História do Réveillon em Copacabana

O início dessa grande festa foi nos anos 1970. Em proporções bem menores, umbandistas iam para a Praia de Copacabana, vestidos de branco, para saudar Iemanjá com oferendas levadas ao mar antes da meia-noite

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Este ano, devido à pandemia causada pelo Coronavírus, a festa oficial de Réveillon em Copacabana será diferente. Mas a história está aí para ser lembrada. Conheça mais sobre esse evento, que é um dos maiores do mundo.

O início dessa grande festa foi nos anos 1970. Em proporções bem menores, umbandistas iam para a Praia de Copacabana, vestidos de branco, para saudar Iemanjá com oferendas levadas ao mar antes da meia-noite.

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Copacabana, anos 1970

Era bonito ver a orla ocupada pelos terreiros e a noite iluminada por velas. O furdunço não excluía ninguém. Conheço ateus, católicas, crentes, budistas, flamenguistas, tricolores, bacalhaus e botafoguenses que, por via das dúvidas, garantiam ano bom recebendo passes de caboclos e pretas velhas nas areias, com direito a cocares, charutos e sidra de macieira”, escreveu o historiador Luiz Antônio Simas.

Na década seguinte, em meados de 1980, também de forma discreta, começou a famosa queima de fogos. No extinto hotel Meridien, do alto dos 39 andares, uma cascata de fogos de artifício era lançada e descia pelo arranha-céu. Outros hotéis, vendo que essa ideia aumentava o movimento do turismo, passaram a adotar a prática. Com o passar do tempo, a festa só cresceu.

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No início dos anos 1990, a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, que à época era comandada por Cesar Maia, passou a dar uma organização maior à festa e fez a mesma ficar ainda mais imponente, instalando palcos para shows nas areias de Copa. O show de estreia, em 1993, contou com Jorge Ben e Tim Maia. O objetivo dos shows era evitar que todos saíssem ao mesmo tempo da praia, causando gargalos nas vias.

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Tim Maia e Jorge Ben

O sucesso foi duplo: a saída se deu de forma espaçada por 2 horas, sem o tumulto de antes. As críticas foram muitas, de que com isso o réveillon se descaracterizava, pois deveria ser uma festa religiosa junto ao mar, de queima de fogos e nada mais.

Rod Stewart em Copacabana História do Réveillon em Copacabana
Rod Stewart em Copacabana

No ano seguinte, o show de Rod Stewart bateu recordes de público e espaçou ainda mais a saída do réveillon por 3 horas. Finalmente, o Tributo a Tom Jobim – com Gal, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Paulinho da Viola – consolidou o Réveillon com shows. Mas havia a necessidade de transformar a queima de fogos num espetáculo da mesma qualidade. A queima de fogos foi criada pelos empresários Ricardo Amaral e Mariu’s e, ao lado, a cascata do Méridien.

Dos 8 a 10 minutos anteriores, o tempo foi dobrado para 20 minutos e a qualidade e diversidade dos fogos também. Um problema técnico na queima de fogos de 2000, gerando uma morte e vários feridos, terminou por exigir o uso de balsas, o que passou a ocorrer no réveillon 2001-2002. Finalmente ocorreu o previsto: o réveillon passou a concorrer com o carnaval na ocupação da rede hoteleira e passou a ser um atrativo turístico, o que não era até 1992.

Fogos eram feitos da areia História do Réveillon em Copacabana
Fogos eram feitos da areia

Em 2015, o tema foi o centenário do samba e os jogos Olímpicos Rio-2016. Seu Jorge e Zeca Pagodinho foram as principais atrações.

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Nos anos que se seguiram, mais grandes shows aconteceram em Copa. Este ano, infelizmente, não teremos a enorme festa de outras épocas. No entanto, que essa virada para o ano de 2022 traga de volta alegrias que essa pandemia nos tirou. Na medida do possível, um feliz ano novo para todos.

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7 COMENTÁRIOS

  1. O reveillon em Copacabana, ocorre desde muito antes de 1970. Era uma festa feita pelos moradores de Copacabana e de outros bairros da cidade, que vinham para a praia passar o reveillon. Cada um trazia o seu próprio fogo de artifício e seu espumante. As rodas de Candomblé eram muitas e se espalhavam por toda a orla. Cada uma maior que a outra. Muitas pessoas levavam flores que jogavam no mar, oferecendo-as a Iemanjá. Como normalmente eram famílias inteiras que ali, a meia-noite, acendiam seus rojões e foguetões, havia portanto um clima de muita confraternização. Era comum as pessoas, mesmo desconhecidas, se abraçarem e se desejarem “Feliz Ano Novo!”

  2. Quem é você pra falar mal do Rio. Você não soube do festival de pancadaria na orla da Praia de Camboriú, principalmente na Av. Atlântica ( genérica da Av do mesmo nome da principal em Copacabana? Foi briga generalizada pra todo lado aí. Eu vi ao vivo pelo YouTube. Se você não viu, busque na internet, ok?

  3. Quem é você pra falar mal do Rio. Você não soube do festival de pancadaria na orla da Praia, principalmente na Av. Atlântica ( genérica da Av do mesmo nome da principal em Copacabana? Foi porrada pra todo lado aí. Eu vi ao vivo pelo YouTube. Se você não viu, busque na internet, ok?

  4. SOLANGE ! Você dizer que o réveillon de Balneário Camboriú vai desbancar o do Rio por causa da violência? Você soube do festival de brigas na Praia? A avenida Atlântica ( de Balneário) claro, virou uma praça de guerra. Aliás vocês adoram imitar o Rio em tudo. Até nos nomes.”Avenida Atlântica” “Barra”. Criem alguma coisa. Qualquer dia vai ter aí Ipanema, Leblon etc..

  5. Infelizmente a festa vai perdendo o seu brilho e tende a acabar um dia por causa da violência. O que se viu nesse ano foi um verdadeiro descaso das autoridades. Doido é quem vem pra essa festa pra ser assaltado e até perder a vida. O réveillon de balneário Camboriú vai desbancar o Rio. Se liga nisso.

  6. Bom dia,a. Queima de fogos era feita na areia,eu era moleque da Zona Sul e assistia a preparação e naquela época não havia balsas nem acidentes.Era um espetáculo bonito que foi crescendo e depois virou o que podemos ver hoje.

  7. Errado quanto ao início ser a cascata no Hotel Meridien.
    O primeiro evento ocorreu em frente ao Copacabana Palácio e no ano seguinte o Hotel Meridien promoveu a cascata.
    O ano ao certo não lembro. Acredito que em 1982 ou 1983.

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