Homofobia: o que os times estão fazendo para lutar contra o preconceito?

O esporte é um importante palco na luta contra a discriminação

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Primeiramente é necessário dizer o que é homofobia. A homofobia acontece a partir de todo e qualquer tipo de preconceito ou atitude discriminatória contra pessoas atraídas pelo mesmo gênero.

A criminalização da homofobia no Brasil aconteceu em 2019, graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A pena prevista gira em torno de 1 a 5 anos de prisão.

Homofobia no Brasil

Por dia, acontecem cerca de 22 agressões contra LGBTs em solo brasileiro. A cada hora, um LGBT é agredido. O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo, pelo 12º ano consecutivo.

Os números e fatos acima foram obtidos por meio de uma pesquisa realizada pelas seguintes instituições, e com base nos dados do SUS (Sistema Único de Saúde):

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  • Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
  • Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS);
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  • secretarias de Atenção Primária e de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde;
  • Trans Murder Monitoring.

Homofobia no futebol

Esses números ajudam a evidenciar um grave problema de nosso país: a homofobia. Ela está presente em todos os lugares e, consequentemente, há homofobia no futebol.

Faça um rápido exercício mental, e tente lembrar quais jogadores são gays assumidos. E aí, conseguiu lembrar? Não, né?

Afinal, o futebol é um ambiente machista e homofóbico. Infelizmente, os jogadores possuem receio de se tornarem alvos da torcida e até mesmo de perderem o emprego.

Um caso recente, e bem conhecido, ilustra o cenário da homofobia no futebol.

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Foto: Bianca Cardoso/Flickr

Um áudio de Flávio Koury, conselheiro do Sport, clube da primeira divisão, ganhou repercussão. Diga-se de passagem – repercussão negativa.

Koury fez ofensas homofóbicas contra Gil do Vigor, ex-participante do Big Brother Brasil, que foi convidado pelo Sport a conhecer o estádio Ilha do Retiro, e presenteado com uma camisa do clube pernambucano.

“1,2 milhões [sic] de pessoas achando que o Sport só tem viado, só tem bicha. Vai vender é camisa. A viadagem todinha vai comprar. Vai ser lindo! Se ele tivesse feito a dancinha na casa dele ou no bordel, eu não estava nem aí. Foi dentro da Ilha do Retiro, né rapaz? Isso é uma desmoralização! Isso é ausência de vergonha na cara. É isso que estamos vivendo”, afirmou o conselheiro.

Depois disso, as redes sociais foram inundadas com mensagens de repúdio às falas de Koury. Personalidades, como o ex-presidente Lula e o político Ciro Gomes, enviaram mensagens de apoio a Gil e também reprimiram os comentários do conselheiro.

No jogo seguinte ao ocorrido, os jogadores do Sport comemoram o gol da equipe com a dança “Tchaki Tchaki”, uma das marcas de Gil.

Além disso, Romero Albuquerque, deputado estadual e conselheiro do Sport, pediu o desligamento de Flávio Koury.

Todas as ações realizadas após o ataque transmitem uma mensagem bem clara: não existe mais espaço para a homofobia no esporte e na sociedade.

FIFA declara guerra à homofobia

A FIFA também faz coro contra o preconceito. No ano de 2019, houve uma alteração no Código Disciplinar da entidade, que são as leis do futebol mundial.

O artigo 13.1 começa com a seguinte frase: “a FIFA declara guerra à homofobia!” E impõe as seguintes punições aos envolvidos em atos homofóbicos:

  • 10 partidas de suspensão ao jogador;
  • Multa de 20 mil euros ao clube;
  • Árbitros podem encerrar a partida em caso de homofobia.

Existe um ranking que aponta os países mais homofóbicos do futebol. Em 2018, o Brasil estava na 6ª posição, com 5 punições.

O que é feito para frear a homofobia no futebol brasileiro?

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ainda precisa fazer muito contra a homofobia.

Sabendo disso, em janeiro de 2020, a Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão pertencente ao Ministério Público Federal (MPF), enviou um ofício à CBF e ao Conselho Nacional de Esportes (CNE) clamando por medidas de combate à homofobia em competições esportivas, incluindo o futebol.

Desse modo, a CBF necessita se adequar às normativas que criminalizam a homofobia. Além disso, o PFDC pede campanhas de conscientização por parte da CBF.

Os clubes, por sua vez, ainda tem atuação tímida. As manifestações ocorrem apenas em datas comemorativas, como no dia 17 de maio, o Dia Internacional contra a homofobia.

Mas nem todos são assim. O Bahia é referência em combate a descriminação. Contrata pessoas trans, aceita o nome social na carteirinha de sócio e criou o Núcleo de Ações Afirmativas.

Já o Estatuto do Torcedor, Lei Federal que se refere a segurança, regras e transparência das competições, proíbe cantos ou atos discriminatórios vindos das arquibancadas.

Todas as mudanças que o futebol vem sofrendo para frear preconceitos, evidenciam uma evolução no esporte. Os passos são lentos, mas estão acontecendo. A KTO apostas esportivas afirma que é contra qualquer tipo de preconceito.

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