Jackson Vasconcelos: O forte calor está derretendo até o governo Paes

Colunista do DIÁRIO DO RIO analisa queda de popularidade do prefeito

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Pelo que se tem na pesquisa do Instituto Rio 21, publicada pelo Diário do Rio na abertura da semana, a opinião positiva do povo sobre a administração do Prefeito Eduardo Paes derrete como um sorvete sob o sol quente.

Os dados fecham uma sequência de três rodadas com a mesma amostragem ponderada e questionário. Portanto, a queda é fato incontestável. Resta saber as causas. Algo para uma pesquisa de profundidade,  mas cuja ausência não desautoriza a percepção. Vamos à minha.

Para retornar à Prefeitura, Eduardo Paes precisou ter um elemento de comparação entre os dois períodos de governo dele. Ele usou o sucessor e jogou com a estratégia correta para evitar Marta Rocha no segundo turno.

Quem viveu aquela campanha sabe que a entrada pesada do Presidente Jair Bolsonaro no Rio, no final do primeiro turno, ajudou Eduardo Paes, porque impulsionou Marcelo Crivella e deixou Marta Rocha para trás. O presidente percebeu que, se Marta Rocha fosse ao segundo turno, poderia vencer Eduardo e, com isso, Ciro Gomes teria a prefeitura do Rio numa futura campanha para a Presidência.

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Agora, neste momento, a população carioca compara Eduardo com Eduardo e isso deixou-o com o problema de não ter tido tempo ainda para resolver os problemas que deixou para o seu sucessor em 2016.  Crivella não resolveu, seja por não poder ou não saber, isso pouco importa. Então, Eduardo, ao retornar,  encontrou os problemas que deixou.

O maior símbolo disso está no setor de transportes, com o mal fadado BRT. Tanto é que, se a comparação do governo Eduardo de novembro de 2021, com a administração Eduardo de março de 22 mostra um derretimento na qualidade, o setor de transporte colaborou com o mais forte indicador.

Até um dos melhores motivos para se votar no Eduardo Paes, explorado por ele em todas as suas campanhas, o sentimento por ser carioca, desabou de “muito feliz”, para “muito triste”. Algo que para recuperar depende da volta do tempo de grandes festas e enormes promessas.

No entanto, nem tudo está perdido. Eduardo tem tempo para dar solução. Afinal, ele é reconhecido como um cara que trabalha feito um touro para fazer o que ele mesmo acha certo. O que ele achar que deva ser feito, quem trabalha com ele, sabe que ele fará. Agora, se o que ele vai fazer será o certo, só o tempo dirá.

É fato, que no momento, Eduardo Paes enfrenta duas dificuldades para apresentar resultados melhores: a ausência dos secretários mais homenageados, porque eles desde já estão entregues completamente às próprias campanhas, e não há o carnaval das escolas de samba, quando Eduardo costuma brilhar. Mas tudo isso é por pouco tempo. Ainda há esperança.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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7 COMENTÁRIOS

  1. O problema da política brasileira é extrutural; pessoas mal qualificadas, ocupando cargos públicos( muitos até de direção). Como a máquina vai funcionar ? Nós os contribuintes que mantemos estes incompetentes no poder!!!! Precisamos de concurso público para que os mais qualificados possam exercer sua função sem interferência “política”.Vc indicaria uma pessoa desqualificada (só por ser seu amigo) pra trabalhar na firma de sua propriedade???? Saiba que no serviço público, a coisa está funcionando assim. Um político qdo é eleito (só no gabinete carrega em torno de 20 apadrinhados). É hora de dar um basta!!! CONCURSO PÚBLICO P PREENCHER TODAS AS VAGAS!!! ou vamos todos juntos pro buraco, independentemente de convicções políticas ou ideológicas. Abraços à todos que amam esta terra tão generosa,mas, tão mal administrada.

  2. Burro é quem acredita que o Rio irá melhorar rrs,
    Entrou na prefeitura achando que tinha muito dinheiro para Roubar de NOVO, como fez com CABRAL e LULA KKK
    só o CARIOCA Mesmo.
    É Ser muito BURRO.

  3. Gente, esse prefeito já tá virando motivo de piada. Gestor? procurem o que está funcionando… Agregador? metade dos secretários estão preferindo arriscar a eleição a ficar em seus cargos… Impulsionador? Só se for para jogar ainda mais dentro de um buraco… Seu legado? enferruja e vira capim. A ultima do Dudu: R$ 70 milhões para desmontar a arena do futuro (parque olimpico) para fazer 4 escolas, coisa que deveria ter sido iniciada, se valesse a pena, 5 anos atrás. Por situações como essas é que o cidadão do Rio está triste e o governo está derretendo.

  4. Só queria saber de onde o colunista tirou que o presidente apoiou Eduardo Paes kkkkkkkk que loucura gente!!! Esses prefeitos e governadores que aproveitaram para apoiar o presidente ou esqueceu?!? Kkkkkkkkk

  5. Discordo do colunista quando esse afirma que “para recuperar depende da volta do tempo de grandes festas e enormes promessas”. O que é preciso é a cidade funcionar minimamente bem, ninguém quer dois carnavais, uma nova Olimpíada ou uma Copa. Paes começou bem, passou alguns projetos bons na Câmara e guiou a vacinação com excelência. Mas de resto, é só. O transporte público como um todo naufraga, não só o BRT. A saúde pública parou na vacina, continua sem médico e sem atendimento. E a conservação, marca do primeiro governo dele, não voltou ao padrão anterior. Parece uma continuação do Crivella em muitos pontos da cidade quando o assunto é limpeza, ordenamento, arborização etc. O carioca quer uma cidade funcional, não é mistério.

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