Mansão de 220 milhões de reais continua à venda no Leblon

A mansão com 11.000 metros de terreno no valorizado Jardim Pernambuco ainda não foi vendida. Paga IPTU de R$ 450.000 por ano, mas nem a pandemia, a crise econômica ou a lenda da maldição de Nilo Macumbeiro baixaram seu preço

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Casa por R$ 220 milhões no Leblon segue à venda - Foto: Reprodução

Em 2019 o DIÁRIO DO RIO falou, pela primeira vez, de uma bela mansão em estilo inglês que se encontra à venda, no Rio. A casa, que ficou conhecida como a mais cara do Brasil, fica no Jardim Pernambuco, no Leblon. Estava à venda por 220 milhões de reais, com seus 2.500m2 de construção em impressionantes 11 mil metros de terreno. Hoje, verificamos que o imóvel ainda não foi vendido, e segue anunciado pela corretora Sotheby’s Bossa Nova. (anúncio abaixo)

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Anúncio da Mansão mais Cara do Brasil, que continua à venda pelos mais de 200 milhões de reais, no Leblon.

A mansão pertenceu ao português Antônio Amaral, ex-proprietário da extinta rede de supermercados Disco, que fez muito sucesso no Brasil entre 1952 e 1990. O Disco foi o primeiro supermercado do Brasil em sistema de auto-serviço. Entre os atributos da residência, são 6 dormitórios (todos suítes), 15 vagas de garagem, salas de estar, jantar, música e reunião, biblioteca, sauna, área de lazer com churrasqueira, piscina semi-olímpica, orquidário e até um jardim projetado pelo premiado paisagista Roberto Burle Marx.

A localidade do Jardim Pernambuco é conhecida como uma espécie de ‘condomínio fechado’, composta de algumas ruas fechadas por guaritas. Apesar de suas ruas serem públicas, recebem serviços suplementares de segurança, limpeza, e até manutenção, pagas por seus moradores, sendo o local mais valorizado na cidade para residências horizontais (casas), segundo corretores de imóveis. Os corretores esclarecem que as ruas mais valorizadas são as que ficam junto à rua Visconde de Albuquerque, mas que as casas localizadas no alto também são muito desejáveis.

Segundo o corretor Anderson Martins, diretor da filial da Sergio Castro Imóveis no próprio bairro do Leblon, há muita procura por casas Jardim Pernambuco por executivos do mercado financeiro. “Temos muita procura para casas na região, mas a maioria das pessoas busca casas de valores até 30 milhões de reais. São normalmente cariocas, entre 35 e 50 anos de idade. Os estrangeiros preferem localidades como Joá e Santa Teresa, mas os cariocas querem mais alto Leblon e Jardim Botânico mesmo. Atuamos com venda de casas desde os anos 70, e é uma clientela que muito nos procura. Uma casa neste valor não é nada comum, mas um terreno de 11.000m2 no Leblon também é um ponto fora da curva. Recentemente, uma casa na parte baixa da região, com menos de 500m2, foi alugada por 70 mil reais por mês“, puxa a sardinha para sua brasa o corretor.

A casa fica bem no alto, exatamente acima do Túnel Acústico que passa pelo Minhocão da Gávea. É importante lembrar teria sido o despejo de toneladas de lixo que um funcionário desta residência realizava na encosta do túnel, que ocasionou o desabamento do mesmo. À época – mais precisamente em maio de 2019 – a Prefeitura do Rio aplicou uma multa de mais de R$ 2 milhões aos proprietários do imóvel.

Uma outra curiosidade revelada pelo jornalista Gilberto Menezes Côrtes é que o terreno onde se localiza a casa sediou um famoso terreiro de uma religião de matriz africana. “A tradição da ocupação dos morros locais, com florestas densas, por afrodescendentes deixou como legado a existência de alguns terreiros de Umbanda (ou macumba, como conhecia na minha infância, de pouco conhecimento sobre o assunto, sempre visto por reservas). E a mais famosa macumba dos anos 1950 que perdurou até a primeira metade dos anos 1960, foi a de Nilo Macumbeiro”, disse Menezes Côrtes. O terreno foi vendido diversas vezes antes de a mansão ser erguida: pela Zein Construtora para a família Nascimento Brito, e desta, finalmente, para o dono dos supermercados Disco, que ergueu a casa. Há até uma lenda urbana sobre uma possível maldição, da qual tratamos aqui.

Pelo visto, a pandemia, a lenda urbana e a crise econômica não desvalorizaram o imóvel, e nem o seu IPTU anual de ‘apenas’ 450 mil reais fez seus proprietários abaixarem o preço. Veja nossa reportagem original aqui.

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