A presença de flanelinhas irregulares continua sendo um problema sem solução nas ruas do Rio de Janeiro, especialmente em regiões com grande circulação de pessoas. De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), mais de 5 mil guardadores não autorizados foram abordados entre 2024 e o primeiro trimestre de 2025. Desse total, 57 foram conduzidos a delegacias, principalmente por prática de extorsão, quando há ameaças ou agressões envolvidas.
Na prática, motoristas têm relatado cobranças abusivas, que podem chegar a R$ 100 na Zona Sul, especialmente quando se trata de turistas. Em bairros como Grumari, Prainha e Recreio dos Bandeirantes, os flanelinhas agem ao lado de guardadores credenciados, portando até maquininhas de cartão para realizar a cobrança. Já em dias de evento no Estádio Nilton Santos e no Maracanã, a atuação se intensifica, com flanelinhas usando coletes semelhantes aos oficiais, inclusive oferecendo vagas em áreas proibidas — o que pode resultar em multas para os motoristas.
O caso da estudante de Direito Bianca Montenegro, de 19 anos, ilustra a gravidade do problema. Em entrevista ao jornal O Globo, ela relatou ter sido ameaçada e agredida por se recusar a pagar R$ 20 a um flanelinha sem identificação na Barra da Tijuca. “Ele disse que tinha tirado foto do meu rosto, do carro e da placa. Falou que eu estava proibida de parar ali, e se voltasse ele me encheria de porrada”, contou a universitária, que registrou o caso na 16ª DP. O agressor chegou a chutar a porta do veículo, que ficou amassada.
Apesar da frequência dos casos, o serviço 1746, canal oficial de reclamações da prefeitura, não possui um campo específico para denúncias de flanelinhas, o que dificulta o registro e o rastreamento das ocorrências. Segundo a Seop, as fiscalizações são feitas em pontos com alto número de denúncias e grande fluxo de pessoas. A pasta reforça que a cobrança só é permitida em locais com placas da CET-Rio que indiquem horário e valor, sendo a tarifa de R$ 2 por período, mediante talões oficiais. Guardadores regulares são vinculados ao sindicato da categoria e devem estar devidamente identificados.
Em nota, a Polícia Militar informou que atua de forma ostensiva nas ruas e, em caso de flagrante, os envolvidos são encaminhados para a delegacia. A recomendação das autoridades é que, em situações de ameaça ou violência, a vítima busque imediatamente uma unidade policial para o registro da ocorrência.
Tem solução, sim. É só começar a fazer desaparecer flanelinha que eles param.