Fernanda Dias: Ser cringe, jejum intermitente e o ciclo circadiano

O mundo realmente está mudando muito, mas o nosso ritmo circadiano não

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O que é cringe? Quem são os cringes? Isso é cringe! Esse foi o assunto do momento nas últimas semanas. Um duelo de gerações, em que a geração Z (os adolescentes da atualidade) ditam o que é vergonhoso, cafona, brega, ridículo, etc.. Ou seja, os millenials, a geração Y anterior a eles, são cringes.

Existe uma lista com itens, roupas, seriados, atitudes, dentre outras coisas, que nos tornam cringes perante a essa galera mais jovem. E uma delas me chamou muito a atenção a ponto de virar tema da coluna dessa semana.

Tomar café da manhã virou ultrapassado. Como assim? Fiquei chocada inicialmente com esse tópico na lista de coisas fora de modados dias atuais e que não fazem parte da rotina dos adolescentes.

O relógio biológico é o mecanismo pelo qual os processos fisiológicos são comandados no período de 24 horas, para que nosso corpo consiga acordar, sentir fome, estar ativo, ficar com sono, e assim por diante.A geração Z já nasceu no mundo tecnológico, acelerado e hiper estimulado. O novo normal é o ritmo do dia e da noite estar totalmente invertido. Pessoas jantando cada vez mais tarde, dormindo cada vez menos e comendo cada vez mais. Será que é exatamente por isso que estamos vivendo uma epidemia de obesidade, estresse crônico, doenças cardíacas, câncer, ansiedade e depressão?

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O mundo realmente está mudando muito, mas o nosso ritmo circadiano não.

Existe uma relação direta da mudançade estilo de vida das atividadesdiurnas para padrões noturnos e o desequilíbrio do organismo. O corpo humano é uma máquina perfeita, com um ritmo biológico natural, que é influenciado pela luz do dia e doanoitecer. Essas interferências alteram nosso nível de energia, o metabolismo digestivo, a produção hormonal e a necessidade de descanso.

Pessoas desconectadas de si mesmas não percebem os sinais que o corpo dá, e passam a desrespeitar totalmente o seu ciclo circadiano. Relembrando os primórdios, fomos programados para acordar cedo, comer bem durante o dia, pois esse é o momento de maior capacidade digestiva e de maior gasto energético, jantar uma comida mais leve à noite e dormir cedo. 

Agora está entendido porque a geração Z abomina o café da manhã. O seu ciclo circadiano virou do avesso. Só esqueceram de avisar para eles que o nosso corpo não evoluiu na mesma velocidade da tecnologia do mundo de hoje. O ritmo biológico ainda responde aos mesmos estímulos ultrapassados dos tempos antigos. Vale a reflexão para onde estamos caminhando com nossa saúde!

O jejum intermitente veio para consagrar o fato de que café da manhã é desnecessário e totalmente dispensável nos dias corridos do mundo moderno. A prática tem ganhado cada vez mais adeptos que pulam o desjejum, comem rápido na hora do almoço e fazem um jantar bem farto, eo mais tarde possível, para aguentar ficar até o horário do almoço do dia seguinte sem comer.

Pensando em prosperar a saúde e respeitar o relógio biológico interno do corpo, não é recomendado comer grandes quantidades de comida à noite e nem muito tarde. O corpo não desliga enquanto ainda está fazendo a digestão, portanto, seu sono será prejudicado. O ideal é fazer um jantar mais leve e se alimentar pelo menos 2 horas antes de se deitar.

Praticar o jejum intermitente tem inúmeros benefícios para a saúde se executado da forma correta respeitando o ciclo circadiano. Aproveitar uma boa noite de sono, usando justamente o descanso noturno, como o maior período em estado não alimentado. Quanto menor o gasto energético, menor a necessidade de alimentação.

A melhor estratégia para otimizar o potencial terapêutico do jejum intermitente é jantar o mais cedo possível, e quebrar o jejum com um excelente café da manhã, saudável e muito nutritivo.

Seja cringe com orgulho!

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1 COMENTÁRIO

  1. Um sopro de bom senso. Infelizmente não vejo esperança pra mudança de comportamento. E não duvido que em um futuro não tão distante os planos de saúde darão pontos as pessoas pela qualidade de vida. Como o SUS vai suportar tnto descaso com a própria saúde?

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