Garotinho: Integrar a cidade é planejar, mas com distribuição de renda

Para o ex-governador Garotinho, onde a desigualdade é grande não há como ter paz social

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Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Há duas maneiras de se integrar uma cidade para combater a violência e o crime organizado. Antes de passarmos para os modelos é necessário entender que as diferenças entre crime organizado e violência são gigantescas e que ambas são consequências e não causas.

O primeiro caminho é desenvolver um conjunto de ações que leve a população a viver no “estado do bem-estar social”. Não é simples, mas é o que tem se provado eficiente em todos os lugares. Mesmo em Nova York, que adotou o programa Tolerância Zero décadas atrás, só foi possível obter resultados satisfatórios, quando houve uma queda no desemprego e aumento da renda média dos trabalhadores.

A segunda é aumentando a repressão e a violência das ações policiais. Isso já foi tentado vários vezes no Brasil e em outros países do mundo e o resultado é sempre o mesmo: aumento de policiais mortos em confrontos, execuções de muitos inocentes que não participaram de crimes, corrupção policial, balas perdidas e outros atos que tornaram o resultado uma tristeza. Além dessas, a pior de todas as consequências: uma parte da população passa a ver a polícia como inimiga, quando na verdade deveria ser identificada como sua protetora.

Antes de qualquer ocupação policial, o governo deveria promover a ocupação social da comunidade, para evitar o discurso do “nós contra eles.” Deveria também trocar a quantidade de policiais por um número menor, mais capacitado. Infelizmente os cursos estão sendo cada vez menores, especialmente na polícia militar. Modernizar o aparelho policial, como vinha sendo feito nas delegacias legais, hoje abandonadas, transformar os batalhões de polícia em unidades de defesa social, com ampla participação da comunidade local e um outro vasto conjunto de medidas são urgentes e possíveis.

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São necessárias também mudanças no sistema prisional, inclusive nas leis. O trabalho deveria ser obrigatório e não opcional, colocando empresas dentro das unidades prisionais, evitando assim que os criminosos passem o dia todo preparando fugas e rebeliões.

Ainda bem que o crime não é organizado no Brasil e sim pulverizado, com quadrilhas e facções divididas. Caso fossem organizados o caos seria bem maior.

Violência é outra coisa, nada tem a ver com o que precisamos com urgência enfrentar no Brasil: a concentração de renda, que gera por minuto mil excluídos e um novo milionário por mês.

Onde a desigualdade assume essas proporções não há como ter paz social.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Só os desavisados ou corruptos têm tempo pra Garotinho e família. Esse Diário é bom, mas dá cada notícia espantosa! Quem quer saber desse infeliz que colaborou pra deixar o Rio na situação de indigente?

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