Jakcosn: Até agora, todos, Lula. Nenhum Bolsonaro

Jackson Vasconcelos comenta que todos candidatos a governador rejeitam Bolsonaro na entrevista ao Globo, mas deixam sem resposta a insegurança do povo

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Foto: Isac Nóbrega/PR

O Jornal O Globo continua a série de entrevistas com os candidatos ao governo do estado. Por lá já passaram Cláudio Castro, Rodrigo Neves e Felipe Santa Cruz.

No último artigo, comentei a entrevista com Cláudio Castro, onde ele, mesmo filiado ao partido do presidente Jair Bolsonaro, abriu espaços para os eleitores do Lula, ao dizer que não irá nacionalizar a campanha. Uma posição há muito anunciada. Quem prestar atenção aos atos do governo Castro e às aparições dele, perceberá que nele está mais presente a cor vermelha, quando o verde e amarelo é só para ocasiões bem especiais.

Rodrigo Neves cumpriu o mesmo propósito, quando condenou as críticas do candidato do seu partido, Ciro Gomes, ao Lula. Dessa forma Rodrigo Neves mostrou que aceita bem Lula e, quem sabe, o Ciro Gomes também. E detesta Bolsonaro. O restante da entrevista choveu no molhado, porque Rodrigo Neves comentou a prisão dele, os processos aos quais ainda responde e cantou louvores ao tempo em que foi prefeito de Niterói, extensivos ao sucessor, que ele conseguiu eleger no primeiro turno e à política de educação do Brizola, que ele não adotou.

Depois, tivemos Felipe Santa Cruz. Ele mostrou que já encarnou o espírito do PSD, melhor substituto do PSDB no muro. Ele é da turma do tanto faz, como tanto fez; do se for um, ótimo, se for o outro, melhor ainda, mas de jeito nenhum, Bolsonaro.

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No mais, Felipe Santa Cruz teve também seu ato de contradição, quando condenou o loteamento administrativo do governo Castro, que é igualzinho ao que faz, com mais maestria, Eduardo Paes.

O loteamento administrativo é algo que os políticos condenam, porque o povo diz que não gosta. Mas, nem o povo sabe exatamente o que é isso, nem os políticos conseguem governar sem compartilhar. A imprensa critica o compartilhamento quando ele existe e condena quando ele não acontece. O exemplo disso está aí, diante de todos, nas considerações que a imprensa fez e faz ao estilo Bolsonaro de governar.

Felipe Santa Cruz avisou que não é um outsider e isso é um presente do Wilson Witzel à política, porque ele desmoralizou o conceito. Até Witzel chegar ao poder e fazer o que fez, todos os candidatos que pudessem fugiam do fato de serem políticos, exceção louvável do Eduardo Paes. Esse nunca abominou a atividade. Eis aí um dos mais significativos valores dele.

Felipe Santa Cruz não é mesmo um outsider. A entrevista mostrou isso. A menos que a entrevista tenha sido a representação de horas de treinamento com quem é do ramo.

Por exemplo, Felipe Santa Cruz foi ao aniversário do Claudio Castro – uma festa a lá Cabral – mas, disse que só de passagem. Ou seja, foi sem ir como Eduardo foi à festa do Cabral em Paris sem ir. Depois, Felipe deu estocadas no Marcelo Freixo, colocando no colo dele a vitória do Cláudio Castro num eventual segundo turno, como aconteceu, diz ele, na eleição do Crivella. Raciocínio que só um político experiente como Eduardo Paes é capaz de fazer. Eduardo fez isso em 2016, quando embolou o jogo para que, no final, Crivella acontecesse.

Por enquanto, os problemas que o povo do estado vivencia todos os dias, a insegurança sendo o pior deles, continuam sem resposta. Mas, uma questão até aqui está sinalizada: Jair Bolsonaro é a rejeição comum. Nenhum candidato quer defendê-lo. Deixam isso, para o momento da posse dele, se acontecer

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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