A renomada artista plástica Iole de Freitas inaugura no dia 15 de março de 2025 sua nova exposição, “Fazer o ar”, no Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro. Com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, a mostra trará 16 obras inéditas, em que a artista segue explorando a relação entre volume e leveza, utilizando materiais como papel glassine e aço inox. A entrada é gratuita, e a exibição segue até 11 de maio de 2025.
Dentre os trabalhos apresentados, destacam-se os “Mantos”, esculturas monumentais feitas com papel glassine, algumas com quase quatro metros de altura. Conhecido por sua função de proteger obras de arte, o material é ressignificado por Iole para criar formas que evocam o movimento do ar. “Gosto de deslocar a funcionalidade das coisas, subvertendo-as: tomo a capa da coisa e faço dela substância da forma”, explica a artista. O processo de criação envolve a inflação do papel com ar, seguido de aplicação de água, areia e cola, que dão estrutura às peças. Algumas obras ainda recebem elementos adicionais, como cobre e pedras gipsitas.
Para Ferraz, os “Mantos” dialogam com uma tradição escultural antiga. “O efeito simulava na pedra a aparência de um tecido folgado ao redor de um corpo, formando pregas e ondulações. Nos Mantos, o antiquíssimo problema do ar representado pela matéria esculpida converte-se no problema da incorporação do ar como matéria”, analisa o curador.
Outro destaque da exposição é um único “Manto” vermelho, que se diferencia da predominância do branco na mostra. “A cor rubra traz uma dramaticidade, evocando grandes cortinas teatrais, como as do Theatro Municipal, onde dancei”, conta Iole, que tem formação em dança contemporânea.
Além dos “Mantos”, a exposição trará esculturas inéditas da série “Algas”, produzidas em aço inox. Segundo a artista, esses trabalhos também evocam a respiração e o movimento. “As Algas conversam com o fundo do mar, com a areia e também com o ar, o sopro, a respiração, pois elas também respiram”, explica.
Na última sala da exposição, estará a obra “Escada”, criada em 2023, mas apresentada agora em uma montagem inédita. Composta por uma estrutura de aço inox que simula degraus desordenados, a peça dialoga com o conceito de ascensão e circulação do ar. “A verticalização da Escada sugere-nos o alto como pura abertura, movimento desimpedido, respiração, vento”, destaca Ferraz.
Durante o período da exposição, o grupo Laboratório 60, formado por artistas da dança, realizará performances interagindo com as obras de Iole. Um catálogo também será lançado ao longo da mostra.
SOBRE A ARTISTA
Iole de Freitas (Belo Horizonte, 1945) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Com formação em dança contemporânea e design, iniciou sua carreira artística na década de 1970, quando morava em Milão. Participou de importantes exposições, como a Bienal de São Paulo e a Documenta de Kassel, e teve suas obras incluídas em acervos de museus no Brasil e no exterior.
Serviço
Iole de Freitas – Fazer o ar
Abertura: 15 de março de 2025, das 15h às 19h
Exposição: até 11 de maio de 2025
Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h
Entrada gratuita
