Casarão no Catete onde funcionava megaloja da Leader ganhará supermercado Zona Sul

Prédio histórico foi construído no século XIX e tem quase 4 mil metros quadrados; Grupo Zona Sul alugou o espaço para transformá-lo em uma unidade de sua tradicional rede de supermercados, e pagará 2,6 milhões de reais de aluguel por ano

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A Leader Catete fica num prédio histórico sensacional, que sediou a antiga loja de móveis Renascença, ícone do Rio Antigo.
Imóvel histórico localizado no cruzamento das ruas do Catete e Corrêa Dutra - Foto: Reprodução

O imóvel histórico que ocupa o movimentado cruzamento das ruas do Catete e Corrêa Dutra, onde entre 2009 e 2020 funcionou uma loja Leader, virará uma unidade do supermercado Zona Sul. O prédio em questão foi construído em 1875, tem quase 4 mil metros quadrados e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1962.

De acordo com informações obtidas pelo DIÁRIO DO RIO, o imóvel pertence atualmente à RB Capital, um fundo imobiliário com diversas propriedades. O local estava desocupado desde 2020, quando a pandemia de Covid-19 levou a Leader a atrasar o aluguel, adiantando, assim, o encerramento do contrato. O Grupo Zona Sul, que administra a tradicional rede de supermercados, fechou contrato de 10 anos, mas só precisará pagar o aluguel daqui a 12 meses. A empresa gastará cerca de R$ 2,6 milhões anualmente para ocupar o imóvel.

Vale ressaltar que, em todo esse tempo de desocupação, o fundo imobiliário chegou a atrair o interesse da Riachuelo, famosa rede de lojas de departamento e vestuário, mas a varejista desistiu de ocupar o imóvel em 2022 devido à burocracia para realizar obras em um prédio tombado.

O DIÁRIO DO RIO tentou contato com o Zona Sul para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. A reportagem será atualizada caso a empresa queira se manifestar (conferir no fim do texto).

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História

O prédio é uma pérola do Rio Antigo, tendo sido construído no século XIX para ser o Hotel Carson’s, de acordo com informações do blog ”Saudades do Rio”.

O hotel em questão era o preferido dos ingleses quando vinham ao Rio. Segundo o blog, o Carson’s, além de um piano que ”alegrava a muitos e exasperava a outros”, já oferecia a seus hóspedes aquilo que à época se considerava a ”maravilha das maravilhas”: o telefone de número 5125.

Ademais, o custo das refeições no final do século XIX no Carson’s era de 2 mil réis pelo almoço, variando de 2.000 a 3.000 réis o jantar. Curiosamente, o custo da alimentação completa (almoço + jantar) era superior ao da hospedagem, já que o preço da diária completa do hotel, na referida época, era de 6.000 réis. Depois do Carson’s, mais dois hotéis ocuparam o imóvel, porém, sem o mesmo glamour.

Após o uso hoteleiro, o prédio, que foi propriedade do Barão de Mesquita, acabou se tornando a famosa loja de móveis Renascença, que permaneceu no local por décadas, até encerrar suas atividades em 1999.

Posteriormente, o prédio entrou em total estado de abandono, até que uma operação imobiliária bastante complexa assumiu sua restauração para ser utilizado pela Leader. Especialistas em urbanismo, inclusive, afirmam que, exceto por reclamações de vizinhos devido ao som alto de seus locutores, a ocupação do imóvel pela loja de magazine foi bastante benéfica para o local. A Leader hoje se encontra em recuperação judicial, com graves dificuldades financeiras.

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2 COMENTÁRIOS

    • Concordo, é melhor deixar o imóvel abandonado para que cracudos e mendigos o ocupem e ali façam (mais) uma favela!
      Mas existem outras benesses! A saber: proliferação de ratos, pombos e muita sujeira altamente salutar e benéfica para a saúde das pessoas que moram no entornos desses imóveis!
      Outros aspectos positivos da sua idéia de acabar com propriedade imóvel em nome dos fundos são a falta de manutenção e conservação e a queda de rebocos em áreas públicas colocando em risco a vida das pessoas!

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