Fundação Leão XIII realiza evento ecumênico no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Evento reuniu lideranças católica, evangélica e de matriz africana na Vila Residencial de Idosos Nova Sepetiba, na Zona Oeste. Idosos e funcionários da Fundação participaram ativamente do encontro

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Dia de Combate à Intolerância Religiosa - Divulgação

No dia 21 de janeiro, quando é celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a Fundação Leão XIII realizou uma roda de conversa com lideranças da Igrejas Católica, da igreja evangélica e da Matriz Africana para pessoas abrigadas na Vila Residencial de Idosos Nova Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. A instituição é mantida pela Leão XIII.

O encontro foi marcado pela emoção, pois tratou da forma como cada pessoa cultiva e manifesta a sua fé, crenças cultivadas por elas e os ensinamentos passados por cada religião. Funcionários da instituição também participaram ativamente do evento, que reforçou o direito de cada um professar o seu credo sem discriminações.

“O objetivo desse encontro é conscientizar que faz parte do cuidado, do bem-estar e da qualidade de vida da pessoa idosa o direito de cada um expressar sua fé, respeitando o próximo”, disse a coordenadora da Vila Residencial, Jaqueline Alves da Silva do Nascimento.

O pastor Gilberto Júnior, da Igreja Família Vive, de Santa Cruz, ressaltou que, apesar das diferenças, o que importa é que as pessoas sejam cordiais umas com as outras, independentemente da sua fé.

“Foi um debate enriquecedor. Precisamos de mais encontros como este. A diversidade humana está aí. Devemos entender que o que deve ser mais valorizado é o tratamento amistoso, humanizado, independentemente da sua fé ou não”, afirmou o pastor.

A candomblecista Mariluce Trindade da Comunidade Ilê Oyá de Bagan, de Bangu, por sua vez, se disse feliz com a receptividade e reflexão promovidas junto aos idosos da instituição de longa permanência.

“Ver assim de perto esses senhores escutando, debatendo e perguntando é sensacional, porque, de alguma forma, conseguimos semear a reflexão em cada um que aqui está. Todos vieram ao debate por livre e espontânea vontade”, comentou Mariluce Trindade.

O Diácono Nilson Alexandre, da Paróquia São Sebastião, de Sepetiba, afirmou que a reunião entre as lideranças religiosas representa um avanço rumo ao entendimento e à pacificação em relação ao assunto.

“Estar ao lado de um jovem pastor desprovido de qualquer tipo de preconceito, não tem preço. Assim como estar ao lado da irmã ekede (título religioso do candomblé) e desses idosos é um avanço. Todos fazendo perguntas interessantes, debatendo com tanta lucidez, e articulados. Já ganhei o dia. No meu ministério somos pastores de ovelhas, né? E eu me senti útil durante todo o debate”, observou o Diácono.

Entre os idosos, a recém-chegada ao instituto, a evangélica Marli Cordeiro, de 74 anos, considerou a reunião enriquecedora pelos ensinamentos aprendidos e pela integração promovida dentro do grupo.

“Confesso que, como evangélica, tenho certa resistência a entender o que é a umbanda e candomblé. Esse debate de hoje foi muito bom. Embora eu seja uma senhorinha, procuro sempre respeitar a diversidade”, explicou Marli, paulista de São Carlos.

Nascido em Miracema, no Noroeste Fluminense, Amilton Bento Constâncio, 68 anos, afirmou que é um apreciador de todas as religiões. E não gosta de discutir com ninguém.

“O respeito é a base de tudo. E precisa ser um exercício diário. Quando eu era criança meus pais me levaram para a igreja Batista. Já adolescente, passei a frequentar a católica. Depois de adulto me encontrei na umbanda. Portanto, sou umbandista”, disse Constâncio.

A auxiliar administrativa Glória Marcia Penha, de 63 anos, e que há 42 anos trabalha na Fundação, ressaltou a leveza da discussão e o clima de união formado entre as lideranças e a plateia.

“Foi muito leve. Foi uma união forte que aconteceu entre as pessoas no evento. Todos se sentiram muito bem”, finalizou Penha.

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