Grupos ligados aos direitos humanos criticam operação policial no Complexo do Alemão

Deputada Dani Monteiro, Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ e Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro emitiram nota oficial

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Foto: Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Nesta quinta-feira, 21/07, grupos e pessoas ligadas às instituições defensoras dos direitos humanos no Rio de Janeiro se posicionaram contra a operação policial realizada no Complexo do Alemão, também nesta quinta.

Confira, na íntegra, a nota:

Por meio desta nota pública, ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, à Secretaria de Polícia Militar e à Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro solicitamos a interrupção imediata da operação conjunta no Complexo do Alemão, que acontece nesta quinta-feira, em 21/07/22, para fins de averiguação das denúncias recebidas.

Amanhecemos com a notícia de 4 mortes confirmadas via noticiário e há pouco fomos informados pela equipe da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, da Comissão de Direitos Humanos da OAB e do Conselho Estadual de Direitos Humanos, que a UPA do Alemão já divulgou 16 vítimas letais dessa operação. Desde às 6h da manhã da presente data a Comissão de Direitos Humanos da ALERJ recebe denúncias de violações advindas do território em decorrência das ações policiais. O cenário instaurado no território é o de guerra: com os próprios moradores retirando os corpos e direcionando-os às unidades de saúde porque não há corpo técnico de perícia no local.

No território, vivem cerca de 200 mil pessoas, que seguem assustadas e em risco porque a operação não se finda. Já são 12h de duração, sem a perspectiva de acabar. Nas primeiras horas da manhã, questionamos o Ministério Público do Rio de Janeiro para identificar a justificativa dessa operação e oficiamos a Polícia Civil para pressionar os agentes do poder público a dar respostas sobre a legalidade dessa operação que acontece sob a vigência da ADPF 635.

Há um ano e dois meses, vivenciamos a maior chacina da história do Estado do Rio de Janeiro, que se materializou com os mesmos contornos desta: após a morte do policial André Frias, um cenário de horror foi instaurado no território do Jacarezinho, enquanto os agentes da segurança empilharam 28 corpos. Estamos há dois meses de distância da segunda maior chacina da história do Estado, que aconteceu na Vila Cruzeiro e se estendeu ao longo do dia, tal qual a operação que acontece hoje no Complexo do Alemão.

O Estado não pode se tornar refém das figuras que supostamente deveriam proteger a sua população. Se uma operação policial fatalmente contabilizar uma morte, ela já falhou diante do seu papel de promover segurança. Ao empilhar 16 corpos e manter a permanência da ação, o Estado se direciona para produzir a terceira maior chacina da história do Estado e isso não pode acontecer. Precisamos que os agentes cessem a operação imediatamente.

Dani Monteiro – Deputada Estadual e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ
Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ
Conselho Estadual de De Defesa dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro

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5 COMENTÁRIOS

  1. LUTO pela morte de 1 morador e de 1 policial. De resto, PARABÉNS a policia, mais de 18 vagabundos exterminados, bala nos vagabundos e porrada nos defensores deles!

  2. Nesta política de enxugar gelo que vem sendo adotada pelo governo Castro só quem perde é a população inocente que vive no meio deste caos e o policial de baixa patente que vai pra frente de batalha. Triste saber que todo este circo tem intuito eleitoreiro pra ganhar os votos dos reaças bolsominions.
    Precisamos de polícia inteligente pra rastrear o dinheiro do trafico e prender quem realmente importa. Mas creio que o Castro e Bolsonaro não ficariam tão felizes com as consequencias.

  3. Esse pessoal do direitos humanos está totalmente desconexo com os anseios da sociedade. A sociedade quer menos crime, menos bandalheira. Na temática dessas críticas às operações, fica nítido que o bandido tem mais direito que as vítimas. Inversão de valores. Tira-lhes toda a credibilidade.

    • Na cabeça desse pessoal os vagabundos só se interessam em vender sua porcariazinha em paz e a polícia vai lá apenas para quebrar essa “paz” e infernizar a vida dos moradores das comunidades. Talvez se esqueceram de que não se tratam mais de meros vendedores de drogas ilícitas e sim milícias que dominam violentamente os locais que controlam, disputam violentamente território com milícias rivais, se financiam com toda modalidade de crime e têm tentáculos em toda parte – inclusive políticos. Ademais, a corrupção dos órgãos estatais, como a própria polícia, alimenta esse estado de coisas. Aliás, não esqueceram de nada… Sempre houve segundas intenções por parte dos “direitos humanos”.

    • E as vítimas que nada tem a ver com a criminalidade? Você acha justo o sacrifício de vidas inocentes a fim de que? A morte de 10, 15 bandidos? Como se essas mortes fossem acabar com o tráfico de drogas, roubos, e afins. Só gera mais retaliação e morte. Se quer menos crime, e menos roubalheira, exija dos seus governantes uma politica de segurança mais eficiente. Sinto informar que o extermínio de alguns bandidinhos não vai acabar com o crime, principalmente o de drogas. Lembre-se que tanto policiais quanto traficantes fazem parte do esquema para que funcione. Ou você acha que as drogas e armas chegam sem a conivência dos agentes de segurança?

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