Geoparque do RJ pode ganhar título inédito da Unesco

Geólogos da organização visitaram o Geoparque Costões e Lagunas do Rio de Janeiro recentemente para avaliação

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Campo de Dunas da Dama Branca, em Cabo Frio, um dos principais geossítios do Geoparque Costões e Lagunas. Crédito: Ipatrimônio.

Na última semana, o Rio de Janeiro recebeu a visita de dois geólogos da Unesco que podem trazer ao estado um título inédito. Os avaliadores Artur Sá, de Portugal, e Miguel Cruz, do México, analisaram as condições da região Costões e Lagunas, e podem conceder o título de Geoparque Mundial da Unesco ao conjunto de atrativos naturais e culturais de 13 municípios, nos litorais norte e leste do estado.

Discutida desde 2011, a proposta pode beneficiar uma área com evolução geológica de mais de 2 bilhões de anos de história geológica, desde o município de Maricá até São Francisco de Itabapoana, no norte do estado, em destinos da Região dos Lagos, como Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Saquarema.

Geoparque Aspirante Costões e Lagunas do Rio de Janeiro

Em novembro de 2023, o conselho gestor do geoparque enviou um dossiê à Unesco que solicitava a inscrição para receber o selo. Já a lista anual com os 18 candidatos de 15 países que seriam avaliados, entre eles o Brasil, foi divulgada em março deste ano.

Entre os locais com valor histórico estão sítios que testemunharam o Descobrimento do Brasil, as primeiras povoações brasileiras, a exploração do pau-brasil, a invasão francesa em Cabo Frio, o Caminho dos Jesuítas e até o local de passagem de naturalistas como Charles Darwin, príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied e Saint-Hilaire.

“Temos uma história muito antiga, geológica, de mais de dois bilhões de anos, da colisão e da separação com o território da África, em que um pedaço do continente africano ficou colado no nosso território. Vem gente do mundo inteiro estudar aqui. É motivo de orgulho para a população do Rio”, explica a geóloga Kátia Mansur, que orienta os estudos na região.

Criado em 1990 para melhorar e conservar áreas de importância geológica, um geoparque abriga paisagens e formações geológicas que testemunham a evolução do planeta, em áreas geográficas únicas e unificadas.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o termo é usado para definir uma área única, cuja paisagem de significado internacional tem um gerenciamento holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.

Ainda segundo o SGB, para ser declarado geoparque, o local deve “gerar atividade econômica, notadamente através do turismo, e envolver um número de sítios geológicos de importância científica e com potencial uso didático ou turístico.”

Se o título for aprovado no Rio de Janeiro serão, ao todo, 460 quilômetros de litoral, passando por Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Macaé, Maricá, Quissamã, Rio das Ostras, São João da Barra, São Pedro da Aldeia e Saquarema.

O resultado final será divulgado após Assembleia Geral da UNESCO, em data a ser definida.

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