Hospital Estadual da Criança, no Valqueire, atinge a marca do 100º transplante renal

O 100º transplante do HEC coloca a unidade em um patamar de excelência nessa categoria, entre os principais hospitais de referência do país

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No dia 29 de julho deste ano, Marcos Rosemberg da Silva, de 17 anos, passou a ter duas datas de nascimento. A primeira do cartório, em 2004, quando nasceu e a segunda com a realização do transplante renal no Hospital Estadual da Criança (HEC). Foi o 100º transplante do HEC, o que coloca a unidade em um patamar de excelência nessa categoria, entre os principais hospitais de referência do país. A boa notícia abre o Setembro Verde, mês em que se destaca a importância da doação de órgãos para salvar vidas.

Após um ano e meio de espera por um órgão compatível, a busca por um rim chegou ao fim para o adolescente do Jacarezinho, que sofria de Síndrome Nefrótica (caracterizada por um distúrbio nos rins que provoca a perda de altos níveis de proteínas pela urina). O transplante durou cerca de três horas e mobilizou dez profissionais de saúde (cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, entre outros). No dia 24 de agosto, o paciente voltou à unidade, depois da alta, para consulta e exames de rotina.

O Brasil é o primeiro país do mundo em número de transplantes de órgãos feito pelo sistema público de saúde. No Hospital da Criança nos especializamos também em transplantes renais pediátricos de baixo peso, que são os que têm menos de 15 quilos. Por isso, temos tido grande demanda. O centésimo caso foi o Marcos, com o transplante renal. Fico muito feliz em poder ajudar as pessoas e honrado de participar dessa equipe de profissionais comprometidos com a excelência de atendimento do SUS. É emocionante ver a quantas crianças conseguimos dar uma chance de vida – ressalta Ricardo Ribas, coordenador de cirurgias de Transplantes Renais do HEC.

Mesmo com a pandemia, o Hospital da Criança nunca deixou de realizar uma cirurgia de transplante por falta de profissional ou pelo momento delicado da doença.

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Sempre mantivemos o foco e a disposição para trabalhar, não importa a hora nem o dia. O que vale são as histórias que continuam a ser escritas nas vidas dos nossos pacientes – afirmou o diretor de Qualidade do hospital, o médico Lúcio Abreu.

O HEC atende crianças e jovens de 0 a 19 anos, sendo a primeira unidade pública pediátrica no estado voltada para cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento oncológico e transplante renal e hepático. Acreditada com o Nível 03 de Excelência na segurança do paciente pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), desde sua inauguração, já foram realizados cerca de 77.794 procedimentos cirúrgicos, 295.049 consultas, 219 transplantes (119 hepáticos e 100 renais).

Ao longo do mês de setembro, para reforçar para a população a necessidade da doação de órgãos para salvar vidas, a Secretaria de Estado de Saúde promoverá uma série de ações, que culminarão no dia 27, data nacional da Doação de Órgãos, quando mudas serão plantadas no Hospital Alberto Torres, onde há o Jardim do Doador. A ação fortalece a mensagem de que a doação, da mesma forma que as plantas, dão frutos e flores.

Importantes prédios do estado também serão iluminados com a cor verde, símbolo da doação de órgãos. O primeiro será o Palácio Tiradentes, nesta terça-feira (31), e no dia 2 de setembro será a vez do principal cartão postal do estado, o Cristo Redentor. Dia 24 será a vez do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, e no dia 27, os Arcos da Lapa, a Igreja da Penha e o Maracanã e outros.

PET é referência na captação de órgãos no Brasil

Criado em 2010, o Programa Estadual de Transplantes (PET) realiza a captação de coração, fígado, rim, pâncreas, pulmão, pele, córnea, etc. Em 11 anos, o programa foi responsável pela renovação da vida de mais de 6.900 pessoas por meio de transplantes de órgãos sólidos (categoria que engloba os transplantes de fígado, pulmão, intestino, rim, pâncreas e coração) e recuperou a saúde de inúmeros pacientes com transplantes de ossos, ligamentos e pele.

Em 2020, 1074 transplantes foram efetuados, sendo 376 córneas e 698 de órgãos sólidos, sendo 22 de coração; 270 de fígado; 384 de rins; além de um transplante simultâneo de coração e rim; 10 de rim e fígado; e 12 de rim e pâncreas. O Estado do Rio ocupa o 3º lugar em número absoluto de doadores no ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

De janeiro a julho de 2021, foram realizados 748 transplantes de órgãos, sendo 346 córneas transplantadas, 14 corações transplantados, 157 fígados, 220 rins; além de 9 cirurgias simultâneas de rins e pâncreas, 1 simultânea rim e coração, 2 simultâneas rim e fígado, 1 transplante triplo de rim, fígado e coração e uma multivisceral (fígado, pâncreas e intestino transplantados simultaneamente) e um transplante paratireóide.

Em 2019, foram 1.335 transplantes, sendo 533 de córnea; 22 de coração; um de coração e rim; 510 de rim; e 269 de fígado. Em 2018, foram 723 transplantes. Desses, 23 foram transplantes de coração, 264 de fígado e 436 de rim.

Transplante de pulmão volta a ser realizado no Estado do Rio de Janeiro

Há 15 anos, não se fazia transplante de pulmão no estado. Neste ano, em julho, a Secretaria de Estado de Saúde habilitou a equipe de transplante de pulmão do Instituto Nacional de Cardiologia. Com a capacitação, o Rio de Janeiro passou a ser o terceiro estado do país a realizar esse tipo de transplante.

Em 2020, ao menos 50 pessoas pelo país foram beneficiadas por um único doador de órgãos, que após acidente de moto foi levado para o Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo. Daí, a importância de se incentivar a doação.

Para fazer a doação dos órgãos é preciso informar o desejo à família, pois a doação só ocorre com a autorização dos parentes próximos.

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