Halfoun: domingo feliz é com o cozido perfeito do Velho Adonis, em Benfica

O portuga infalível, no Rio, tem vascaínos amigáveis por todos os lados, e os pratos ibéricos mais perfumados e saborosos da cidade

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Eu cresci comendo cozido português (e quem não, no Rio?). Todo santo-domingo, assim como o sábado é dia de feijoada. Seja no saudoso Final do Leblon, do Seu Manoel, numa Dias Ferreira que não existe mais; seja no também extinto Un, deux, trois, um dos restaurantes cheios de pompa e baixelas de prata, do Chico Recarey. Isto é, se tem um prato que eu conheço bem é esse que reúne legumes, raízes, embutidos, feijão branco e pirão do caldo rico de tudo isso.

Igualmente, tive dias de glória no lendário Antiquarius e a boa notícia, depois dessa saudade toda, é que o sotaque, o tempero e tudo mais são reproduzidos com fidelidade e louvor no Velho Adonis, em Benfica, o portuga infalível da cidade. Primeiro porque está cercado de vascaínos (receptivos e amigos de todas as torcidas) por todos os lados (o que dá aquele clima). Depois porque faz uma comida consagrada há 70 anos, aprovada e idolatrada por grandes adoradores da culinária portuguesa, muitos órfãos da casa onde era feito o cozido que comemos aqui.

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O Velho Adonis, no entanto, vai muito além do prato. Aqui tem o chope obrigatório que sai de uma chopeira quase centenária, cuja serpentina tem 90 metros de comprimento – um patrimônio do Rio. Tem o Ora Pois (bolinho de bacalhau com ovo frito em cima dele; tem moela na bagaceira; tem camarão a matosinho (frito no azeite com alho e pimentão); tem açorda de frutos do mar; tem costelinha de porco à passarinho; tem tremoços e azeitonas; tem alheiras de primeira; tem o famoso polvo com bacon, um dos melhores do Rio.

Como diria o Chacrinha, vocês querem bacalhau? Tem, sim senhor. E é quase óbvio que as receitas com o peixe são feitas à perfeição. As lascas no azeite, servidas numa cumbuquinha fazem um showzinho à parte na mesa.

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Digo isso, por que vir ao Velho Adonis é programa para dia inteiro, no qual a gente beberica, conversa aos montes (com a turma da sua mesa e das outras também!), e, claro, passeia sem pressa pelo cardápio. A boa é investir na variedade e comer um pouco de tudo, dividindo acepipes, entradas e também pratos principais.

 Afinal, estamos em uma genuína tasca ibérica (que aqui chamamos de botequim). A única exceção para a recomendação é aos domingos, quando o cozido é mesmo indefectível (e robusto). Gosto de pedir pasteis antes dele (especialmente o de ovo, uma joia surpreendente da cozinha de boteco), que vão bem à beça com o chopaço de sempre tirado por aqui. Vai na minha que você vai na boa.

Serviço
Velho Adonis
R. São Luiz Gonzaga, 2.156, Benfica
Tel.: ( 21) 96514-1361
Terça à quinta, das 10h às 22h; sexta e sábado, das 10h às 23h; domingo das 10h às 19h.

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Robert Halfoun é jornalista, publicitário e amante da boa mesa. Depois de anos na Editora Abril, relançou com grande sucesso a Revista Domingo, no Jornal do Brasil, onde também atuou como Diretor Executivo. Então, dirigiu a Revista Gula, na época de sua maior circulação, até que, há oito anos, lançou a plataforma Sabor.club, com revista, site e o clube de assinaturas Sabor Clube. É também autor do livro Histórias da Gastronomia Brasileira, lançado em parceria com Ricardo “alô alô” Amaral.
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