Futebol de botão, a tradição que segue viva no Rio

Com a presença de Rodrigo Costa, ex-Forfun, liga de amigos em Laranjeiras mantém a chama do esporte acesa com partidas bastante disputadas

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Futebol de botão se tornou prática comum aos sábados na Praça São Salvador - Foto: Raphael Fernandes/Diário do Rio

Quinzenalmente, as manhãs de sábado na Praça São Salvador, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, são de confraternização, disputa e nostalgia. Isso porque, organizada pela Liga dos Amigos de Futebol de Mesa (Lafume), um grupo de praticantes mantém a chama do esporte, muito popular em épocas passadas, totalmente acesa.

A Lafume promove campeonatos disputadíssimos, pautados pela regra ”Dadinho 9×3”, que consiste em cada jogador ter direito a no máximo 9 toques na bola (incluindo o chute ao gol) e permitindo a cada botão participar apenas 3 vezes da jogada. Vale ressaltar que cada torneio organizado pela liga é único, isto é, não tem relação com o da semana anterior. Em relação às premiações, a Lafume sempre investe em troféus e medalhas, e tenta contemplar a maior quantidade possível de participantes, mesmo aqueles que não tenham ido tão bem na competição.

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Bandeira personalizada da Lafume e troféus e medalhas para premiar jogadores – Fotos: Raphael Fernandes/Diário do Rio

E entre os integrantes da liga que marcam presença nos torneios está o músico Rodrigo Costa, da hoje extinta banda carioca Forfun, que fez sucesso na cena musical brasileira entre 2005 e 2015. Para ele, o futebol de botão é uma ótima oportunidade de inclusão social e de ambiente propício à reunião de amigos em clima de total harmonia.

”Futebol de botão é legal por muitos motivos. Pode ser jogado por gente de qualquer gênero, idade, peso, religião, cor, etc., em categoria única, todos por todos, todos contra todos. Mesmo pessoas com certo grau de deficiência física ou mental estão inclusas. É dos esportes mais abrangentes nesse aspecto, da inclusão; possui regras de conduta desportiva muito respeitosas que costumam criar ambientes saudáveis, de energia boa, camaradagem entre jogadores e confraternização”, diz ele.

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Rodrigo preparando finalização ao gol no futebol de botão – Foto: Raphael Fernandes/Diário do Rio

Outro detalhe importante também citado por Rodrigo é quanto à nostalgia que o esporte remete a seus praticantes e a liberdade criativa para se escolher seus times (botões) da maneira que preferir.

”Particularmente, me arrebata também pela nostalgia quanto aos tempos de criança. Joguei muito quando menor e, cerca de 2 anos atrás, ‘retornei aos gramados’ [botonista se amarra em fazer analogia com futebol em tudo que dá]. Daí, conheci o pessoal incrível da Lafume, que desde sempre me recebeu super bem e são queridos amigos hoje, com quem tenho a alegria de disputar a maior parte dos torneios que jogo.

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Cada time só pode dar 9 toques na bola, sendo apenas 3 por botão – Foto: Raphael Fernandes/Diário do Rio

Além disso, a possibilidade infinita da expressão da imaginação no desenvolvimento de times, desde o design de uniformes ou escudos, que podem ser originais ou quaisquer que tenhamos lembrança afetiva, até os diferentes tipos de botão e seus detalhes de altura, largura, peso, bainha, matéria-prima e suas respectivas categorias e regras”, complementa o músico.

Corroborando com Rodrigo, o fundador da Lafume, Léo Azeredo, ressalta também o resgate das amizades de infância, feito esse conseguido através da criação da liga, em 2015.

”Para mim, é uma honra e alegria imensa ter fundado a Lafume. Sou apaixonado pelo futebol de botão desde os 9 anos. Ao voltar a jogar, em 2015, eu queria que a liga fosse uma ponte para retomar amizades de infância, pessoas que eu não tinha mais contato, e acabei conseguindo resgatar isso. Agora, com a Lafume, a gente se vê uma ou duas vezes por mês”, diz ele.

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Léo Azeredo, fundador da Lafume – Foto: Arquivo Pessoal

Mas vale ressaltar que a Lafume não se limita às amizade de infância, isto é, não se trata de um grupo fechado de jogadores. Segundo Léo, pessoas interessadas em participar são sempre bem-vindas e a liga está em constante expansão, sendo esse, inclusive, um motivo de orgulho para ele.

”A coisa cresceu tanto que eu passei a fazer novos amigos. As pessoas gostam de jogar futebol de botão. O próprio Rodrigo [Costa] é um desses. A Lafume começou com 5 ou 6 integrantes, hoje tem 30. E a amizade transcende o futebol de botão. O cara joga botão, depois marca um videogame, uma cerveja… Isso me dá muito orgulho, ter proporcionado, através da Lafume, esse elo de amizade entre as pessoas”, complementa.

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Torneio da Lafume na Praça São Salvador no dia 07/11 – Foto: Raphael Fernandes/Diário do Rio

A Lafume permite a participação em seus torneios de maneira esporádica, mediante uma taxa de inscrição – de valor acessível – ou como membro oficial, que a liga faz questão de chamar de ”contratado”. Neste caso, o integrante terá direito aos uniformes, premiações e sorteios, e irá às reuniões e confraternizações que costumam ser realizadas com certa frequência. Os interessados em participar devem entrar em contato diretamente com Léo Azeredo, por telefone (21 97992-2222), e-mail (liga.lafume@gmail.com) ou Facebook.

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