Grupo promove lavagem do Cais do Valongo para celebrar ancestralidade afro-brasileira

Esta foi a 10ª edição da celebração. Local foi usado para o desembarque de mais de um milhão africanos escravizados ao longo de três séculos

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Foto: Divulgação/Prefeitura

A Prefeitura do Rio, por meio das secretarias de Cultura e Assistência Social e da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), participou da celebração da 10ª lavagem do Cais do Valongo. Declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2017, o Cais do Valongo é um sítio arqueológico com vestígios do antigo cais de pedra construído pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro para o desembarque de africanos escravizados. Estima-se que mais de um milhão de negros escravizados tenham passado por ali em 300 anos.

É preciso deixar muito claro para o nosso povo preto, para o nosso povo do candomblé, da umbanda e de todas as religiões, que essa cidade está aberta para todos. Aqui no Rio de Janeiro, pelo menos enquanto eu for prefeito, todas as manifestações religiosas, culturais, orientações, vão ser respeitadas. O Cais do Valongo é o símbolo desse respeito e a gente quer levar para toda a cidade“, disse o prefeito Eduardo Paes.

Além do prefeito, estiveram presentes Laura Carneiro, secretária de Assistência Social, Marcus Faustini, secretário de Cultura, Washington Fajardo, secretário de Planejamento Urbano, Gustavo Guerrante, presidente da Cdurp, Leonardo Pavão, subprefeito do Centro e a ialorixá baiana Mãe Edelzuita de Oxalá.

Não é uma festa, mas uma celebração da nossa ancestralidade. É muito simbólico celebrar a nossa ancestralidade em um período tão difícil que estamos vivendo por conta da pandemia. Estar viva e participar da décima lavagem do Cais do Valongo já é um motivo de glória e um marco para nossa cultura“, disse a presidente do Ilê Odara, Lidia Moraes.

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O evento foi realizado pelo Instituto Nacional e Órgão Supremo Sacerdotal da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INAEOSSTECAB), com organização do Instituto Ile Odara e apoio do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (Comdedine-Rio) e do Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab).

A lavagem do Cais do Valongo acontece desde 2012 sempre no segundo sábado de julho. A Lei 5.820/2014 incluiu o evento no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas da Cidade do Rio de Janeiro.

Pequena África

Em 2011, as obras de reurbanização do Porto Maravilha permitiram o resgate do sítio arqueológico. Em 2012, a Prefeitura acatou a sugestão do Movimento em Defesa do Direito do Negro e transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na Região Portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

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