A Justiça do Rio suspendeu, no final desta quarta-feira (05/02), a decisão que havia decretado a falência do antigo Trump Hotel, hoje LSH Barra. Localizado na orla da Barra da Tijuca, ao lado da Praça do Ó, o hotel foi inaugurado em 2016, com grandes expectativas devido aos Jogos Olímpicos, que usaram a região como base. A falência foi decretada no último dia 23 de janeiro, após o plano de recuperação judicial não ser aprovado pelos credores, encerrando um processo de quase dois mil dias e intensas negociações. O juiz Marcelo Mondego havia considerado a reestruturação inviável, já que o plano não obteve apoio dos credores trabalhistas.
A suspensão da falência ocorreu por ordem do desembargador Luiz Roldão Filho. Ao revisar a viabilidade do plano, o desembargador entendeu que a decisão de Mondego havia invadido um aspecto que deveria ser discutido exclusivamente na assembleia geral de credores. Além disso, foi levado em consideração que o hotel tem reservas aquecidas para o verão e o Carnaval, o que pode contribuir para sua recuperação financeira. Com isso, o empreendimento continuará operando sob recuperação judicial até que a 9ª Câmara de Direito Privado da Corte faça uma nova análise.
Em relação à disputa com os debenturistas que haviam investido R$ 60 milhões no hotel, a alta demanda foi usada como argumento para evitar que a titularidade do imóvel fosse repassada a eles. Os debenturistas pleiteavam a falência do hotel e os direitos sobre a propriedade, que servia como garantia. O pedido foi aceito na primeira instância, mas na segunda foi rejeitado.
O LSH Barra, que teve a marca Trump até 2019, quando perdeu o licenciamento, é controlado por Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente general João Figueiredo e também jornalista. O hotel fazia parte de um projeto ambicioso para valorizar a Barra da Tijuca, mas enfrenta desafios, como baixa ocupação e problemas de gestão, desde sua inauguração.