A Meta Gallery, primeira galeria do Brasil totalmente voltada à arte tecnológica, recebe até o dia 30 de maio a instalação “In-Finito”, da artista Sabrina Barrios. A obra é o destaque da exposição “Em Toda Encruzilhada, um Portal”, com curadoria de Malu Fragoso, professora da Escola de Belas Artes da UFRJ. A mostra marca a estreia de Sabrina com uma individual inédita no Rio de Janeiro.
Especialista em instalações site-specific, Sabrina Barrios concebeu “In-Finito” especialmente para o espaço expositivo da galeria, localizada na Rua da Assembleia, 40, no Centro do Rio. A obra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, com entrada gratuita.
Na instalação, linhas brancas suspensas por grades de nylon ganham vida ao entrarem em contato com luzes ultravioleta. A experiência exige a presença física do visitante, que percorre os caminhos desenhados tridimensionalmente no espaço. “Os visitantes são convidados a navegar fisicamente nos portais ou trajetos, que são as formas geométricas da estrutura a qual constitui a instalação site-specific”, explica Sabrina Barrios.
Além da instalação principal, a exposição inclui pinturas, desenhos e esculturas, compondo um panorama da pesquisa da artista nos últimos anos. Radicada em Nova York, Sabrina é mestre em Belas Artes pelo Pratt Institute e formou-se em design gráfico pela UFSM, no Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, expôs em países como Espanha, Bélgica, Polônia, Finlândia, Azerbaijão, além de apresentar obras em São Paulo e nos Estados Unidos.
Sabrina propõe uma arte que ela define como voltada à tecno-ancestralidade — “um chamado para o momento presente, com consciência de nossas raízes e uma visão para mundos futuros”, afirma. Embora as obras possam parecer digitais à primeira vista, são analógicas e reforçam a importância do contato sensorial e presencial. “A tecnologia que uso é analógica e visa a aproximar, trazer o público para o presencial, para sentir a obra”, diz a artista.
As chamadas “desenhos no espaço” fazem parte de sua linguagem. “Conforme o público caminha ao redor e dentro da obra, esse desenho no espaço muda. É preciso ter um corpo físico para ver diferentes perspectivas da mesma instalação”, explica, referindo-se também à influência do artista holandês MC Escher. “‘In-Finito’ parece flutuar, porque foi criada em uma grade de fios de nylon. Eles sustentam as linhas brancas que brilham à medida que recebem as projeções de luzes UV”, completa.