Na última terça-feira, a Confeitaria Colombo, um dos estabelecimentos gastronômicos mais tradicionais do Rio de Janeiro, completou 130 anos de existência. Situada no número 32 da Rua Gonçalves Dias, a casa, fundada em 17 de setembro de 1894 pelos imigrantes portugueses Joaquim Borges de Meirelles e Manuel José Lebrão, é um marco comercial na região central da capital fluminense e, diariamente, recebe uma grande quantidade de visitantes, tanto cariocas quanto turistas.
A Colombo é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) devido à sua importância material e imaterial. Atualmente, a confeitaria possui quatro filiais no Rio: duas no Centro, uma em Copacabana e uma em Ipanema.
Na matriz, são cinco ambientes para acomodação da clientela: o restaurante Cristóvão; os salões Bilac, Cabral e Espaço Memória; e o bar Jardim. No local, há iguarias para todos os gostos. Em relação às opções salgadas, há variados tipos de pratos (incluindo almoço), sanduíches, pães e salgadinhos, como coxinhas e risoles. Já no que diz respeito aos doces, se destacam os maravilhosos quindim (considerado uma das 10 melhores sobremesas do mundo) e pudim de leite; tortinhas; mil-folhas; entre outros.
Em meio a isso, quatro quitutes são considerados marcas registradas da casa: biscoito Leque, vendido em uma lata e que há 106 anos é feito da mesma forma; torrada Petrópolis, com o saborosíssimo pão Blumenau; pastel de nata; e coxa creme.
”Vendemos por dia em torno de 1.200 a 1.300 doces. Já salgados, conseguimos vender de 1.400 a 1.500. Quando estamos na alta temporada, dá para subir até 30% esse número”, explicou Thiago Faro, chef gastronômico que trabalha na Colombo há 10 anos.
Entre os frequentadores ilustres da Colombo, ao longo dos anos, estão, por exemplo, os escritores Machado de Assis e Olavo Bilac; os maestros Heitor Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga; e os políticos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Rui Barbosa.
Notícia à época
Um dos principais jornais da época, o hoje extinto ”Diário de Notícias” destacou a inauguração da Confeitaria Colombo na ocasião. Confira um trecho da reportagem.
”A Rua Gonçalves Dias cada vez mais se valoriza com belos prédios e estabelecimentos comerciais dignos de uma grande capital e devido aos esforços da iniciativa particular, que muito nos auxilia no nosso progresso. Muitos estabelecimentos importantes ali têm sido inaugurados e, ontem mesmo, a história daquela importante rua marcou uma data a mais, data que só pode engrandecer o trabalho e o esforço dos que só deles vivem. Inaugurava-se a Confeitaria Colombo, de propriedade dos senhores Meirelles e Lebrão, que não só convidaram a imprensa para visitar sua casa como… [indecifrável]”.
Poderiam homenagear um pouco mais Sr. Orlando Garçom mas antigo do Brasil que faleceu esse ano e que trabalhou na Confeitaria.
Confeitarias eram a cara do Rio. Não os botecos mineiros e as padarias paulistas.