Maioria dos bares e restaurantes do Rio estão com dívidas

Pesquisa mostra que 62% dos bares, restaurantes e similares afirmam não ter capital de giro para funcionar em caso de novas restrições sanitárias

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Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

A nova pesquisa da série Covid-19, realizada pela ANR, em parceria com a Galunion, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), realizada entre 9 de abril e 5 de maio, trouxe, além dos dados sobre o Brasil, números específicos sobre o Rio de Janeiro, levantados a partir de 147 respondentes.

O endividamento das empresas do setor, na pandemia, é bem evidente: 71% dos bares e restaurantes do Rio de Janeiro afirmam ter dívidas. Desse total, 81% devem para bancos, 61% estão com dívidas tributárias e 36,5% têm débitos com fornecedores. Das empresas ouvidas, 31% têm dívidas totais que representam de 4 a 6 meses de faturamento mensal médio de 2020. Mas a maioria está em pior situação: 15% afirmam que o endividamento representa de 7 a 12 meses da receita, e 17% dizem que sobe para acima de 1 ano de faturamento.

Impacto do lockdown

Um dado alarmante levantado pela pesquisa é que 62% dos bares, restaurantes e similares afirmam não ter capital de giro para funcionar em caso de novas restrições. Além disso, desde o início da pandemia, 75% dessas empresas promoveram demissões. A conclusão é alarmante: um novo lockdown poderia levar inúmeros destes comerciantes à falência.

A pesquisa quis saber também como foi o faturamento do mês de março de 2021 em comparação com o mesmo mês em 2019, quando ainda não havia pandemia. 40% tiveram queda acima de 51% e outros 29% apontaram que houve diminuição de faturamento entre 26% e 50%.

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Programas de apoio

60% dos empresários responderam que pretendem aderir ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).  Quando perguntados sobre quais os tipos de ajuda consideram fundamentais para enfrentar a crise, 75% apontaram isenção/ diminuição de aluguel e custos de ocupação. 72% também citaram crédito do governo, com alto prazo de carência como outra importante ajuda.

O horário limitado de funcionamento e as restrições de vagas para clientes foram apontados por 41,5% como a principal dificuldade para melhorar o faturamento. 18% citaram a falta de confiança dos clientes para voltar a frequentar bares e restaurantes na pandemia como o maior obstáculo na retomada.

Tendências

O setor segue se reinventando, especialmente adotando novos canais de vendas. Destaque para penetração das vendas por WhatsApp e para a aceitação de pagamentos via PIX.

A pesquisa revelou que 80% das empresas consideram a redução do desperdício como a principal ação para aumentar as vendas/ lucratividade. O delivery também já atinge um grande número de bares e restaurantes no Rio de janeiro: 84% afirmam ter o serviço. O delivery representa atualmente 43% do faturamento, enquanto no último ano representava 36%. Entre as principais soluções utilizadas, duas delas chamam a atenção: 63% dos entrevistados dizem utilizar o whataspp e 69% pretendem manter ou introduzir o pagamento por PIX.

Perspectivas

Quando perguntados sobre perspectivas de faturamento do próximo trimestre, bares e restaurantes ainda são muito cautelosos. 41% afirmaram que ainda não é possível fazer qualquer tipo de previsão, 31% acreditam em um pequeno crescimento e outros 15%, mais otimistas, em uma expansão acentuada. Em relação aos desafios da retomada, 68% consideram o capital de giro e as dívidas como principais desafios no ano. A mudança de hábitos do consumidor (53%) e a rentabilidade do modelo de negócio (51%) também são citadas como grandes desafios do segmento.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Só queria entender como bares estão com dividas se todos os dias de segunda a domingo tem gente bebendo eu acho que nunca fica sem dinheiro é dono de bar

  2. Enquanto isso, as redes de Supermercados e Farmácias, além do Comércio Eletrônico… é urgente a compensação de tributos, aumentando destes e diminuindo dos setores mais atingidos.

    • A maioria dos pequenos negócios e mercadinhos está no simples nacional e com venda de ítens de substituição tributária – pra isso não há compensação de tributos.

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