O Rio de Janeiro passa por uma situação complicada – e até certo ponto inusitada, digamos assim – no quesito ”Cultura”.
Isso porque, devido à falta de incentivo do estado, manifestações culturais correm risco de serem ‘extintas’. E isso não acontece por falta de verba. Muito pelo contrário.
De acordo com o deputado estadual Eliomar Coelho (Psol), presidente da Comissão de Cultura da Alerj, o Rio de Janeiro tem um fundo com mais de R$ 18,6 milhões em caixa, disponível para ser usado no âmbito cultural.
Ao portal ”G1”, a Comissão contou que, apesar do dinheiro disponível, não houve nenhuma abertura de licitação visando a aplicação de projetos no estado do Rio. Com isso, o panorama é considerado ‘calamitoso’ pelo grupo.
”A situação é calamitosa. Os trabalhadores da Cultura resistem e se viram para não deixá-la se apagar, mas o caso das manifestações populares, afro-brasileiras e indígenas, é mais grave ainda por se tratarem de patrimônio, que tem seus mestres como principal expressão. Com eles, cada vez mais velhos e sem dinheiro, essas culturas correm o risco de serem até extintas”, disse Eliomar.
”São os casos das Folias de Reis, Jongo, Boi Pintadinho, Boi Malhadinho, o próprio carnaval do interior, o Fado de Quissamã, os afoxés, as quadrilhas juninas. Há anos, o estado não lança nenhum edital que possa ajudar esses grupos, que muitas vezes precisam de apenas R$ 2 ou 3 mil para se manterem”, completou o parlamentar.
Em audiência pública realizada em junho na Alerj, a Secretaria Estadual de Cultura disse que era impossível fazer qualquer investimento sem a formação do Conselho Estadual de Polícias Culturais. Em agosto, então, os participantes foram nomeados e empossados. Apesar disso, não houve movimentação da pasta para abrir licitação para desenvolver projetos.
O secretário Ruan Lira, por estar em agenda oficial na China, ainda não se manifestou sobre o assunto.