A 23ª. edição do festival de documentários “É Tudo Verdade”, um dos mais importantes eventos do gênero do mundo, acontece entre os dias 12 e 22 de abril, no Rio de Janeiro e São Paulo. Com participação recorde de documentaristas brasileiros, os destaques deste ano ficam por conta das produções nacionais e dos temas ligados aos direitos humanos.
A edição de 2018 será um pouco menor, pois não contará com patrocinadores como a Petrobras e o BNDES, tendo que trabalhar com cerca de dois terços da arrecadação prevista. Mesmo assim, o É Tudo Verdade tem incentivo de fortes instituições voltadas à cultura como o Sesc e o Itaú Cultural. “O evento está um pouco menor, mas não menos vigoroso, e com uma safra brasileira particularmente muito forte.”, afirmou o fundador e diretor do festival Amir Labaki, durante o lançamento do evento à imprensa.
Serão exibidos mais de 50 títulos inéditos no Brasil, nacionais e estrangeiros. Entre os brasileiros destacam-se produções sobre o impeachment de Dilma Rousseff, o compositor Adoniran Barbosa e os índios da tribo amazônica Pater Saruí.
Na capital carioca, a abertura do festival acontece no dia 12 de abril, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM). O filme estreante será “Carvana”, de Lulu Corrêa, documentário sobre os 60 anos do ator carioca Hugo Carvana (1937-2014). A produção foi baseada em entrevistas feitas desde os anos 1960 até as últimas declarações do artista.
Já em São Paulo, o filme “Adoniran – Meu Nome é João Rubinato”, de Pedro Serrano, é o primeiro da mostra e poderá ser visto no dia 11 de abril, no Auditório Ibirapuera. O documentário relata a vida e a obra do compositor paulista Adoniran Barbosa (1910-1982). A película reúne imagens de arquivo e depoimentos de familiares e amigos do sambista.
Outro documentário bastante esperado é “O Processo”, de Maria Augusta Ramos. O longa foi aclamado no Festival de Berlim 2018, onde ficou em terceiro lugar entre os documentários da Mostra Panorama, principal mostra paralela do festival. A produção revela os bastidores inéditos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O brasileiro “Ex-Pajé” também recebeu menção especial de melhor documentário. Vale citar que apenas dois filmes latino-americanos foram premiados em Berlim: Museo, do México, ganhou o troféu de Melhor Roteiro; e Las Herederas, do Paraguai, levou o prêmio de Melhor Atriz.
A norte-americana Pamela Yates (“Granito: How to Nail a Dictator”), documentarista e ativista de direitos humanos nos Estados Unidos e América Latina, será a grande homenageada deste ano. A diretora também participa de debates no Rio (14/4) e em São Paulo (18/04).
O Festival é totalmente gratuito. Maiores detalhes e a programação completa pode ser conferida no site oficial do evento: etudoverdade.com.br