Felipe Lucena: esquerdas não se uniram, mas também não se atacaram no Rio

Apesar de disputarem votos próximos, candidaturas desse campo político na eleição do Rio estão em tom de máximo respeito

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A tão falada união das esquerdas do Rio de Janeiro não aconteceu nesta eleição municipal de 2020. Citada como motivo para retiradas de possíveis candidaturas, como a de Marcelo freixo (PSOL) e Alessandro Molon (PSB), a unidade deste campo político não se deu em torno nem de Benedita da Silva (PT), Martha Rocha (PDT) e Renata Souza (POSL). Contudo, neste pleito eleitoral, em momento algum, essas candidaturas se atacaram.

Diferentemente da disputa nacional no campo das esquerdas brasileiras que tem, atualmente, Ciro Gomes de um lado e Lula do outro, muitas vezes se atacando de forma mais inflamada (embora tenham baixado o tom após um encontro que aconteceu em setembro deste ano), aqui no Rio foi tudo na paz e no amor.

Um exemplo prático se deu na tarde deste sábado, 14/11, na véspera da eleição.  A carreata de Benedita da Silva (PT) passou por Martha Rocha (PDT) e seu vice Anderson Quack (PSB) e todos se cumprimentaram numa boa, com acenos. Quack cehgou até a dar um soquinho (o aperto de mão dos tempos de pandemia) na mão de um membro da comitiva de Benedita.

Apesar de as duas candidatas disputarem eleitores parecidos, ideologicamente falando, e estarem próximas nas pesquisas, em momento algum uma candidatura atacou a outra.

As militâncias, alguns membros dos partidos e outros formadores de opinião que tendem mais para um lado que para o outro até trocaram farpas, mas as chapas de esquerda para essa eleição municipal no Rio não brigaram.

Quando surgiram notícias de que Benedita poderia apoiar Martha Rocha, retirando sua candidatura, Martha afirmou que não sabia de nada, que o apoio seria aceito com felicidade e que respeitava muito a trajetória política de Bené.

Benedita, sempre que questionada sobre, se refere com respeito e palavras de afeto não só sobre Martha, mas também à Renata Souza, que, por sua vez, também fala em tom ameno e sereno quando comenta as duas adversárias nesta eleição.

Esse cenário de respeito pleno e mútuo na campanha não é tão comum assim. Para citar um exemplo só e bastante emblemático, lembremos dos intensos debates entre Brizola e petistas. Embora tenha composto uma chapa com Lula em 1998, Leonel sempre foi duro com o PT, que também não deixava barato.

A falta de unidade nas esquerdas é muito comum na política. No Brasil e no mundo. Neste campo ideológico são muitas correntes, o que gera normais divergências.  O que, evidentemente, não precisa se transformar em ataques agressivos, rasteiros e baixos, como a eleição do Rio de Janeiro vem mostrando.

A falta de unidade pode repartir os votos e deixar de fora do segundo turno uma candidatura de esquerda. Nesse caso, fica a lição e fica para a próxima. Todavia, considerando o estilo das candidaturas desse campo nessa eleição, a esperada união pode vir no segundo turno, caso Benedita ou Martha Rocha cheguem lá. Veremos.

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