Na última segunda-feira, (15/08), a Justiça concedeu liberdade condicional a um dos principais chefes da maior facção criminosa do Rio de Janeiro, Isaías da Costa Rodrigues, também conhecido como Isaías do Borel. Ele recebeu uma mudança para prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
De acordo com a juíza Beatriz de Oliveira Monteiro, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, não há como “prolongar injustificadamente” a permanência de Isaías no presídio.
“Não há amparo constitucional para, em sede de execução penal, prolongar injustificadamente o cumprimento de pena em regime mais gravoso como forma de punição ou como recurso de segurança pública”, escreveu a magistrada.
A juíza também ordenou que seja feito o monitoramento com tornozeleira eletrônica de Isaías, alertando que caso haja irregularidades, pode ser determinada a volta dele para a prisão.
“A prisão domiciliar é cumprida sob monitoração eletrônica, de modo que eventual informação incorreta será identificada pelo setor de fiscalização, sujeitando o apenado a regressão de regime com consequente recolhimento à unidade prisional”, diz a decisão.
De acordo com a Justiça, ele deverá permanecer em sua residência das 22h às 6h em dias de trabalho. Durante folgas, feriados e fins de semana, ele deve ficar recluso em sua casa durante tempo integral. Isaías também está proibido de deixar o estado sem autorização.
Isaías do Borel
Isaías foi preso pela primeira vez em 1990, após roubar mansões e assumir o controle das bocas de fumo no Borel. Ele seguiu liderando o Comando Vermelho de dentro do presídio. Em 2005, veio sua condenação por tráfico de drogas e homicídio. Na época, ele se encontrava no presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio, mas foi transferido em 2006 para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, acusado de ordenar ataques na cidade.
Com condenações que, somadas, passavam de 40 anos de prisão, o homem ficou 22 anos na cadeia até que, em 2012, foi concedida a ele a liberdade condicional.
A última vez que foi preso, em 2015, Isaías teria trocado tiros com os PMs da Unidade de Polícia Pacificadora. Na ocasião, Isaías estava de novo comandando o tráfico na região.
Ministério Público do Rio de Janeiro
Indo na contramão da juíza Monteiro, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) se posicionou contrário à soltura do condenado devido ao seu “extenso histórico penal” e altíssima periculosidade.
Vídeos compartilhados nas redes sociais na noite desta segunda mostram lançamento de fogos no Morro do Borel. Segundo informações preliminares obtidas pelo jornal O Globo, o objetivo era comemorar a saída de Isaías da cadeia.
É por essas práticas do judiciário, que o bope faz o que faz nas operações. Lamentável mas é essa a condição, já que o judiciário é o órgão que mais falha no Brasil, depois da presidência da república, claro!
Não entendi principalmente o final do seu comentário. Pode explicar???