Jackson: A culpa é nossa carioca e fim de papo!

O Rio, cidade e estado, vive uma maldição constante, porque espera que de fora venha alguma salvação, porque de fora veio a maldição

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Rio de Janeiro, dia 09 de março de 2022 - Centro da Cidade | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Faz 76 anos que o Presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo no Brasil. Dizem que ele, ao proibir, atendeu à uma das ordens que recebeu da esposa, Dona Santinha. Ela mandava! E como mandava! O apelido identifica uma senhora fervorosa seguidora das ordens da Igreja. Uma Igreja que anda forte, mais forte que nunca a ditar ordens no Brasil. 

Se buscarmos com a paciência dos pesquisadores as propostas que já fizeram para levantar a proibição, certamente, elas terão quase o mesmo tempo. Vez por outra, se chega perto, vez por outra, se fica longe. Em fevereiro, ficamos perto, quando a Câmara dos Deputados aprovou um projeto e, no mesmo fevereiro, ficamos longe, quando o “Frankenstein” seguiu para o Senado. 

Muita gente acredita, com a mesma fé que tinha Dona Santinha, que o retorno do jogo será a redenção do Rio de Janeiro, assim como tem quem acredite, também com a mesma fé, que o jogo será mais uma maldição, na já maldita vida do carioca e do fluminense. Brasília decidirá. 

Certamente, a liberdade para abrir cassinos e fazer uma fezinha no jogo do bicho não será redenção, nem maldição. Duvido que exista alguém que acredite mesmo que no Rio os cassinos não funcionam e que em cada esquina não se possa fazer uma fezinha. 

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O Rio, cidade e estado, tem meios para chegar à redenção sem o jogo, mas parece não querer. Por aqui vive-se a hipocrisia dos aplausos públicos dados a quem governa, e às críticas no ambiente privado aos mesmos agentes e sujeitos. Já temos até grupos de WhatsApp para bajular as autoridades. Palmas, palmas e palmas. 

O Rio, cidade e estado, vive uma maldição constante, porque espera que de fora venha alguma salvação, porque de fora veio a maldição. Tem sido sempre assim: “Ah! Meu Deus! Levaram a Capital da República!“. “Meu Senhor Jesus, fizeram a fusão e acabaram com a Guanabara!“. “Nosso pai do céu, um dia cassaram os mandatos dos nossos melhores políticos“. “Jesus amado, os governadores que elegemos nos roubaram e foram presos“. “Ave Maria, não querem que o nosso melhor aeroporto seja pleno!“. “Santo Deus, Stock Car, sim“. “Santo Deus, Stock Car, não!”    

Seguimos nós, a culpar o destino e meio mundo pelos nossos problemas. Mas, é nossa gente que lambuza os rios e lagoas, é nossa gente, que vê com naturalidade o domínio da política local pelo crime, é nossa gente que elege quem nos rouba ou quem não sabe o que fazer com a cidade e com o estado onde moramos. É nossa gente, somos nós mesmos, os que traçamos o destino da cidade e do estado pelas escolhas que fazemos. 

Enquanto o Rio, cidade e estado, míngua, assistimos o nordeste brasileiro sair do quase nada para quase tudo, porque acreditou no turismo e está em pleno voo. Vemos São Paulo e Minas, cada vez mais se distanciando de nós nos índices de desenvolvimento e Santa Catarina começa a encostar e, no nosso vácuo, como acontece nas corridas de fórmula 1, pode passar por nós. 

Curitiba, com Lerner, fez o BRT exemplar. Nós, com Eduardo, estragamos a ideia. Barcelona, em 1992, aproveitou as Olimpíadas e fez uma transformação fantástica. O Rio, em 92 recebeu a primeira conferência das nações unidas sobre o meio-ambiente e isso de nada serviu como lição sobre o que fazer com a Baía de Guanabara. Duas Copas do Mundo, e o pior futebol nacional.  

É hora de olhar para dentro. Uma boa hora, porque em outubro teremos eleições e nelas diremos que tipo de políticos e gestores públicos precisamos. Escolher não é fácil, eu sei, principalmente, porque cabe aos partidos e somente a eles apresentar as opções. Mas, à frente dos partidos aqui só tem gente daqui. Se as opções que nos oferecem não são as melhores, não venhamos, amanhã, dizer que o nosso problema vem de fora e só lá fora pode ser resolvido. 

É hora de tomar as decisões certas e parar com os aplausos e bajulação, para partir para uma atitude firme para cobrar responsabilidade e atitude. Isso se faz, com mais rapidez, na urna. 

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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13 COMENTÁRIOS

  1. Com todo respeito aos seus comentários quê são até coerentes, mais pôr suas formação acadêmicas,o prezado deve ser um nativo Brasiliense, quê com todas suas veementes defesa do estado do Rio de janeiro é uma prova de quê o Rio de janeiro é cosmopolita além das contas, não sei porquê cargas d’água talvez pôr ter sido capital dá república, ficou inflado dê forasteiros e acho quê esse é um dos motivos motivos quê pelo menos nos últimos cinquenta anos,o nosso estado vêm perdendo espaço em âmbito nacional pára todos os outros estados brasileiros, quê prioritariamente com raríssimas exceções são administrados pôr políticos nativos,ao contrário do sofrido e explorado estado do Rio dê janeiro, quê quando não é governado pelos políticos nativos quê como péssimos cidadãos cariocas, muitos são corruptos, ladrões dos etários públicos,venais, outros fazem partes dê ganguester, quê se locupletam,dos superfaturamentos,nas divisões dê cargos pára familiares e amigos até às quartas gerações ,sem contar quê muitos são clientes dê paraísos fiscais.mais a pergunta que não quer calar porquê quê dentre os estados brasileiros majoritariamente essas incidências é quase, todas no já combalido estado do Rio de janeiro, quê na minha opinião começou não sei pôr quais motivos no famigerado governo do Jucelino Kubitschek dê oliveira,o forasteiro quê mais arruinou o nosso estado, quê dê lá pra cá foi descendo ladeira a baixo pára deleites e felicidades dos antis Rio de janeiro, e quê continua nos dias atuais, com mais voracidade, pois já descobriram quê o nosso estado é um paraíso pára além de fazerem carreiras políticas aí conseguem os conchavos políticos, e isso não é exclusivo dos políticos cariocas aqui nascidos, pois temos uma gama dê forasteiros quê escolheram o Rio pára subir na carreira política o próprio Jucelino Kubitschek,o Brizola, e ultimamente o ex , meritíssimo Wilson witzel,o seu vice hoje governador do Rio de janeiro me parece ambos naturais dê são Paulo e pra finalizar o nosso Presidente dá república, Jair messias bolsonaro.como defender, buscar,brigar pelo desenvolvimento, pôr investimentos e pelo bem estar sócial dê um estado quê quem governa, é um forasteiro, e quando é um nativo é relaxado com a administração pública é desenteressado nas suas obrigações sem falar no DNA quê muitos carregam quê é o dá corrupção termino perguntando porquê esses fenômenos têm maiores incidências no estado do Rio de janeiro como explicar esses fenômenos quem pode responder a esses
    questionamentos

    • Como assim? Boa part dos prefeitos das cidades do interior flumiense são ou foram evangélicos… a maioria envolvida em processos de corrupção. E na capital, o que dizer da incapacidade administrativa do ex-prefeito Crivella? Basta olhar ao redor do mundo e ver que onde o estado não é laico, o desenvolvimento regride. Por essas que concordo que o fluminense é culpado.

  2. Concordo em parte com a opinião do jornalista e vou além. A mudança do RJ não está somente em nossa atitude perante as urnas, mas em nossas atitudes diárias, senão, vejamos alguns exemplos:

    Reclamamos dos tiroteios e do tráfico de drogas cada vez mais aberto e à luz do dia, mas, cada vez mais aumenta o número de usuários destas mesmas drogas, inclusive por quem tem o dever social, político e moral de rechaçá-las;

    Reclamamos da enormidade assustadora de moradores de rua que praticam de baderna à estupro (muitos sob efeito de drogas), mas, existe um sem fim de pessoas com práticas assistencialistas que fomentam esse comportamento e essa acomodação à zona de conforto para esses indivíduos;

    Reclamamos das enchentes e deslizamento de terra em dias de chuva forte, mas, o lixo que vem nas águas, que assoria nossas morros e que polui nossa baía é o mesmo que jogamos pela janela do carro, nas encostas, nos valões e que entupirão nossas galerias pluviais;

    Reclamamos da segurança pública, dos assaltos, dos tiroteios, mas, quando a polícia faz o seu trabalho e prende um marginal, ou faz uma incursão em comunidade, tem sempre um indivíduo com câmera filmando a ação para denegrir o policial em detrimento de “likes” e “curtidas” em suas redes sociais;

    Reclamamos do som alto e da baderna no bar da esquina, mas, quando a vtr chega, não nos apresentamos como reclamante por que, muitas das vezes, o som só começou a incomodar depois que bebemos a nossa última cerveja neste mesmo bar e fomos para casa dormir;

    Reclamamos das milícias, dos camelôs invadindo calçadas tomando o espaço dos pedestres, mas, tem sempre alguém comprando um “celular mais baratinho” na Central, um tênis “quase igual” ao original em Madureira, uma “caixinha de tv” na Uruguaiana…

    Enquanto não mudarmos nossa atitude enquanto pessoas, não temos moral para reclamar enquanto cidadãos!

  3. A retirada da capital foi uma covardia da qual o Rio nunca se recuperará! Toda estrutura do poder e a economia e torno de ser uma capital foi embora do dia pra noite. Retira a capital de brasilia e sobrará o que, nada. Foi o que fizeram com o Rio.

  4. Análise completamente equivocada e como sempre querem colocar a culpa em nós FLUMINENSES !
    O grande problema do Estado do Rio de Janeiro, e põe grande nisso, é a SUPERPOPULAÇÃO do estado causada pela migração de miseráveis vindos de todos os cantos do Brasil ! Só para constar o Rio tem a terceira maior população mas é
    o terceiro MENOR estado da Federação. Essas pessoas vem sobrecarregar os recursos do estado sem nada contribuir para o seu progresso.

  5. “na já maldita vida do carioca e do fluminense”
    POR QUE ESSA CRETINICE DE SEPARAR CARIOCAS E FLUMINENSES ?
    SOMOS TODOS FLUMINENSES, O QUE, ALIÁS, É TÍPICO DE FORASTEIROS !

  6. Concordo em parte, e discordo em quase tudo. Talvez esqueceram que o Estado do Rio tem somente 92 municípios, 17 milhões de habitantes e ainda tem o segundo pib do pais. Será que o Rio está engatinhando, ? Ou os outros estados estão lutando lutando e mesmo com estatal decadência do Rio, não conseguem ultrapassar o Rio, tipo MG 853 municípios, o estado do Rio tem menos municípios que qualquer região administrativa do estado de MG, todas tem mais municípios que o Rio. É hora de refletir e ver que o Rio não está tão ruim assim. Observação a divida externa do Rio é menor que de MG. Já que é pra comparar,é hora de parar disso, e começar apresentar soluções. O Estado Rio na minha opinião com tudo isso ainda está bem melhor que os outros. Cuidado com o sua psicologia. Observação não sou fluminense , sou mineiro.
    Isso é questão de visão, copia e cola. Todos os dias vejo estes jornalistas chorar chorar e não apresentar nada.

  7. Tudo que foi escrito, é a pura verdade. Quando é que as pessoas que vivem nesta cidade e neste estado, terão a consciência de que nós somos os responsáveis por boa parte das coisas ruins que aqui acontecem.

  8. Abordagens corretas. E o autor ainda poderia ainda lançar mão de outros exemplos do desinteresse com que as pessoas que pensam o Rio avaliam nossas opertunidades e jogam tudo fora. E quando aparece um Messias um César ou outro discipulo, adulam e veneram para ganhar titulos, comendas e solenidades. E a realização fica nas mãos de quem deseja criar de fato. A criação não é a vocação do Rio.

    • Criação não é a vocação do Rio ? Essa é uma das maiores cretinices que ouvi nos últimos anos ! O Rio é a capital do Brasil da criação o que falta é transformar essa criação em bens para o Rio e os fluminenses.

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