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Imprensa alemã critica descaso com patrimônio cultural e histórico do Rio de Janeiro

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O jornal alemão Deutsche Welle, um dos mais respeitados veículos de comunicação da Alemanha, chamou a atenção para o crescente descaso com o patrimônio cultural do Rio de Janeiro, maioria dos casos foi denunciado primeiramente pelo DIÁRIO DO RIO. A publicação cita exemplos alarmantes, como o incêndio que destruiu o Museu Nacional em 2018 e o abandono de imóveis históricos ligados a figuras importantes como Carmen Miranda e Cândido Portinari.

A reportagem da Deutsche Welle começa relembrando o trágico incêndio que consumiu o Museu Nacional, há seis anos, e destaca que, mesmo após esse desastre, a negligência com o patrimônio histórico brasileiro continua alarmante. A previsão mais otimista para a reabertura parcial do museu é 2026, com a instituição precisando de R$ 95 milhões para concluir as obras de restauração. Além disso, o incêndio expôs a fragilidade de outros patrimônios culturais do Rio de Janeiro.

O jornal alemão faz menção ao estado de abandono de dois imóveis históricos no Rio: a casa onde Carmen Miranda viveu, localizada no Centro da cidade, e o antigo casarão de Cândido Portinari, na Zona Sul. Ambos os imóveis estão em ruínas, com o da cantora tendo parte do telhado desabado em julho deste ano. O mais alarmante é que ambos os imóveis são tombados pelo patrimônio histórico, mas a falta de manutenção e cuidados tem colocado essas relíquias culturais em risco.

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Em entrevista ao jornal, Laura Di Blasi, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), afirma que, apesar de os imóveis tombados serem de responsabilidade de seus proprietários, o poder público pode intervir com fiscalização, notificação e aplicação de multas em caso de irregularidades. No entanto, isso não tem sido suficiente para impedir o avanço da deterioração.

A prefeitura do Rio instalou 278 placas azuis em endereços históricos, entre bares, teatros, praças e prédios. Só na Nascimento e Silva, em Ipanema, há duas: uma no número 107 e outra no 378. No primeiro endereço, morou Tom Jobim (1927-1994), entre 1953 e 1962, e, no segundo, Renato Russo (1960-1996), entre 1990 e 1996.

Tombar não é a única e nem sempre a melhor opção. A solução pode ser dar um novo significado ao imóvel. Um bom exemplo é o Edifício A Noite, na Praça Mauá. O imóvel, que antes abrigou a Rádio Nacional, dará lugar a um condomínio de luxo. Ganha um novo uso ao mesmo tempo que preserva a memória e a cultura locais“, afirma Di Blasi.

O Deutsche Welle também destacou que o Rio de Janeiro, apesar de contar com incentivos para a preservação de seu patrimônio, tem enfrentado dificuldades em revitalizar esses locais históricos. Enquanto isso, cidades como Porto Alegre e Salvador têm encontrado maneiras de preservar e dar novos usos a seus imóveis culturais, como a Casa de Cultura Mário Quintana e a Casa do Rio Vermelho, que se tornaram centros de visitação e preservação da memória de Mário Quintana e Jorge Amado, respectivamente.

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Quintino Gomes Freire

Diretor-Executivo do Diário do Rio e defensor do Carioca Way of Life

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