Jackson: Cesar Maia, a derrota que eu lamento

Para Jackson Vasconcelos, Cesar cismou que Rodrigo Maia sabe o que tem que ser feito. E o garoto não sabe.

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A derrota do Cesar Maia é de dar dor no coração, pelas qualidades dele como político e pelo que ele fez pela cidade, enquanto pode fazer. Ele teria sido um governador e tanto e um presidente melhor do que tantos. Eu lamento muito as decisões políticas que Cesar Maia tem tomado, mas não condeno. Cesar Maia entregou a vida política dele ao filho, Rodrigo Maia, e desde o momento em que fez isso, tem tido problemas. Cesar cismou que Rodrigo sabe o que tem que ser feito. E o garoto não sabe.

Assim foi quando Cesar Maia decidiu disputar a Prefeitura com Luiz Paulo Conde. Claramente, uma decisão impulsionada pelo filho, que estava desconfortável na Prefeitura comandada pelo Conde. Cesar Maia venceu com dificuldade no segundo turno, uma vitória de pirro, por representar o descarte, definitivo, dos votos que Cesar alcançou no resto do estado, quando foi candidato ao governo.

Eu, no PFL, assumi posição ao lado do Cesar, mas ponderando que a decisão era um erro. Eu disse isso a ele várias vezes, uma delas na presença do Rubem Medina, quando nós visitamos Cesar na sede da empresa que ele tinha em Botafogo. Melhor teria sido Cesar partir para a reeleição do Conde e para uma nova disputa pelo governo do estado.

Com a decisão de disputar com Conde, Cesar Maia fincou estacas na Capital e abandonou o resto. Foi eleito e reeleito, mas no caminho perdeu Eduardo Paes, em razão da existência de Rodrigo Maia. Depois, em 2008, Eduardo foi o sucessor inesperado e, naquele momento, indesejado. Eduardo foi eleito com uma pequena margem e com uma campanha cruel que desgastou a imagem de Cesar Maia. Eduardo, só por conveniência política, criticou e condenou a construção da Cidade da Música e usou a imagem do Cesar Maia como elemento de desqualificação do adversário, Fernando Gabeira.

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Depois, em 2012, César Maia deixou confuso o eleitor dele ao montar, a favor do Rodrigo Maia, a chapa Maia e Garotinho. Decisão compreensível na política pela origem dos dois, mas produtora de uma imagem fosca aos olhos dos eleitores. Não deu certo. Eduardo Paes venceu a eleição no primeiro turno. Rodrigo Maia e a coligação “Um Rio Melhor para os Cariocas” chegaram em terceiro lugar.

No vácuo de Eduardo Cunha, Rodrigo Maia tornou-se Presidente da Câmara e candidato à Presidência da República para se cacifar para um novo mandato como Presidente da Câmara. Conseguiu o que queria e levou junto uma arrogância que ele não tinha. A arrogância não é boa companheira.

Em 2018, para atender Rodrigo Maia, Cesar reconciliou-se com Eduardo Paes, num gesto que só tinha proveito para Eduardo que, candidato ao governo do estado, precisou que Cesar fosse candidato ao Senado. César, já derrotado na primeira tentativa de ser senador, perdeu novamente.

E sobre 2022, é desnecessário comentar muito. Eu marquei posição no DIÁRIO DO RIO. Lamentei a presença do Cesar Maia na chapa do Marcelo Freixo, outra decisão que confundiu o eleitor do Cesar e prejudicou Freixo. Certamente, pesou na decisão do Cesar o desejo dele de eleger a filha Daniela Maia e atender à estratégia meio doida do filho Rodrigo Maia de comandar o PSDB no Rio. Rodrigo quis ser o comandante de um navio fantasma e conseguiu. César Maia, o estrategista respeitado da eleição de 2000, quando Conde foi eleito, cedeu lugar ao “adivinhador” Rodrigo Maia. Os resultados estão postos. A estratégia é como o dinheiro: não suporta afrontas.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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7 COMENTÁRIOS

  1. Eu só rio! Todos os nomes citados são metástases no seio carioca. Pessoas nas quais a penitenciária deveria ser o lugar de todos. Políticos venais e fisiológicos que apenas capitanearam para si a arrogância e corrupção.
    Graças a Deus nenhum desses trastes foram eleitos em 2022. Nem o clã Maia, Garotinho, etc.. Infelizmente a herdeira do Cunha foi a exceção.
    Que bons ares soprem na política carioca e fluminense na próxima legislatura.

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