Herói improvável: Aedes aegypti com bactéria diminui casos de dengue em 70% em Niterói

Mosquitos que transmitem a bactéria não permitem que a doença se desenvolva nos outros insetos, que deixam de transmiti-la; segundo estudos da Fiocruz

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Aedes aegypti (Foto: Reprodução)

Em tempos pandêmicos, onde o Coronavírus ocupa quase que 100% do noticiário de saúde em todo mundo, outra doença que costuma afetar, e muito, a vida dos cariocas ganhou um importante e, improvável, aliado na busca pela diminuição de casos. O município de Niterói, na Região Metropolitana fluminense, reduziu em até 70% seus casos de dengue, chikungunya e zika. por conta da liberação em massa de espécimes do mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças, infectados pela bactéria Wolbachia.

O inseto portador do microrganismo não permite que essas enfermidades se desenvolvam nos outros mosquitos, deixam de transmiti-las. A experiência bem sucedida abre caminho para que o método seja utilizado em maior escala no Brasil. As informações são do jornal Estado de São Paulo.

De acordo com um estudo da Fiocruz, os casos de dengue registraram queda, nas áreas em que houve a intervenção entomológica, em 70%; os de chikungunya, em 60%; e os de zika, em 40%.

Números do World Mosquito Program mostram que os números são similares aos verificados em outros países, como a Indonésia, que adotaram a mesma estratégia. No país asiático, a diminuição do número de casos das doenças foi de até 77%. Resultando em queda de 86% nas internações.

Advertisement

Estamos muito satisfeitos em poder comemorar, agora com a população de Niterói, o sucesso dessa iniciativa”, afirmou Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e líder do método Wolbachia no País.

Wolbachia inoculada

A Wolbachia é uma bactéria presente naturalmente em 60% dos insetos na natureza, mas não no Aedes aegypti. Quando nestes mosquitos, impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e também da febre amarela. Assim, a transmissão dessas doenças é interrompida.

O método consiste em inocular a bactéria nos mosquitos e liberá-los na natureza. Aos poucos, a população com Wolbachia se sobrepõe às demais, levando a uma redução natural da transmissão das doenças. Como a bactéria já é naturalmente presente em muitos insetos e na natureza, o método é considerado seguro.

A liberação dos insetos em Niterói começou experimentalmente em 2014. Até o momento foram contemplados 33 bairros, num total de 373 mil habitantes. Nestas áreas, que correspondem a 75% do município, as populações de mosquitos com Wolbachia já estão estabelecidas e não há mais necessidade de novas liberações.

O World Mosquito Program é uma iniciativa internacional que tem por objetivo proteger as comunidades das doenças transmitidas por mosquitos. O método começou a ser usado em 2011, na Austrália. Atualmente, é usado em onze países (Colômbia, México, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu, além de Brasil, Austrália e Nova Caledônia, território francês na Oceania).

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Herói improvável: Aedes aegypti com bactéria diminui casos de dengue em 70% em Niterói
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui