Magnavita: Um linchamento injusto

Pavio aceso e o super dimensionado de um simples espaço opinativo explodiu o barril da insanidade, colocando nomes relevantes da vida empresarial em um injusto pelourinho público

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Foto de Joshua Miranda

É estarrecedor a velocidade com a qual uma mentira se propaga quando atende os objetivos da mídia de oposição e da desconstrução do atual presidente. Uma das regras de Joseph Goebbels, apoiado pela Gestapo, era repetir uma mentira com intensidade até ela se transformar em verdade. É exatamente isso que está ocorrendo no caso da notícia de Guilherme Amado, no site Metrópoles, sobre o apoio de empresários a um golpe de estado no caso da vitória de Lula. Os desdobramentos, que inclui até um ministro do STF, ocorrem sobre uma tese fantasiosa e não sobre um fato. É claro que todos irão condenar a hipótese de “empresários defendendo um golpe”. Se isso tivesse ocorrido seria suicida, como afirmou o ministro Dias Toffoli. Só que este suicídio coletivo não ocorreu, porque não houve um grupo formado por renomados empresários para articular o rompimento institucional.

Toda esta pirâmide invertida de indignação tem como base frases e rompantes pinçados aleatoriamente em conversas de um grupo de bate papo informal, sem estar atrelado a nenhuma instituição do rito golpista. Seria a mesma coisa de pinçar frase de uma roda de bar de jornalistas e levar a sério impropérios que são ditos. Já teve gente da esquerda dizendo nas redes sociais que preferia Jair Bolsonaro morto, mas isso não os transformam, a não ser que esteja ligado ao estaqueador Adélio ou criando álibi para ele no Congresso.

O pavio deste barril de pólvora começou a ser aceso com a correspondência enviada pela coluna aos participantes do grupo: “meu nome é Edoardo Ghirotto, sou repórter da coluna do Guilherme Amado, no portal Metrópoles. A coluna acompanhou nos últimos meses as mensagens trocadas no grupo de WhatsApp Empresários & Política. Vamos citar mensagens enviadas pelo senhor em uma reportagem e gostaríamos de lhe oferecer a oportunidade de se posicionar a respeito delas“.

A transcrição é literal. Nela o repórter afirma de forma soberba “gostaríamos de lhe oferecer a oportunidade de se posicionar a respeito delas…” e continua:

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Numa delas, o senhor defendeu um golpe de Estado como uma alternativa melhor do que a volta do PT ao poder.” É esse o ponto central do ápice da pirâmide invertida. A partir de uma declaração de que “preferia um golpe à posse de Lula “, através de uma declaração chula e pinçada no meio de uma narrativa que começa essa fake news que virou tsunami e que levou o midiático senador Randolfe Rodrigues a surfar na onda criada pelo fato e até pedir a prisão dos participantes do grupo.

Se o repórter acompanhou e participava do grupo, por que colocou as seguintes questões na tentativa de construir uma narrativa barril de pólvora? Edoardo Ghirotto , que fica em São Paulo, pergunta por escrito aos participantes:

“Por que o senhor defende isso? De que forma esse golpe ocorreria? O senhor conversou sobre o assunto com algum integrante do governo federal ou com o próprio presidente Jair Bolsonaro?” Não é preciso reler novamente para perceber que nunca existiu nada de concreto sobre um golpe e ele tenta vincular isso ao próprio presidente da República. Na verdade, ele estica a corda em favor de uma opinião tentando transformar em fato.

Exaurido o tema do “golpe em curso”, ele passa a questionar uma ideia, por sinal esdrúxula e contraposta, no próprio grupo: “o senhor mencionou ainda que achava uma boa ideia pagar bônus aos funcionários da empresa que votassem de acordo com seus interesses. Pretende manter essa ideia?

No final, ele questiona a distribuição de bandeirinhas do Brasil que um dos empresários promete fazer no Dia da Independência.

É exatamente este o pivô deste tsunami que tomou conta do noticiário e resultou no linchamento público de empresários que foram listados e tiveram sua minibiografia publicada com direito a foto.

A tese de ter “empresários golpistas “é boa demais para quem quer ver o circo de Bolsonaro pegar fogo, para que receba a devida dose de verdade. Até boicote às marcas foram propostas.

Existe também um áudio de uma conversa entre o administrador do grupo de bate papo, Daniel Fux com o jornalista Guilherme Amado no qual ele tenta passar a pequena dimensão deste espaço no WhatsApp e a informalidade das conversas, afirmando que tendo a coluna acompanhada as conversas saberia que nunca houve espírito confabulatório contra a democracia. Na conversa, ela fala da sua relação com a mídia e se identifica como filho do conceituado jornalista Moyses Fux, um dos mais democráticos nomes de grandes redações.

Pavio aceso e o superdimensionado de um simples espaço opinativo explodiu o barril da insanidade, colocando nomes relevantes da vida empresarial em um injusto pelourinho público. Um linchamento sem lógica é utilizado de forma torpe por algumas publicações na busca de vender silêncio.

Lamentável ver no coro do “nonsense” um jornalista do quilate de Ascânio Seleme defendendo a crucificação de empresários, entre eles, um que conhece muito bem e é parceiro do seu veículo. A própria diretoria do Jornal O GLOBO sairia na defesa e como avalista de alguns desses nomes pela histórica relação.

Anotem: é a primeira grande fake news desta eleição e outras virão. Esta equação que une a manipulação da verdade, uma mídia de oposição sedenta para derrubar Bolsonaro e um TSE que transforma um discurso de posse em declaração de guerra, como afirmou o corregedor do TRE do DF, será um terreno propício a outros linchamentos midiáticos.

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15 COMENTÁRIOS

  1. O empresário, quando falou em golpe, não ato de brincadeira não ? Tudo que sai da boca, vem do coração. É claro se o cara está sendo beneficiado, por alguma coisa, sempre vai querer mais. Além de tudo o o nosso presidente já deu testemunho da sua vontade na questão do Golpe. Acontece que o nosso Exército brasileiro, lhe afirmou, que ele, não teria nenhum apoio. .

  2. DEFENDEU DITADURA, NÃO PRESTA.
    Se está faltando estudo, vale a pena ver bem quem defendia a derrubada de Jango em 1964. O resto é piada.

    Empresário de verdade sabe que a liberdade da democracia é o motor do crescimento. Quem defende ditadura, defende oligopólio, bons negócios “para eles” e para quem for deles.

    Tem que ser muito desonesto ou mau caráter para defender isso.

  3. CURTO E GROSSO:
    Uns inventam, outros copiam.
    Uns se calam, outros propagam.
    Uns se escondem, outros querem aparecer.
    Uns assumem, outros negam.
    Poucos são Patriotas, muitos se vendem.
    Onde nos classificamos?

  4. Empresários tem dinheiro e contratam disparos em massa e manipulam os meios de comunicação.

    A História é testemunha que, antecedendo o Golpe de 1964, ocorreram à época ações também de versões antigas desses mesmos empresários.

  5. Vejo nos comentários muitas pessoas sem noção e sem discernimento. Em momento algum bolsonaristas e governo apoiam golpes. Essa ideia parte exatamente da oposição através do aparelhamento do sistema judiciário. Quer algo mais arbitrário e ditatorial do que as ações de certo juiz do STF? E quem o pôs lá? Exatamente para comandar o que a cúpula manda. E desde quando conversar sobre política é proibido? Não somos uma nação comunista como uma certa ala da sociedade está tentando de toda forma ilegal está tentando transformar. O que aconteceu hoje é ilegal e inconstitucional graças a um jornalistazinho que quer 5 minutos de fama e a um pseudo juiz que se acha D’us e rasga a CF todos os dias com suas ações arbitrárias. Depois reclamam que as pessoas os xingam… Mas o pior mesmo é quem apoia esse tipo de situação.

  6. O comentarista bolsonarista cometeu um ato falho (culpa do revisor, é claro, sic).
    Lançou a possibilidade do “estaqueador Adélio” ser apenas uma peça estática que contribuiu, quem sabe, para evitar debates e entrevistas indesejadas.
    Ato falho é cruel, não perdoa . . .

  7. Injusto é o que sites bolsonaristas fazem o tempo todo, ameaçando não aceitar o resultado das eleições. Quanto aos tais empresários, se não devem nada, nada há a temer. Agora, se estiverem financiando gente armada; movimentos contra os outros poderes; ou rebelião contra as leis e decisões judiciais, esses caras tem que dar conta porque isso é crime .
    Esse Luciano hang é um bandido. Mas fique tranquilo, essa é somente minha opinião. E vocês são a favor da liberdade de opinião, não é?

  8. Esse jornaleco cada dia mais asqueroso, tendencioso, maldoso. São pilantras sim e se tiver confronto com certeza nenhum deles vai estar por perto. Bostanarista imundo, Gestapo brasileira usando das armas alemãs, sabem bem como é isso, Dedé 2018 vem usando desse artifício. #forabostanaro

  9. O jornalista fez o trabalho dele. Recebeu uma informação, apurou e entrou em contato com os citados para solicitar um posicionamento. O espaço do jornal é livre para o colunista apresentar à sociedade a informação que recebeu e que é gravissíma. Se os empresários não estão orquestrando um golpe, não devem temer a lei. Muito me espanta O Diário do Rio tomar partido, principalmente em defesa de empresários negacionaistas, golpistas, antivacina, mentirosos, canalhas… por aí vai.

  10. Sr. Cláudio Magnavita, se o Metrópoles está desvirtuando a informação, é necessário que o senhor nos dê mais detalhes sobre o que está ocorrendo no nosso noticiário , para que sejamos mais esclarecidos sobre o assunto.

  11. Parece que o portal “Metrópoles” entrou na onda antigoverno, provavelmente pela quebra do status quo que incomoda setores empresariais do País, agregando uma galera que tem ojeriza a inovação, satisfação dos seus clientes, nem pensar. Pelo contrário, sempre que pode usa governos pra sobreviver seja por encomendas ou incentivos. Super estranho já que seus donos são meio que “donos de Brasília” com muitos negócios ali e já exerceram funções políticas. Mas de um tempo pra cá virou casaca e está na vibe do quanto pior melhor e usa a força do portal para bater em todos. Se o fazem, é por que algo está dando certo. E o Brasil é melhor que essa gente.

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