O município de Magé acaba de ganhar um espaço voltado para o lazer, a educação ambiental e a preservação ecológica: o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, inaugurado após décadas de esforços para reverter os impactos de um desastre ambiental que, há 25 anos, devastou os manguezais da região.
O novo parque, com 113 hectares de manguezal recuperado e mais de 100 espécies catalogadas de aves, mamíferos, répteis e crustáceos, é também o palco da terceira edição da exposição Transformar, integrante do Projeto Águas da Guanabara. A mostra, que passa a integrar a programação permanente do espaço, utiliza arte e informação como ferramentas para sensibilizar o público sobre o descarte correto de resíduos e os impactos do lixo nos ecossistemas costeiros.
A exposição reúne esculturas feitas com materiais reaproveitados, painéis educativos sobre a Baía de Guanabara, oficinas de reciclagem criativa e ações de conscientização ambiental. “Queremos que cada visitante saia daqui refletindo sobre o papel individual na preservação ambiental”, explica a equipe curadora do projeto.
Além da exposição, o Parque Barão de Mauá oferece trilhas ecológicas, áreas de contemplação, bancos, placas educativas e espaços para caminhadas, tornando-se um novo ponto de encontro entre a comunidade e a natureza.
Desde 2022, pescadores da Colônia Z-9, em parceria com o projeto Águas da Guanabara, têm atuado na limpeza e conservação da área. “Mesmo antes da obra de revitalização, nossos pescadores já faziam a limpeza do interior e do entorno do parque. Estamos aqui desde 2022, cuidando dessa área que agora é oficialmente entregue à população. É um orgulho ver esse reconhecimento do nosso trabalho”, declarou Elaine Cristina, presidente da Colônia.
O gestor do parque, Manto Silva, reforça a importância do protagonismo comunitário: “O trabalho incansável desses pescadores ajuda o parque a ser o que é hoje. Eles foram os primeiros a acreditar na recuperação ambiental da área”.
A iniciativa conta com o apoio da Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ). Para seu presidente, Luiz Claudio, o parque simboliza uma conquista coletiva: “A parceria entre pescadores, poder público e organizações ambientais mostra que é possível cuidar da natureza com protagonismo comunitário”.
A entrada é gratuita, e a expectativa é de que o espaço se torne uma referência em educação ambiental, atraindo escolas, famílias e turistas de toda a região.