“O Carnaval que Ninguém Vê, O Encanto da Arte Fotográfica na Marquês de Sapucaí”, mostra de Riccardo Giovanni, está em cartaz no Porto Maravalley, na Zona Portuária do Rio de Janeiro até o final do ano. Na exposição, o fotógrafo reúne 66 peças do acervo original, em seis painéis impressos em telas canvas.
As imagens traduzem com rigor o que o projeto busca revelar: os detalhes da maior festa popular do planeta. Maquiagens, a emoção do espetáculo, a respiração antes do primeiro passo na avenida, o grito ecoado e o silenciado; tensões apreendidas pelo olhar do fotógrafo que dão força à exposição.
“Muitos dos elementos fascinantes da apresentação estão escondidos e por trás das lentes: a complexa combinação de planejamento, dedicação, estudo, precisão técnica e tecnologias para permitir que cada imagem possa existir e cada momento celebrado”, pontua Riccardo Giovanni, que trabalhou no projeto por quase dez anos.
O resultado rompe com os formatos tradicionais da fotografia carnavalesca, ultrapassando a estética do evento para se concentrar na humanidade dos bastidores.
Engenheiro de formação, Giovanni emprega métodos próprios em seus trabalhos, unindo tecnologia de captura, processo de separação de cores, impressão calibrada, entre outros recursos para gerar um resultado artístico particular e fascinante.
“Fotografar o Carnaval com esse nível de detalhe, exige enfrentar desafios extremos – movimentação rápida, luzes irregulares, multidões e uma paleta infinita de cores, figurinos e maquiagens,” explica Riccardo, que desenvolveu, inclusive, equipamentos especiais para empregar as técnicas de captura e processamento de imagens por ele criados.

“A partir do momento em que a foto é tirada, passando pelo processo de impressão e terminando como as imagens podem ser admiradas; diversas tecnologias, antigas e modernas, trabalham em conjunto para presentear o público com uma nova maneira de apreciar os desfiles do Carnaval – como uma forma de arte em si,“ comenta do fotógrafo.
O processo de Riccardo Giovanni é meticuloso: Primeiro, ele fotografa com equipamento mecânico adaptado para ambientes de baixa luminosidade e grande movimentação; depois transforma toda a cena em preto e branco, preservando apenas uma cor original da fantasia ou da maquiagem – a mais marcante. Como resultado, o artista tem uma fotografia com apenas três cores: os tons neutros do preto e branco, característicos do acervo.
Com detalhamento preciso, nas imagens é possível ver, por exemplo, os holofotes da Sapucaí nos olhos dos personagens, transformados espelhos da emoção, fazendo da imagem um retrato expandido do desfile.
No salão, as luzes do espaço são suaves, e o silêncio convida à admiração. Os QR Codes posicionados junto às obras permitem que o espectador ouça, no seu celular, o samba que tocava quando a imagem foi capturada; transformando a experiência em algo sensorial, expandido e vivo.
Uma exposição tão original, popular e tecnologicamente refinada não poderia de exibida em outro lugar que não o Porto Maravalley, hub que une tecnologia, inovação, cultura e educação.
O espaço, localizado no coração da região portuária, é o epicentro de grandes transformações que repercutem na dinâmica e na imagem da cidade do Rio de Janeiro.

Com entrada franca, a exposição fica em cartaz até o fim do ano, na Avenida Professor Pereira Reis, 76, Santo Cristo, Zona Portuária carioca.
*Os créditos das imagens são de Riccardo Giovanni