Levantamento mostra que reajuste dos condomínios em alguns bairros do Rio supera o IPCA

Lagoa e Ipanema tiveram aumento de 27,2% e 17,9%, o IPCA do ano foi de 12%. Em outras regiões do Rio, entretanto, foi abaixo do índice

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Vista das Praias de Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio - Foto: Rafa Pereira/Diário do Rio

Levantamento feito pela Estasa, administradora que atende mais de 600 condomínios no Rio de Janeiro, mostra por que o condomínio é motivo de preocupação entre os moradores: o valor, que já pesa no orçamento, ficou ainda mais alto nos últimos 12 meses. A média de aumento entre os condomínios analisados foi de 9% em junho deste ano, em comparação a junho de 2021.  Em alguns bairros, porém, o reajuste foi bem maior, superando o IPCA do período, que foi 12%. A pesquisa considerou dados de edifícios em todas as regiões da cidade.

Lagoa e Ipanema foram os bairros com o maior reajuste da cota condominial de, com 27,2% e 17,9%, respectivamente. Já o Centro da cidade teve o menor aumento no mesmo período, 3,4%. Na zona Norte e na Barra, os reajustes para o período também estão entre os mais baixos, de 6,5% e 6,6% respectivamente.

 “Nossa hipótese é que, por conta da pandemia, muitos condomínios ficaram sem reajuste, porque as pessoas não fizeram assembleia e os custos estavam reduzidos. Não tiveram obras e muitos funcionários ficaram afastados. Mas, quando tudo voltou, a inflação trouxe um aumento forte de despesas. E isso vem justamente em um momento econômico já bem difícil”, explicou Luiz Barreto, que coordenou o estudo, é presidente da Estasa e diretor da ABADI (Associação Brasileira de Administração de Imóveis).

Luiz Barreto lembra que a folha de pagamento representa o maior gasto do condomínio, cerca de 70% da despesa total. Por isso, ele destaca que não importa se o edifício é pequeno ou grande, com ou sem infraestrutura, a maior despesa sempre vai ser o funcionário. Recentemente, o reajuste salarial de 11% dos funcionários de condomínios impactou ainda mais as contas. Ter menos funcionários significa, muitas vezes, abrir mão de conforto, mas traz resultados. “Se for viável atender às necessidades dos moradores sem ter um porteiro 24h, por exemplo, ajuda a reduzir os custos. A grande questão é como manter a segurança no condomínio? Fazendo uso das tecnologias que existem no mercado: portaria remota de acionamento automático, câme  ras, alarme e etc.” – explicou o presidente da Estasa.

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Uma alternativa encontrada pela Estasa tem sido incentivar a busca por energia mais barata. O Condomínio Cores da Lapa, que conta com 700 apartamentos e mais de dois mil moradores, optou pela utilização de energia solar para atender as áreas comuns do prédio. Eles finalizaram a instalação de placas no terraço, que serão responsáveis por 70% da economia no gasto de luz. Os outros 30% estão sendo gerados em uma fazenda solar.

O síndico Paulo Badin explicou que o custo do investimento das placas vai ser diluído em dez anos. Esse valor mais a compra de energia de fazenda vão gerar uma fatura 35 mil reais por mês para o condomínio. “Hoje a nossa fatura é, em média, de 50 mil reais. Já vamos conseguir uma economia de 30% nos primeiros anos. Daqui a dez anos, quando todo o custo do investimento estiver pago, nosso gasto mensal fixo será ainda menor, de 20 mil reais.  Ou seja, com essa mudança, teremos uma economia de 60% na conta de luz, mas o investimento nessa mudança depende do entendimento e disposição dos condôminos”, esclareceu.

 Luiz Barreto ainda explica que a administradora tem dado dicas recomendando que os condomínios busquem alternativas diferentes para equilibrar os gastos. “A cota condominial é um rateio de custos, ou seja, não se arrecada mais do que precisa. Então, para que esse valor não aumente muito, é necessário também cortar outras despesas, como por exemplo, trocar lâmpadas por lâmpadas de led e reduzir o uso dos elevadores em determinados horários. Isso já gera uma economia mensal significativa (em torno de 20%). Além disso, individualizar e reutilizar o consumo de água (para limpeza e jardins) também faz uma grande diferença”, esclarece. “São pequenos ajustes na rotina, que no início geram estranhamento, mas em pouco tempo passam a ser normalizados, com um retorno que todo mundo vê no bolso”, conclui Luiz.

Aumento do condominio Levantamento mostra que reajuste dos condomínios em alguns bairros do Rio supera o IPCA

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