Inea demole imóveis em praia de Paraty e gera críticas de caiçaras

Moradores e prefeito da cidade dizem que não foram notificados pelo órgão. Inea diz que imóveis foram construídos em área ambiental

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Paraty / Foto: Tripadvisor / Imagem ilustrativa

A demolição de imóveis na comunidade caiçara Saco do Mamanguá, no litoral de Paraty, na Costa Verde, entre os dias 1º e 3 deste mês, por agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), causou revolta nos moradores da praia, uma das mais conhecidas da região.

Na última segunda-feira (14) foi realizada uma reunião entre moradores e representante do Inea e do Instituto Chico Mendes (ICMbio) para discutir o assunto. Uma das participantes disse ao jornal O Globo que achou tudo “muito violento”.

Segundo o Inea, as construções estavam em área de proteção ambiental. Os caiçaras, no entanto, alegam que não foram previamente avisados.

Em entrevista à TV Globo, o presidente da Associação de Moradores e Amigos do Mamanguá, Gil Corrêa, disse que os moradores sabem que há algumas irregularidades. Ainda assim, desejavam uma posição formal do órgão.

“Por que os agentes do Inea chegaram desse jeito, com essa violência? A gente queria uma posição formal do órgão. A gente sabe que tem algumas coisas irregulares, sim. Mas nunca vieram aqui para informar o que a gente poderia fazer, o que poderia ser construído”, afirmou Gil Corrêa.

A ação do Inea, segundo o jornal, também era desconhecida do prefeito de Paraty, Zezé Porto, que acionou o Inea para suspender as demolições até que tome ciência da situação.

A Defensoria Pública fluminense, por sua vez, concedeu o prazo de 15 dias para que o Inea esclareça as dúvidas pertinentes à ação.

Por meio de nota, o Inea esclareceu que as demolições atingiram imóveis irregulares inacabados que seriam usados como estabelecimentos comerciais.

Segundo o documento, as construções estavam sendo erguidas na área da Reserva Ecológica Estadual da Juatinga. O órgão estadual disse que não demoliu casas, como afirmam os moradores.

Na nota, o Inea afirmou que a corregedoria do órgão foi acionada, não tendo identificado irregularidades nas ações empreendidas.

O órgão esclareceu que, na ocasião, também vistoriou uma casa, onde foi encontrado material para caça ilegal de animais silvestres.

O Saco do Mamanguá está localizado a 250 quilômetros do Rio. A região tem 3 praias e é como um fiorde de oito quilômetros, pelos quais se distribuem oito comunidades caiçaras, que vivem do turismo, da agricultura e da pesca.

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