Papo de Talarico: Aquela velha roupa colorida

O passado não serve mais, as coisas mudam,e não há o que fazer

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Velha Roupa Colorida
divulgação

Estreia nacional, vi o longa Velha Roupa Colorida, do diretor Gabriel Alvim. Foi uma grata surpresa. Na trama, um homem de 30 anos retorna do exterior após uma estadia frustrada para retomar seu antigo trabalho e as amizades. Mas o tempo, o tempo não para. As promessas de outrora não servem de mais nada. A distância desfaz amizades, a vida urge e cada um toma um rumo. O filme acaba por mostrar a vida com ela é, usando tons de comédia, num estilo naturalista. O elenco flui fácil, num encaixe crível.

Pude me identificar com muitos dos sentimentos do protagonista, que ficou um tempo fora e volta louco de saudade para reencontrar os amigos. Mas, logicamente, cada um seguiu um caminho e ele perdeu muitos acontecimentos importantes.

Os sonhos da juventude deram lugar ao choque de realidade. As frustrações dominam os semblantes dos personagens. É interessante constatar que de todos os amigos do passado, somente a mulher, Carol, vivida por Louise D’Tuani (atuação firme), realmente evoluiu. No meio do caminho, ainda ocorrem pontuais pinceladas sobre machismo, preconceitos e o mal da depressão. Além disso, corrupção, desonestidade, a fuga através das drogas. Mundo real, né?

Fluência

As coisas mudam, as pessoas mudam. O peso da sociedade e suas pressões criam distúrbios, doenças físicas, mentais e espirituais. Não é fácil. O título do filme é para retratar o passado como uma roupa que não lhe cabe mais, remete àquela clássica música de Belchior. Aliás, um artista de visão única que faz bastante falta.

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Destaque também para a trilha sonora cheia de jovens bandas de rock brasileiras como Agoristas, Rios Voadores, Fernando Freitas, Sara Não Tem Nome, Carne Doce e Caio Falcão e o Bando. As canções comentam e complementam as cenas com perfeição, destilando angústias.

Por fim, o saldo cinematográfico é positivo e o final deixa bem clara uma única coisa: a vida segue. Já eu, digo o seguinte, se a velha roupa colorida já não lhe serve mais, crie uma nova, mais bonita, contudo simples, artesanal, que caia bem. Um uniforme de amor e humildade para superar os transtornos e ser parte da mudança – para melhor.

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