História das Pedras Portuguesas no Rio de Janeiro

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É bastante comum caminhar pelo Rio de Janeiro e se deparar com as famosas Pedras Portuguesas. Esses calçamentos fazem parte do passado e do presente da Cidade Maravilhosa. A história dessas calçadas, como o nome sugere, iniciou em Portugal. Durante o reinado de Manuel I, as ruas de Lisboa foram revestidas. Isso se deu por volta do ano 1500 e, nessa época, o embrião desses calçamentos era chamado de “calçada à portuguesa”.

Calceteiros a trabalhar, Lisboa (1907).
Calceteiros a trabalhar, Lisboa (1907).

Contudo, essa primeira forma era um pouco diferente da atual. As calçadas foram evoluindo. Depois do terremoto de 1755, em Portugal, moradores do país passaram a montar, nas calçadas, desenhos que simbolizavam boa sorte, como estrelas, por exemplo, na intenção de evitar novos problemas.


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No século seguinte, em 1842, surgiu a primeira calçada, de fato, com o estilo das que vemos hoje em dia. A iniciativa foi do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado, que organizou presidiários para fazer esse trabalho em rocha (basalto) negro e a calcita (mineral) branca.

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Calçada da Praça do Rossio, Lisboa
Calçada da Praça do Rossio, Lisboa

Esse trabalho alcançou tamanho sucesso que, com o mesmo estilo de calçamento, comando e trabalhadores, trataram de cobrir os 8.712 metros quadrados da Praça do Rossio”, destaca o blog Curiosidades Cariocas.

Esse tipo de calçamento chegou à Cidade Maravilhosa durante a gestão Pereira Passos. Inicialmente para calçar a Av. Central (hoje Rio Branco) e Copacabana.

Calçada Mar Largo no Teattro Amazonas
Calçada Mar Largo no Teattro Amazonas

Tudo indica que a primeira calçada brasileira com o desenho ‘Mar Largo’ é a que circunda o Teatro Amazonas, em Manaus. Foi feita em 1900 e ainda se encontra em perfeito estado. A de Copacabana surgiu poucos anos depois”, conta o historiador Milton Teixeira.

Embora tenha esse teor de história e beleza, as chamadas Pedras Portuguesas (que após serem colocadas na Avenida Central e em Copacabana, se espalharam por toda cidade e boa parte do Brasil), também são alvos de críticas.

Calçada de Vila Isabel
Calçada de Vila Isabel

Periodicamente ocorrem movimentos contra este tipo de calçamento; dizem que necessitam de muitos cuidados de manutenção; que facilmente se desfazem, dando origem a buracos; que são responsáveis por quedas de idosos; que seus interstícios quebram os saltos finos dos sapatos femininos...”, pontua o blog Curiosidades Cariocas.

Orla de Copacabana, início do século XX

Entretanto, se há ataque, há defesa:

Claro está que o problema não se refere à escolha do tipo de revestimento, mas à falta de gestão pública do espaço urbano que não tem se mostrado capaz de assegurar o cumprimento da boa técnica de execução dos mosaicos em pedra portuguesa, nem a manutenção adequada das calçadas. Desde há milhares de anos (reparem: eu disse milhares de anos!) os mosaicos feitos com pedras calcárias multicoloridas são utilizados como revestimentos artísticos de paredes, colunas e pisos em todos os cantos do mundo. Trata-se, portanto e na melhor das hipóteses, de um julgamento apressado condenar este tipo de revestimento, cuja recorrência ao longo da história das cidades se revela de modo sistemático e persistente”, opina o arquiteto e professor Cristovão Duarte.

Calceteiro

Atualmente, o Rio de Janeiro possui cerca de 1.200 milhões de metros quadrados de calçamento em pedras portuguesas. Para fazer a manutenção, existe uma equipe de profissionais treinados para essa função. Com problemas ou não, as Pedras Portuguesas são muito cariocas.

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