O imenso lojão do Edifício Veneza, quase na esquina da rua República do Peru, em plena praia mais famosa do Brasil, com endereço pela Avenida Atlântica 1910, é um dos maiores ícones da boemia carioca. Ali funcionou durante décadas a famosíssima boate e Bar e Restaurante Bolero, freqüentada pela elite da boemia desde os anos 50 até o final da década de 70, palco de diversas e homéricas confusões do folclórico “clube dos cafajestes“.
O imóvel, com quase 500 metros quadrados, e mais o uso licenciado da imensa calçada da nossa avenida mais turística, foi um dos maiores símbolos da alegria e da carioquice, mesmo após o fim do badalado Bolero, cuja boate escura iluminada apenas pelo piso animava as noites cariocas. A decadência do Bolero veio – como parece ocorrer com toda boate – e ele acabou se tornando uma espécie de antecessora da Help (nos seus piores momentos). Mas a história do imóvel, que estava à venda desde o fechamento do badalado Café del Mar, que bombou e durou muito pouco tempo, foi marcada por diversos outros ícones do entretenimento que ocuparam o imóvel, como foi o caso do Top Beer, que durou muitos anos e antecedeu o Café.
“Temos muito orgulho de ter finalizado esta venda, e de virtualmente devolver este imóvel tão emblemático para a população de Copacabana, que em pouco tempo verá sua ocupação por atividade compatível com a história e a vocação turística do nosso bairro“, disse ao DIÁRIO o diretor regional da Filial de Copacabana da Sergio Castro Imóveis, André Cyranka. Segundo ele, o imóvel esteve à venda por mais de 10 anos, e pertencia a uma família. O imóvel foi vendido por cerca de 6 milhões de reais. Cyranka está otimista com o mercado do bairro: “Detectamos a necessidade de trazer nossa expertise em grandes pontos comerciais para o bairro, e já obtivemos frutos antes mesmo da inauguração da filial“.
Copacabana tem visto uma grande movimentação em seu mercado imobiliário. Recentemente, uma nova loja da Borelli abriu na Galeria Menescal, atraindo atenção de todos os passantes com sua fachada de mármore travertino romano. Recentemente o DIÁRIO publicou matéria tratando da ocupação recente de mais de 30 lojas comerciais no bairro, que, todavia, ainda luta contra os problemas incessantes com a desordem, população de rua e o caos provocado por certos bares em áreas residenciais.
Para saber mais sobre o velho Bolero, recomenda-se visitar este texto do blog “Saudades do Rio”.