Isolamento no Rio tem reduzido velocidade de contágio do Coronavírus, afirma especialista

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Foto: Cyro Neves

Após o prefeito Marcelo Crivella, anunciar no último dia (15/05), que pela primeira vez, a cidade do Rio havia registrado diminuição na curva de contágio da população pelo Coronavírus, os números tiveram nova redução nesta semana.

De acordo com o especialista Thiago de Moraes, professor de pós-graduação do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), a capital fluminense está conseguindo reduzir a velocidade da expansão do contágio pela doença. Esse indicador, que já chegou a 0,06 há cerca de uma semana, atingiu nesta segunda-feira (18/05) a marca de 0,039.

O especialista, contudo, afirma que ainda é cedo para falar em retomada das atividades, mas pondera que é possível constatar que as medidas de isolamento na cidade têm surtido efeito.

“É importante que as pessoas que estão respeitando a quarentena também se vejam na estatística. Fica todo mundo com medo de aparecer na estatística de contaminados ou de mortes. Mas, quando a gente vê que o resultado da quarentena está produzindo efeitos, acho importante bater nessa tecla de que faz diferença”, diz.

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Moreira integra o gabinete científico da prefeitura do Rio, que reúne especialistas para auxiliar a município a definir ações de enfrentamento a proliferação da Covid-19. Diariamente ele calcula, com base no número total de infectados no município, com qual a velocidade o vírus se espalha na cidade.

“É importante a gente dar uma boa notícia, até com intuito de mostrar para a população que o sacrifício está produzindo resultados. É muito ruim, pelo menos para a grande maioria, que está respeitando a quarentena, olhar diariamente para os veículos de imprensa e parecer que não está adiantando de nada e que os números só crescem, que só está piorando. As pessoas começam a questionar a própria efetividade da quarentena. É importante dizer que sim, está e tem-se resultados importantes”, diz.

A redução da velocidade não reflete, necessariamente, que o número de casos esteja diminuindo , pelo contrário. De acordo com o boletim da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, a capital concentra o maior número de casos e de mortes pela doença em todo o estado do Rio de Janeiro. Há uma semana, eram 10,6 mil casos confirmados e 1,17 mil mortes, segundo os dados do dia 11. Nesta segunda-feira, esses números chegaram a 13,4 mil casos e 1,96 mil mortes confirmadas.

“O fato da velocidade estar caindo não significa dizer que o número de contaminados esteja caindo, significa dizer que está crescendo em um ritmo percentualmente mais lento. Não significa que o número parou de subir ou que está crescendo menos, continua em expansão, em franca expansão, mas quando a gente faz esse cálculo da velocidade, houve de fato uma pequena redução”, explica.

Retomada

Segundo, o especialista, para que se possa pensar em uma retomada das atividades na cidade, é preciso que haja uma desaceleração ainda maior. O prefeito Marcelo Crivella apontou uma velocidade de 0,01 como um possível patamar. Moreira destaca que é preciso também levar em consideração outros fatores além do contágio, como a estrutura do sistema de saúde e a disponibilidade de leitos para os casos mais graves da doença. Segundo ele, é importante que seja observada uma tendência de queda da curva por pelo menos duas semanas.

Moreira calcula não apenas os dados da cidade, mas também de outros países, como a Itália e a Espanha, que estão lentamente reabrindo as lojas e permitindo uma maior circulação de pessoas após um período de bloqueio rígido. Isso permite uma comparação do avanço da doença e pode orientar tomadas de decisão. O economista estima que, caso seja feita uma “quarentena de alta qualidade” será possível, em quatro semanas, começar um processo de reabertura do Rio.

Uma alta qualidade de quarentena significa as pessoas respeitando o isolamento, significa as pessoas se conscientizando em relação a importância de só sair de casa quando for de fato essencial. A saidinha para correr, para ir na casa do amigo, para fazer isso, fazer aquilo… Quando a gente, coletivamente, tem esse comportamento da saidinha aqui, ali, isso prejudica muito o controle macro”, diz. De acordo com Moreira, caso as medidas de isolamento sejam apenas parcialmente cumpridas, a situação pode se prolongar por até 3 meses até que a velocidade seja reduzida a um nível seguro para a retomada.

O último boletim divulgado pela secretaria estadual de Saúde nesta segunda-feira (18/05) mostra que o estado do Rio de Janeiro teve recorde casos confirmados da Covid-19 no intervalo de 24h foram 4.427. No total, o RJ possui 26.665 registros de pessoas diagnosticadas com a doença.. Os dados da pasta também apontam que o número de mortes subiu para 2.852.

As informações são da Agência Brasil.

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