A Frente Parlamentar de Combate à Fome da Câmara Municipal do Rio vai realizar nesta sexta-feira (24/06), a partir das 14h30, o debate público “Quem tem Fome tem Pressa” para discutir a implementação de políticas concretas de combate à fome e à insegurança alimentar na cidade do Rio de Janeiro. Em pauta estão a reabertura dos seis restaurantes populares (Méier, Madureira, Central do Brasil, Maracanã, Irajá e Cidade de Deus) e a instalação de 35 cozinhas comunitárias, ambos compromissos firmados pelos governos estadual e municipal em outubro de 2021, mas até hoje não realizados.
Além dos 32 vereadores que compõe a Frente contra a Fome, foram convocados para o evento representantes das secretarias municipais de Assistência Social e de Trabalho e Renda. O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Júlio Saraiva, também foi convidado. Também estarão presentes ONGs e coletivos que atuam no combate à fome e à insegurança alimentar na cidade do RJ.
Todos os restaurantes populares que hoje se encontram fechados na cidade são competência do Governo Estadual. A secretaria estadual de Desenvolvimento Social havia prometido reabrir o restaurante popular da Central até dezembro de 2021. Já a prefeitura prometeu que criaria 35 cozinhas comunitárias até abril de 2022. Até o dia 21 de junho, apenas duas cozinhas haviam sido inauguradas por meio do programa “Prato Feito”: Mangueira e Andaraí. Embora necessária e muito bem-vinda, essa medida ainda é insuficiente para dar conta da alta demanda de pessoas em situação de vulnerabilidade social na cidade.
Levantamento feito pela Frente Parlamentar contra a Fome no RJ revela que a prefeitura nunca investiu tão pouco no combate à fome. Desde 2018, quando o município assumiu a gestão dos três únicos restaurantes populares abertos (Bangu, Campo Grande e Bonsucesso), houve uma queda de 61% nas despesas com as unidades, saindo de R$ 12 milhões para R$ 4,7 milhões em 2021. Ou seja, R$ 7,3 milhões a menos no orçamento de uma política pública tão importante justamente no momento em que a fome dobrou na cidade.
Atualmente, mais de 33 milhões de pessoas passam fome no país e metade da população brasileira sobrevive em situação de insegurança alimentar, ou seja, não sabe se vai comer amanhã. Voltamos ao Mapa da Fome, retrocedemos ao patamar dos anos 1990. O poder público não pode continuar postergando a implementação de políticas emergenciais e permanentes de combate à fome e à insegurança alimentar no Rio de Janeiro.