Luciano C. Pires: A Iniquidade contra a ortodoxia

Com pré-estreia prevista para 21/07, o documentário “CANCELADOS”, do Centro Dom Bosco, expõe o mecanismo de assassinato de reputações aplicado internamente a padres, bispos e cardeais defensores da ortodoxia católica.

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D. Marcel Lefebvre (1905-1991), bispo francês e fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), mediante a aguda percepção de que um poder estranho à Igreja de Cristo nela se havia instalado após o Concílio Vaticano II (1962-1965), na célebre pregação que marcou a sagração de quatro bispos no seu seminário em Ecône (Suíça, 1988), por absoluto estado de necessidade, definiu sua aparente desobediência ao papado como “Operação Sobrevivência da Tradição”.

Praticamente sozinho e sem nunca deixar de reconhecer a autoridade pontifícia, D. Lefebvre expôs-se a todo tipo de pressão, calúnia, isolamento, sacrifícios pessoais e mesmo à excomunhão para devotar sua vida à defesa da fé integral, da liturgia tradicional (Missa Tridentina e demais sacramentos) e à formação de sacerdotes segundo a Tradição católica de vinte séculos e vinte concílios. Como das próprias autoridades romanas caudalosamente emanassem novas e estranhas doutrinas, antevia que em breve chegaria o tempo em que os fiéis já não teriam como conhecer e discernir a verdadeira religião daquela que, ladina e cheia de atrativos modernistas, insinuava-se nos clérigos mais indispostos aos santos remédios do jejum, da oração e da penitência. Para D. Lefebvre tratava-se da mais séria das questões: manter aberto o verdadeiro e único caminho para a salvação das almas, fora do qual os legítimos pastores expunham a si mesmos e seus filhos espirituais à perdição eterna. Em outros termos, tratava-se do risco de abandonar o choro sob o pecado ante o preciosíssimo sangue derramado de Cristo para, inversamente, tingir com ele as solas dos sapatos e, progredindo de escarro em escarro contra a Divina Face, afundar mais e mais na lama da apostasia.

D. Lefebvre estava certo. A Igreja pós-conciliar, a despeito de sua abertura ao mundo com vistas à preservação e expansão do rebanho católico, viu minguarem-se as vocações, abandonarem-se hábitos e batinas, fecharem-se conventos, debilitarem-se as obras de caridade, corromperem-se as escolas e, pior de tudo, retrair-se nas estruturas políticas e sociais a influência do Evangelho, com trágicas consequências para a moralidade do cidadão comum. A relativização das verdades de fé refletiu-se na flexibilização dos costumes em geral e dos critérios vocacionais em particular, sobretudo quanto à moral sexual, servindo ainda a um propósito mais espúrio: a deliberada infiltração homossexual no clero e a consequente notoriedade de casos de pedofilia — uma associação convenientemente ignorada pela grande mídia ante a oportunidade de desprestigiar o catolicismo.

Uma vez amplamente infiltrada a Santa Igreja por elementos propagadores de erros doutrinais e relaxamento moral desde os anos 1960, a sanha revolucionária passa então a perseguir e caluniar os clérigos resistentes a tais infiltrações, acusando-os injustamente das previsíveis consequências da sujeição da sã doutrina (revelada) aos caprichos de um humanismo falsamente cristão, terreno, liberal, rebelde e violento (embora manso na aparência e no discurso). É o caso, por exemplo, do Cardeal Pell, na Austrália, e de D. Taveira, arcebispo de Belém do Pará: ambos incômodos pregadores da ortodoxia; ambos perseguidos sob falsas acusações de abusos sexuais.

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Esses e outros casos são abordados no documentário “CANCELADOS” (teaser 01 e teaser 02), uma produção do Centro Dom Bosco, associação de fé e cultura localizada no centro do Rio que reúne leigos católicos para o estudo, a oração e a defesa da fé. Antes de ser disponibilizado gratuitamente no YouTube, o documentário será lançado exclusivamente em sua plataforma de membros patrocinadores no dia 21/07. Para ter acesso à pré-estreia basta tornar-se membro patrocinador, com qualquer valor, mediante inscrição no site: membros.centrodombosco.org

A defesa da Tradição, hoje, passa inevitavelmente pela aguerrida defesa dos padres, bispos e cardeais isolados em seu amor à ortodoxia contra a injuriosa e asfixiante apostasia clerical que os cerca. Mais do que nunca, rezemos por eles e pela conversão de seus algozes, afiançando nossa esperança na promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que as portas do inferno jamais prevalecerão sobre Sua Igreja.

Viva Cristo Rei!

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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