Existem situações que a gente nunca, nunca mesmo, deve se acostumar. Uma delas é viver em um lugar onde o modelo de segurança pública leva pessoas, quase sempre, para a morte. Sobretudo pessoas pretas, pobres, faveladas, periféricas. Já disse isso aqui em outros artigos, lives, comentários, mas não dá para parar de falar: esse modelo de segurança adotado no Rio de Janeiro está fadado ao fracasso. Fracasso este banhado de sangue e mortes.
Aos 24 anos de idade, Kathlen Romeu, grávida, morreu. Ela foi baleada enquanto acontecia um tiroteio entre policiais e traficantes, no Complexo do Lins. Kathlen não foi a única e se as coisas seguirem como estão, com esse modelo que prioriza o confronto e não a inteligência, a investigação e tecnologia nas forças de segurança pública, não será a última. Infelizmente. Um relatório recente da plataforma Fogo Cruzado aponta que quase 700 mulheres foram baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro entre 2017 e 2021. Deste total, 258 morreram.
Além das mulheres grávidas, o número de crianças baleadas também é inaceitável. Ainda que fosse somente uma, seria igualmente inaceitável. Também segundo dados da plataforma Fogo Cruzado, 100 crianças foram baleadas nos últimos cinco anos no Rio de Janeiro. Um terço das vítimas foi atingida durante ação ou operação policial e seis em cada 10 levaram tiro na capital do estado. São João Pedros, Ágathas e muitos outros.
Para quem argumenta “mas também morreram traficantes, milicianos”. Eu respondo: agentes da segurança pública igualmente foram vítimas disso tudo. E nada mudou. A violência estrutural, generalizada que vivemos (e morremos) no Rio de Janeiro segue a mesma e até piora. Está mais que provado que esse modelo de segurança pública baseado quase que exclusivamente na lógica do confronto aplicado no Rio de Janeiro há algumas décadas não funciona. Caso funcionasse já seríamos uma Dinamarca.
Para termos ideia, em setembro do ano passado, o Rio de Janeiro, ainda governado por Wilson Witzel, havia investido pífios R$ 1.800 na inteligência policial. Isso desde janeiro de 2019, momento em que Witzel assumiu o estado do Rio. O mesmo Witzel que foi eleito com um discurso moralista para a segurança pública. Lembram do “tiro na cabecinha” de criminoso? Talvez o ex-governador, acusado de corrupção na saúde durante a pandemia, tenha esquecido desse papo. Esses dados foram obtidos pela TV Band e ainda apontam que a previsão de gasto na área em 2020 era de mais de R$ 6 milhões. Cláudio Castro, atual governador, não deu nenhum indicativo de que quer um modelo de segurança pública diferente desse. Muito pelo contrário, inclusive.
Existem muitas maneiras de coibir a atuação de traficantes e milicianos. Outros países fizeram. E essas ações passam por inteligência, tecnologia, investigação, sufocar as fontes de renda dessas facções, impedir que eles tenham acesso tão fácil às armas e drogas, reformas estruturais nos locais onde eles atuam, com educação, saneamento, moradia, comida na mesa, emprego, renda para a população local. Tudo isso é, também, segurança pública. Sabemos que nada disso vem sendo feito. Nem de longe. Enquanto isso, pagamos caro com vidas. Muitas vidas.
Sem guerra, não se precisa de exército.
Sem crime não se precisa de polícia ostensiva.
Mas, há guerra, há crime e há, principalmente LUCRO.
O lucro do tráfico e o super lucro do combate ao tráfico.
Mas, em contrapartida, há também, TOTAL PERMISSIVIDADE QUANTO AO CONSUMO DE DROGAS…
O comércio da droga movimentou R$ 12 BILHÕES em 2020.
O combate à droga, somado aos empreendimentos de segurança (companhias de seguro, empresas privadas de segurança, blindagem de carros, sistemas eletrônicos de segurança, etc.) somaram incríveis R$ 118 BILHÕES…
Isto é ou não é um GRANDE NEGÓCIO??????
São bilhões de reais do bolso do contribuinte, apenas para satisfazer esta vasta e lucrativa indústria da droga.
Ao povo, o contribuinte, resta apenas caminhar neste inseguro CORREDOR POLONÊS, formado pelos bandidos dos morros de um lado e pelo governo inepto do outro…
A força repressiva, a não ser que haja tolerância zero, pena de morte e suas consequências tendenciosas, NÃO ELIMINA O PROBLEMA DO TRÁFICO, NEM TRAZ SEGURANÇA À POPULAÇÃO.
1. A estrutura policial DEVE MUDAR O FOCO DE ORDEM PÚBLICA PARA SEGURANÇA DA POPULAÇÃO.
2. A estrutura policial NÃO PODE AGIR ISOLADAMENTE DAS OUTRAS SECRETARIAS DE GOVERNO.
3. Os governos federal, estadual e municipal devem partilhar UNÍSSONOS de um programa orquestrado para decidir a favor da SEGURANÇA DO POVO.
4. Porém antes, o país precisa se tornar apto educacional, financeira, econômica e socialmente para combater a miséria e fornecer meios para o desenvolvimento do povo, pois não há país desenvolvido sem um povo evoluído.
5. O país precisa dos Três Poderes com o mesmo objetivo de evoluir o povo, em vez de gastar bilhões de reais com a disputa mexeriquenta e infantil entre seus representantes, mais sedentos pelo poder do que atentos aos interesses da nação.
Assim como está, todos os DONOS DO PODER LUCRAM, os bandidos LUCRAM, as empresas de seguro e segurança LUCRAM, enquanto O POVO PAGA TRIBUTOS SOMENTE PARA SER HUMILHADO.
6. Caso não haja CONSENSO POLÍTICO quanto ao assunto por parte dos líderes do país, não há outra solução do que se discutir MUNDIALMENTE A LIBERAÇÃO DE TODAS AS DROGAS e acabar logo com a hipocrisia de CRIAR INSEGURANÇA PARA VENDER SEGURANÇA.
Que guerra???
Contra uma coisa (drogas)????
Desculpa, isso non ecziste – como diria Padre Quevedo.
Se tem um guerra é contra pessoas…
Mas cada uma dessas pessoas tem um história que levou para aquela vida.
A Política de Segurança Pública realmente producente considera aspectos da criminologia, da sociologia, não apenas do direito penal, vigiar e punir… Quem se serve deste último exclusivamente é a Política de Segurança Pública a serviço das elites – no controle da pobreza, da massa.
Polícia de ciclo completo, pesquisem e leiam sobre isso, é o que falta ao Brasil para deslanchar a segurança pública. De resto, muito mimimi, nunca vi tantos jornalistas darem palpites e opiniões em tudo, além de médicos expecialistas em covid agora são especialistas em segurança pública, a polícia só existe porque existem criminosos, e só existem traficantes graças aos playboys que fumam maconha e cocaína, simples assim, parem que consumir drogas que os traficantes vão tem que mudar de ramo. E temos um MP que defende traficantes. Temos um judiciário que liberta bandidos perigosos, todos os partidos de esquerda votam contra quando querem aumentar as penas dos crimes, eles também são culpados da situação. O STF é um antro de rábulas que decidem coisas fora de sua competência em seus gabinetes confortáveis dentro de palácios de marfim, são completamente descolados da realidade. A maioria dos favelados que morrem foram assassinados pelos bandidos, essa falácia de que a polícia “entrou atirando pra matar” é pura invenção para ganhar indenização do estado, não existe isso, os traficantes quando vêem a chegada da polícia atiram nos moradores para dificultar a entrada da tropa, pois os policiais são obrigados a parar e prestar socorro, essa é que é a verdade, o resto é basófia.
MP que defende traficantes… Essa é boa.
Não sabe de nada, inocente!!!
Muitos “doutos” falam de segurança pública, na realidade com conhecimento de “sala de aula”, não sabem nem querem entender a verdadeira realidade da “raiz” do problema. Um dos exemplos : Enquanto “chefe” de Polícia Civil e comandante de PM, forem nomeados por governadores, nada vai mudar, as polícias sempre serão “instrumento” de interesses políticos, regionais e partidários….
Veja um exemplo de ação planejada de inteligência.
https://amp.dw.com/pt-br/centenas-de-criminosos-s%C3%A3o-detidos-ap%C3%B3s-usarem-app-do-fbi/a-57814413
Polícias de 17 países participaram da operação que resultou em centenas (mais de 800) de criminosos detidos após usarem app que FBI criou para atraí-los.
100% concordo contigo, Lucena!!
Mas eles não querem mexer na política de segurança pública.
Querem que achemos que fazem segurança pública.
Que achemos serem ações planejadas…
Matando inocentes ou executando sem processo.
Querem que a roda continue girando no mesmo sentido. Dos agentes (podres) políticos e dos órgãos da segurança que estão nos cargos superiores com os mesmos privilégios somente possível numa realidade cruel.
Os agentes da segurança pública sem poderes de comando na linha de frente, praticando e sofrendo violência, matando e morrendo, mas o arrego ou acerto, colocando para dentro.
Prezado DANICO, nenhuma ação policial é planejada para matar inocentes, isso é uma falácia, não repita o que essa mídia podre costuma espalhar, não conheço ninguém esclarecido que acredita nessas mentirinhas do tipo “eles entraram atirando pra matar”, nenhum policial faz isso, eles são recebidos à bala nas favelas, essa é que é a verdade, quem mata sem o devido processo legal, quem mata sem motivo, quem mata para alcançar o poder por medo é o traficante, não adianta querer exorcizar a polícia e glorificar os traficantes, quando você precisar de ajuda vai chamar quem? Se sua casa for assaltada você vai querer que eles cheguem bem rápido e com bastante armas, não é? Traficantes destroem famílias, destroçam a pessoa com vício, tiram crianças da escola, matam garotas adolescentes por prazer, a polícia tem que eliminar essas ameaças , é o que estão fazendo , quem defende bandido é bandido também, ou consumidor de drogas, a polícia tem que ser apoiada pela sociedade, mas infelizmente o trabalho deles nesse favelão que se transformou o Rio é extremamente complicado, morro é o lugar ideal para traficante, quem defende favela também defende traficante.
Você nunca assistiu a uma ação acompanhada por jornalismo de rua como no cidade alerta???
Onde vemos policiais que para passarem de um lado ao outro do beco atiram como se fosse num fronte de batalha???
Aquela rajada vai parar onde??
Se isso é feito diante das câmeras, o que se faz sem a presença delas…
Eu não repito o que a mídia diz… Eu falo por minha capacidade de observação da realidade.
Traficantes destroem pessoas com o vício… fala como se drogas fosse exclusividade do Brasil e que temos que reservar vagas nas cadeias para um problema mais social e de saúde considerando o bem jurídico atingido.
Nenhum outro país do mundo desenvolvido que enfrenta o problema das drogas tem política de segurança pública como do Brasil.