Governo Federal planeja transferir seus imóveis para fundo imobiliário

Imóveis de propriedade da União, como a Estação de Ferro Leopoldina ou até o próprio Edifício A Noite podem acabar num fundo imobiliário, que facilitaria sua venda em cotas

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Vista aérea do bairro do Flamengo e do Centro do Rio- Foto: Rafa Pereira/Diário do Rio

Ministério da Economia estaria planejando transferir imóveis federais para um fundo de investimento imobiliário, com participação de sócios privados, de acordo com informação divulgada pelo Estadão. O modelo é uma aposta da equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) para impulsionar negócios, já que os leilões de imóveis vêm andando lentamente, e o desinvestimento por parte da União anda mais devagar. É famoso o caso do Edifício A Noite, na Praça Mauá, que já foi a leilão diversas vezes, sem sucesso.

O universo de imóveis considerados alienáveis pelos técnicos reúne cerca de R$ 97 bilhões, mas nem toda carteira será colocada à disposição de forma imediata. Especula-se que a Estação de Ferro Leopoldina e o antigo prédio da Rede Ferroviária Federal – um mastodonte de mais de 20.000m2 – podem estar nestes planos do SPU, órgão responsável pelo patrimônio da União, além do grande terreno do INSS na Avenida Passos, no Centro, que, apesar de ter restrições de construção por causa do entorno tombado, é um dos queridinhos do mercado imobiliário.

Edificio A Noite visto da Praca Maua Governo Federal planeja transferir seus imóveis para fundo imobiliário
Edifício do jornal À Noite, onde também foi a sede da Rádio Nacional por décadas / Wikimedia

Em vez de buscar um comprador que tenha um cheque de R$ 1 bilhão e, portanto, poder de barganha, vamos integralizar o fundo, vender as cotas, profissionalizar a gestão e, quando zerar, o governo sai do negócio, sem permanecer como controlador do fundo”, disse o ex-secretário de Desestatização do governo, Diogo Mac Cord.

A ideia do governo é lançar alguns fundos para ir testando o modelo. Embora previsto na lei desde 2015, o formato nunca foi aplicado na prática devido a uma série de discussões preparatórias. Estes fundos podem ser vendidos em cotas, que por vezes no mercado imobiliário são vendidas a menos de 100 reais.

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Os imóveis elegíveis são aqueles que não possuem um fim específico e que não são usados pelo Governo, sejam eles terrenos, lojas, galpões ou prédios desocupados. As destinações possíveis variam entre logística, desenvolvimento de empreendimentos residenciais e espaços comerciais.

O que isso mudaria?

Atualmente, na venda direta, a administração federal cobra o pagamento à vista do valor integral do imóvel, sem financiamento. Há também dificuldade na gestão desses ativos, que acabam se deteriorando com o tempo. Sob a administração dos fundos, a aposta é que os imóveis possam ser desmembrados, revitalizados ou gerenciados de maneira a viabilizar negócios mais atrativos para potenciais interessados em alugá-los ou comprá-los.

O mercado imobiliário tem se queixado muito no caso do Edifício A Noite, pois o que havia sido anunciado é que os imóveis seriam levados a leilão pelo valor de avaliação apresentado por cada interessado que provoca o leilão de cada imóvel. Porém, a construtora Cyrela provocou o último leilão do prédio do antigo jornal com uma avaliação de cerca de 24 milhões de reais, e a União descumpriu o que tanto propagandeou, começando os lances a cerca de 38 milhões. O óbvio ocorreu: não teve venda.

Nem todos os imóveis disponíveis da União no Rio são imensos. Há um predinho na rua André Cavalcanti, apartamentos e até o vetusto, detonado e invadido antigo Hotel Moderno, em Santa Teresa, na rua Cândido Mendes.

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2 COMENTÁRIOS

  1. É a pura realidade.
    Mas a ideia do Fundo Imobiliário é interessante.
    E parece que se mexer tem mais imóveis também a nível estadual, que poderia usar esta estratégia.
    Afinal, estão caindo os pedaços e enfeiando as cidades.

  2. O problema é que se coloca o preço que os proponentes pediram, virá um PT ou um PSOL da vida cornetar que estão entregando o patrimônio do povo aos ricos, aos estrangeiros, ao raio-que-o-parta. Aí vem MP em cima, a Globo, o Papa, os ETs, etc…

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