Igrejas tombadas do Rio são vendidas ‘aos pedaços’, ilegalmente, em leilões de arte do Rio e SP

Anjos, talhas, lustres e rocailles foram arrancados das paredes de histórica igrejinha da rua do Ouvidor, com uso de serrote e deixando marcas grosseiras. As pecas - tombadas - acabaram sendo vendidas em leilões de arte. Neste momento, mais duas das peças que podem ter sido afanadas da capela se encontram acauteladas e sob investigação da PF

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2 dos 20 Anjos que forram arrancados dos cortineiros da Igreja dos Mercadores: foram vendidos em leilão de arte em 2013 - Os anjos foram arrancados com serrote da Igreja tombada de 1750 / Foto: Reprodução do Catálogo de Leilões Salles & Von Brusky

Recentemente, itens valiosos em prata de lei subtraídos de duas igrejas históricas do Centro do Rio – Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores e Nossa Senhora do Monte do Carmo – além de dois imensos tocheiros da catedral de Belém (PA), foram apreendidos pela Polícia Federal após uma ação conjunta da Provedoria da Irmandade dos Mercadores e do IPHAN. Os objetos tombados recuperados, avaliados em mais de 400 mil reais, já foram devolvidos ao culto católico. Mas ainda não se tem informações sobre as investigações que tentam explicar como estes bens, encontrados na reputada casa de leilões Dagmar Saboya, acabaram saindo dos templos. O caso ficou célebre e acabou alvo de um recente editorial do jornal O Globo.

O achado, no ano passado, e a devolução dos objetos às igrejas, deflagraram uma grande pesquisa e um inventário detalhado que estão sendo levados a termo pelo provedor da Igreja dos Mercadores, Cláudio André Castro, que com sua equipe já identificou mais de 300 objetos desaparecidos. O que choca é que alguns destes objetos foram arrancados da ornamentação fixa da igrejinha da Ouvidor – “serrados fora” – entre 1987 e o ano de 1999. “Foi possível identificar que os anjos e lustres roubados, arrancados grosseiramente das paredes pelos criminosos, sumiram entre a publicação do livro Barroco Carioca, de Julio Cesar Machado e o restauro de 1999, realizado com recursos do BNDES“, explica Castro, que conseguiu montar um banco de dados com fotos da igreja em 1947, 1985, 1987 e o ano 2000 e cumpre a promessa de que a pesquisa não ia parar nas peças devolvidas este ano. É um “jogo dos 300 erros”, diz, citando que os desaparecimentos incluem lustres, arandelas, armários, imagens, e muitas riquíssimas peças em prata de lei. A delegada responsável pelas apreensões foi Paula Mary Reis Gonçalves, cuja ida para a delegacia de patrimônio histórico trouxe mais celeridade à caçada pelas peças desaparecidas.

Depois da apreensão das peças de prata em Copacabana, ainda não se tem notícia do que a Polícia Federal fez com a informação que recebeu da Casa de Leilões acerca de quem eram seus proprietários, se é que fez algo. E também não se sabe se a autoridade policial visitou a casa dos donos das peças para ver se haveria mais de onde tantas saíram, ou se sequer solicitou à justiça acesso à residência de onde saiu tanta arte sacra desaparecida. Informações de coxia no mercado de artes dão conta de que as peças da Lapa dos Mercadores pertenceriam a um grande e conhecido colecionador de pratas e porcelanas da Companhia das Índias falecido nos últimos anos, mas o fato não foi confirmado oficialmente. Porém, a equipe da pequena igrejinha da Ouvidor resolveu ir a campo e revirou registros de leilões online na internet atrás de mais peças desaparecidas.

Depois de milhares de horas de busca, descobriu-se que os anjinhos arrancados dos cortineiros (“sanefas”) das tribunas de honra da igreja – foram extirpados 20 destas peças, com serrote, deixando marcas grosseiras e vãos na decoração – foram mesmo parar no mercado ‘frio’ de arte. Um único par foi leiloado no dia 15 de outubro de 2013 na Casa de Leilões Salles e Von Brusky, dos marchands Ricardo von Brusky e Miguel Salles, que hoje não atuam mais em conjunto mas mantém reputados escritórios de arte, em separado. Os querubins foram vendidos pelo equivalente a dois mil e trezentos dólares, à época. Na ocasião, eram descritos como “par de talhas de madeira esculpida e policromada representando anjos e rocailles. Brasil. Século XVIII” (fotos abaixo). Destino semelhante devem ter tido os monumentais lustres de parede (um total de 6) em madeira e ouro, que ainda estavam na Igreja em fotos de 1986.

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Um total de 20 talhas com ‘rocailles’ e cabeças de anjo foram serradas fora – arrancadas – da ornamentação da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no Centro do Rio / Foto: Reprodução de Catálogo de Leilão
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Acima, um dos cortineiros da Igreja dos Mercadores, onde se nota que entre as talhas das extremidades e a do meio, faltam elementos, serrados sem qualquer cuidado e arrancados por criminosos do templo tombado. São 10 cortineiros vandalizados. / Foto: DIÁRIO DO RIO
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Na foto de 1947, do acervo da Irmandade, vê-se um anjinho no seu local original, na sanefa – Foto: DIVULGAÇÃO

A igreja é tombada pelo Iphan no chamado Tombo de Belas Artes; ou seja, todo o acervo que pertence a ela é tombado, inclusive todos os objetos que a guarneciam no momento do tombamento, em 1937; isso inclui até cálices, sinetas e coisas simples como apagadores de vela de época, significando que nem mesmo quem assina pela irmandade para vender um imóvel ou contratar um empregado tem poder de alienar nada que fazia parte da igreja no dia em que foi declarada patrimônio cultural do povo brasileiro. Considera-se mutilação ilegal retirar qualquer coisa que faça parte da templo. A estimativa é que tenham desaparecido cerca de 300 itens ainda sem destino conhecido, um prejuízo de mais de R$5 milhões, segundo a Irmandade. Só tocheiros brunhidos a ouro, sumiram mais de 80. São imagens, coroas, cálices, tocheiros, monumentais cruzes e varas de prata, armários, lustres, cadeiras e até mesmo as cabeças de anjo que foram serradas de dentro da capela. Um inventário interno muito completo foi feito em 1945, que tem servido de base para que a instituição produza uma grande relação de ítens desaparecidos; além disso, existe um álbum fotográfico com parte das peças, de 1947, e também o arquivo do Iphan, que fotografou a Igreja no detalhe. O provedor também encontrou cerca de 150 negativos, que revelou, mostrando como era o templo antes dos gatunos e espertalhões retirarem as peças. Como a igreja é um bem tombado, Daisy Ketzer, da Comissão de Patrimônio da Arquidiocese do Rio, reitera que todos os itens pertencentes a ela são tombados. “Os primeiros tombamentos aconteceram a partir de 1938, após a criação do Sphan atual Iphan. Todos os primeiros tombamentos foram com ‘porteira fechada’, ou seja, todo o conteúdo também foi tombado, pratarias, alfaias, pinturas a óleo etc. Caso das igrejas históricas do Centro do Rio. As retiradas podem ter ocorrido no passado, mas hoje nossos padres são preparados para ter este olhar sensível na proteção do patrimônio, com formação de padres, com mestrado e doutorado na área”, garante Daisy. Um grande diferencial, como bem citou o editorial de O Globo, é que as peças da Irmandade dos Mercadores possuem quase sempre o monograma AM (de Auspice Maria), com a coroa em cima, gravado ou estampado.

É obrigação de qualquer Casa de Leilões liberar para a Polícia Federal a informação sobre o dono da peça, sob pena de assumir o profissional responsável a obrigação de explicar como mercadoria roubada foi parar em seus catálogos. A questão é: o que a PF tem feito com esta informação, e que tipo de inspeção tem feito o Iphan dos catálogos de leilões de arte em todo o país? Todos os leiloeiros são obrigados a encaminhar os catálogos antes de realizar os leilões, e, segundo especialistas, o fazem. Mas terá o órgão fiscalizador pessoal suficiente para analisar tantos leilões, num mundo em que os leilões on-line chegam a ser dezenas por dia? Alguns casos são muito flagrantes, como o de um Lampadário de Prata que a própria casa de leilões teve o cuidado de informar que pertencia à Capela do Carmo, no Rio de Janeiro. A Capela do Carmo fica na Igreja de Nossa Senhora da Antiga Sé, na rua Primeiro de Março. Em 25/08/2018 a paulista Villa Antica leilões vendeu por R$ 25.000,00 a peça, sem esconder sua procedência:

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O catálogo da Villa Antica mencionou claramente a procedência do bonito lampadário de prata. Mesmo assim ele foi vendido por R$ 25.000,00. / Foto: Catálogo da Casa de Leilões

Embora estes leilões e as vendas tenham ocorrido em 2013 e 2018, é possível obter o nome dos comitentes e dos compradores na época, e com este dado a Polícia pode fazer a apreensão das pecas, onde quer que estejam, pois a ligação entre as pecas tombadas e a igreja tutelada pelo Patrimônio Histórico Nacional é perpétua.

Agora, no mês de janeiro de 2025, a Polícia Federal está investigando uma ‘estante de missal’ (ou atril), em prata de lei e madeira, com um imenso brasão igual ao da Irmandade dos Mercadores. A ‘mercadoria’ se encontra acautelada – foi a leilão em Campinas/SP, em Junho de 2024 – e foi vendida por cerca de 20 mil reais a algum colecionador pelo escritório de arte Dargent Arte & Leilões. Num dos pés, se refere à Mesa de 1862 (o que comprova, segundo especialistas, que pertence a alguma irmandade, pois a figura da mesa administrativa ou regedora é uma autoridade exclusiva destes entes), e no outro pé, aparenta ter sido apagado o nome da irmandade, pois entre os louros onde comumente se escreveria o nome da igreja, nada está escrito (foto abaixo). “O atril deverá ser periciado pela Polícia Federal, e seu dono deverá buscar alguma outra explicação lógica para a simbologia de uma irmandade mariana, e a referência à sua Mesa administrativa, estarem na peça“, explica o provedor. A suspeita foi levantada pela irmandade e acolhida pelo Iphan, que denunciou o fato à Polícia Federal. Enquanto isso a peça está com o leiloeiro, longe da sua função e local originais. Também um Porta Paz em prata de lei com o monograma AM Coroado se encontra acautelado a pedido da irmandade e do Iphan; este foi a leilão em Julho de 2024, e também aguarda perícia e investigação da PF.

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O Atril (ou estante de Missal) em prata, com o emblema AM Coroado característico da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores e o claro apagamento dos dizeres que se encontrariam no meio dos louros do lado esquerdo se encontra acautelado e aguardando perícia do Iphan. Os dizeres “Mesa de 1862” demonstram, segundo especialistas, que a sua origem só pode ser de uma Igreja de Irmandade Católica (Foto: Reprodução do Catálogo do Leilão)

Para fazer frente a todo este grande movimento de recuperação da arte colonial e conscientização dos profissionais que trabalham com a compra e venda destes objetos históricos, o Iphan realizou a atualização do seu sistema de Bens Culturais Procurados, e lançou na semana passada uma versão muito mais fácil de usar, com diversos filtros que vão facilitar a comercialização destas peças, sem o medo de estar-se vendendo algo cuja venda seja proibida. Só para a construção da avenida Presidente Vargas, diversas igrejas históricas foram demolidas e suas peças foram legalmente vendidas, não havendo qualquer óbice em comercializar suas peças, assim como inúmeras outras que pertenciam a oratórios e capelas particulares de mansões, fazendas e até mesmo palacetes do passado distante. O que não se pode é tocar nas peças tombadas e que sejam vinculadas às coleções permanentes de templos tutelados pelo Iphan. “É o uso correto do sistema do BCP e outros sistemas análogos, aliado ao conhecimento das simbologias utilizadas pelas diversas igreajas e irmandades que tira das trevas o comerciante e o colecionador de artes. O Iphan precisa promover encontros e se aproximar deste mercado, até porque os colecionadores são responsáveis pela preservação, também, da memória brasileira. Tem coisa que só existe porque eles guardaram. Não são inimigos do patrimônio. Mas é preciso conscientizar, ensinar e divulgar, para que este mercado não seja visto como uma caixinha de surpresas“, diz o provedor da Irmandade dos Mercadores.

Procurado, o Iphan enviou a seguinte nota: “O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que apoia e trabalha pela restituição das peças e que tem obtido grandes resultados na recuperação de bens procurados. O êxito é motivado, entre outros fatores, pela parceria estabelecida com proprietários (como a Irmandade da Lapa dos Mercadores e a ArqRio), a Polícia Federal e o próprio mercado. O Iphan acredita que o comércio de itens com valor histórico se consolida e se desenvolve na medida em que a procedência de seus objetos é autenticada pela lisura e pelo diálogo. De acordo com a Instrução Normativa nº 01/2007, a Portaria IPHAN nº 396/2016 e os arts. 26 e 27 do Decreto-Lei 25/1937, os negociantes devem informar ao Iphan sobre bens postos à venda entre antiguidades e congêneres para que, no âmbito de suas superintendências estaduais, o Instituto possa realizar a análise dos avisos. Contudo, há peças que foram subtraídas há bastante tempo e torna-se difícil conhecer todo o caminho percorrido, se foram alvo de venda, doação e mesmo se a posse foi de boa fé ou não, entre outros fatores.  Importante ressaltar que as verificações feitas não evitam roubos, mas sim ajudam a encontrar as peças. A prevenção é outra vertente na qual o Iphan trabalha por meio da educação patrimonial. Nesse sentido, além das ações de fiscalização cotidianas, o Instituto já atua em ações de capacitação em parceria com as juntas comerciais, reunindo antiquários, leiloeiros e colecionadores. Destaca-se que a investigação das subtrações compete à Polícia Federal”.

A reportagem do DIÁRIO DO RIO procurou, por email, a assessoria da Polícia Federal, e dos escritórios de arte Von Brusky, Miguel Salles e Villa Antica, mas nenhum deles respondeu até a publicação desta matéria. O espaço fica aberto para a manifestação de todos.

O Caso dos Furtos sucessivos na Igreja do Carmo na Primeiro de Março

Um caso emblemático é o desaparecimento sucessivo e repetido de pecas sacras de uma das igrejas com acervo mais rico do país, a Igreja do Carmo, que pertence à uma Associação de Fiéis, a Ordem Terceira do Carmo, dona do oratório que acabou de ser restaurado após 26 anos em semi-ruína. A igreja se encontra interditada há anos e com vazamentos, cupins e infiltrações, além de problemas elétricos. Trabalho sobre os furtos de obras de arte do pesquisador Raphael João Hallack Fabrino traz informações valiosas sobre o repetido saque à igreja da Rua Primeiro de Março, de onde sumiram as agora reaparecidas sacras que estavam no BCP. Os “extravios” começam em 1993, quando os bens do acervo chegavam ao impressionante número de 1.000 peças. A 30 de novembro de 1993 uma reportagem no Jornal do Brasil mostrava que dois tocheiros da igreja iriam ser leiloados em São Paulo, com lance mínimo de vinte e cinco mil dólares. O leiloeiro na época colocou a boca na botija e disse que as pecas eram da loja Porto Real Antiguidades, aqui do Rio. A mesma matéria falava do furto de outras peças da igreja, mencionando três lampadários enormes de prata. No dia 1° de dezembro do mesmo ano, o Secretário Geral da Igreja, Armindo Diniz (que hoje ainda integra a instituição), disse que os tocheiros haviam desaparecido há três anos; disse que a igreja foi vítima de “vários furtos”, mas não sabia precisar sua quantidade ou o tamanho dos prejuízos.

Agentes da PF e funcionarios do Iphan entregam obras ao religioso Armindo Fernandes Dinis – Divulgacao e Tempo Real Igrejas tombadas do Rio são vendidas 'aos pedaços', ilegalmente, em leilões de arte do Rio e SP
Agentes da PF e funcionários do Iphan entregam obras que constavam no Banco de Bens Culturais Procurados do Iphan e estavam à venda num antiquário ao secretário da Ordem Terceira do Carmo – Divulgação e Tempo Real

Em 1994, numa nova visita ao templo carmelita, foi notado o sumiço de mais peças, como outros quatro tocheiros, três lampadários que haviam sido substituídos por outros de latão, e vários outros objetos como pinturas, espelhos, ânforas, etc. Na visita seguinte, a fiscal do Iphan teria encontrado diversos ambientes completamente vazios e mais peças desaparecidas, assim como constatou que os funcionários encarregados de cuidar do acervo haviam sido mudados. E algo bem curioso havia acontecido: por alguma razão, dentro da mesma igreja, as coisas tinham sido mudadas de lugar, dificultando a conferência das peças.

Em 8 de abril do mesmo ano, um episódio marcante ocorreu quando a vice-priora do noviciado teria barrado a vistoria das caixas fortes do templo, alegando primeiro a falta da chave, depois a ausência do prior e por fim a realização de um casamento na igreja como justificativas. Em 13 de abril, segundo o texto de Fabrino, finalmente foi possível realizar a vistoria. Nesse dia, os técnicos do IPHAN foram recebidos pelo prior (espécie de presidente), secretário geral e vice-priora da Ordem, que permaneceram no local por aproximadamente 30 minutos. Durante essa vistoria, surgiram informações cruciais: o prior expressou descontentamento em relação aos técnicos do IPHAN, questionando a vistoria anterior e a autenticidade das credenciais apresentadas.

Além disso, descobriu-se o desaparecimento de algumas peças de grande porte. Curiosamente, registros apontaram que a igreja já havia comunicado o furto de peças não especificadas em outubro de 1993, bem como o furto e a substituição dos lampadários de prata e o desaparecimento da Eça em 8 de novembro de 1993. No ano seguinte, um dossiê detalhado listou a impressionante cifra de 227 objetos desaparecidos na igreja. Esse número aumentou para 229 com a inclusão da imagem e do crucifixo relatados pela museóloga Eleonore Ana Leite.

No início de 1995, durante uma vistoria de rotina em junho, foram constatados mais cinco objetos desaparecidos, incluindo pinturas com molduras entalhadas por Mestre Valentim e pares de arandelas em metal dourado. Em setembro de 1995, uma nova vistoria revelou o furto de vinte e cinco novos objetos, além da recuperação de três bens que foram reintegrados ao acervo da igreja. Nesse contexto, a Delegacia Fazendária da Polícia Federal na época estava conduzindo investigações para desvendar uma possível quadrilha especializada envolvendo leiloeiros, colecionadores e comerciantes na compra e venda de objetos de Arte Sacra. A igreja segue caindo aos pedaços e, surpreendentemente, conseguiu junto à Superintendência do Iphan do Rio de Janeiro um prazo de nove anos para começar as reformas necessárias, após intervenção do deputado federal Reimont.

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1 COMENTÁRIO

  1. Sempre tem a Ordem Terceira e a Rachid envolvida nessas coisas, tem outra matéria no globo que acha pelo titulo ” Da ruina dos templos a ruína institucional de irmandades” que fecha completamente essa matéria, mostrando que muita dessas intens desaparecidos, e a maioria durante a pandemia foram vendidas, e está em Berlim, e exatamente a provedora responsável é conivente, conforme a matéria. Fora que eles alugam imoveis doados para seus “funcionários ” que na verdade são os laranjas, que tem função dentro da irmandade, eles sublocam e criam golpes aos locatários. Mas se escondem atraves dos nomes irmandades, mas são gente de baixo escalão e criminoso.

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