Comunidades carentes são cheias de problemas que devem ser resolvidos. Contudo, muitos desses lugares têm diversos pontos positivos que merecem ser destacados, além de inúmeras lembranças históricas. A Rocinha é um desses locais
Nos anos 1930, a favela mais populosa do Rio de Janeiro não passava de uma horta. Uma pequena roça. Nessa terra, plantavam alimentos e criavam animais que eram vendidos em uma feira onde hoje fica a Praça Santos Dumont, na Gávea.
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Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário da Cidade do Rio de Janeiro, a Sérgio Castro Imóveis valoriza a história Maravilhosa que temos.
“As pessoas ficavam admiradas com a qualidade das frutas e dos legumes vendidos na feira. Os produtores diziam que eles vinham lá da sua ‘rocinha’, e apontavam para o alto da Gávea. Daí veio o nome” conta o historiador Teixeira sobre a comunidade que nos séculos XVIII e XIX era a Fazenda Quebra-Cangalha.
Duas décadas mais tarde, em meados dos anos 1950, a região passou a ser ocupada maciçamente e logo se tornou uma cidade dentro da cidade, contando até com “bairros” próprios.
“O Censo de 2010 do IBGE contabiliza 70 mil habitantes, mas o número é questionado pela Associação dos Moradores da Rocinha, cujo os cálculos somam cerca de 200 mil habitantes” informa Sérgio Bloch em um livro sobre as favelas do Rio de Janeiro.
A primeira casa da Rocinha é considerada a número 1 da Estrada da Gávea, erguida em 1932. Nos anos 1950, chegaram muitos nordestinos ao Rio de Janeiro e boa parte deles foi para a favela, característica que predomina por lá até os dias atuais.
“Tem muitos restaurantes de comida nordestina aqui e aos domingos costuma acontecer uma feira de artigos nordestinos no Largo dos Boiadeiros. Tudo isso é muito bom, ajuda a matar um pouco a saudade de casa” conta José Ramos, paraibano, morador da Rocinha há 25 anos.
Todo esse crescimento foi intensificado nas décadas de 1970 e 1980. Nesse período, a Rocinha ganhou status de bairro e passou a ter uma região administrativa própria.
Uma historia curiosa liga a Rocinha a um clássico do cinema brasileiro. No filme “A Dama do Lotação”, de 1978, dirigido por Neville d’Almeida e inspirado em um texto de Nelson Rodrigues, a personagem Solange (Sônia Braga) sempre pegava o ônibus 546 – que fazia o percurso Rocinha-Praça Santos Dumont.
O filme, uma das maiores bilheterias da história do cinema nacional, narra a história de uma mulher que busca satisfação sexual com homens que conhece em viagens de ônibus.
Que a Rocinha continue se desenvolvendo positivamente e siga rendendo boas lembranças para a Cidade Maravilhosa.