistas mirim com 6 anos em uma escola de bairro que desfilava em Nova Iguaçu, a “Gres palmeirinha”.

Com tanto tempo envolvida com o samba, ela possui uma memória marcante de quando desfilou mesmo com um temporal: “no desfile de 2019 da “Unidos da Ponte” desfilamos embaixo de um enorme temporal a ponto de ter que esperar a Sapucaí esvaziar… a emoção era tão grande que o choro era de felicidade e desespero. A força da comunidade foi o que deixou a agremiação permanecer no grupo de acesso. E é esse o significado de comunidade! Entre a vontade de desistir e o amor pelo samba, o amor prevaleceu, o esforço feito durante todo o ano e a para a preparação. Com isso tivemos um desfile inesquecível“.

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Gabriela de Souza | Foto: Arquivo pessoal

O Carnaval carioca também proporciona histórias marcantes e curiosas. É o caso do diretor de redação do DIÁRIO DO RIO, Felipe Lucena, que emendou um dia de blocos nos desfiles e quase não chegou a tempo: “eu saí de um dia inteiro nos blocos de rua, tinha desfilado no dia anterior, ou seja, estava virado. Aí fui encontrar meu irmão para desfilarmos. Era desfile do grupo de acesso, pela Curicica. Só que eu estava imundo e de fantasia de bloco (risos). Pedi ao meu irmão para levar minha fantasia para desfilar, para eu trocar lá. Só que demorei e ia perder a hora… Quando cheguei lá, meu irmão estava com raiva, me esperando, com medo de perder o desfile. Fui para um banheiro químico pra trocar de roupa. A fila estava gigante. Mas o pessoal viu meu desespero e me deixou ir na frente. No final, deu tudo certo“, relembrou.

Rodrigo Branco é jornalista e cobre o Carnaval desde 2018. Porém, estar a trabalho não impediu que ele se emocionasse: “duas experiências muito emocionantes e recentes foram os desfiles do Tuiuti, em 2018, e da Mangueira, em 2019. Os dois sambas são hinos que marcarão pra sempre a história do Carnaval. Tive dificuldade em conter as lágrimas, mesmo trabalhando“.

E nem sempre é fácil estar na avenida. Anna Carolina Alves ama o samba desde pequena, chorou de emoção a primeira vez que assistiu um desfile pessoalmente na Sapucaí, e foi pega de surpresa por imprevistos em seu último desfile:

A última vez que desfilei abriu uma bolha no meu pé e meu salto quebrou. Na hora, eu ia desistir de desfilar, mas as pessoas do meu lado não deixaram eu desistir e ficaram comigo o desfile todo. Foi emocionante“, relatou.

Anna Carolina acredita que esse será o ano mais emocionante de quem desfilar, depois de tanto tempo sem Carnaval. E após toda essa espera, finalmente as escolas de samba estão voltando à avenida, explodindo o coração dos amantes do samba de tanta felicidade por estar de volta.

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