Mario Marques: Reflexão sobre o capítulo final para os incompetentes da América

O jornalista Mario Marques sugere uma reflexão e pergunta que nota pode-se dar a um barítono escrutinado pela falta de história?

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Foto de Leroy Huckett no Pexels

Qual o limite do insano? Qual a fronteira da incompetência? Qual o horizonte do criminoso? Qual a superfície delimitante do limitado? Nelson Rodrigues, célebre frasista, modelou de forma genial sentenças proféticas nesse país. Ele já emitiu, formalmente, letras que se aglomeram para formatar eternidades como “No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte”. É dele também a lapidar e atual “A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada”.

Qual o objetivo do mentecapto? No afã insidioso dos objetivos obscuros, como inocentes e juvenis viram ainda mais patetas de um sistema vil? Qual o futuro de um idiota? A história nos mostra que, independentemente do ambiente construído, prevalece a horda dos oportunistas diante da massa sedenta por ar. O básico transcende  a exigência de básica dignidade.

Não arrasta pra cima. Arraste-se para baixo.

Como assistir ao festival da hipocrisia, ladeada pelos fingidos e bajuladores? Que controle do bom senso resiste à malignidade e ao temor do fim melancólico? Como respiram seres parasitários? Como a história se comporta diante dos sem história? Que retratos se impõem diante do invisível? Como agem desalmados e  perversos sem estrutura intelectual?

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O assombro dos que ascendem a estaturas da sociedade sem qualquer atributo modular sucumbe aos acontecimentos, aos percalços naturais de castelos podres, com vocação para desmantelarem como pó. Pois, então, o que passa pela mente dos torpes e claudicantes personagens patéticos de um conluio de comparsas? Quem resiste ao fácil corpo de uma doutrina simplista e vil?

O conjunto de determinações de um reino cáustico fornece páginas em branco cheias de impublicáveis adjetivos. E como interferem no âmago das sociedades de consumo? Como se recebe, diante dos olhos, os artifícios dos canalhas? O infanto-juvenil esvai  pelo poder e codifica de forma controversa valores caquéticos que permeiam um extenso rol de absurdos. Qual, afinal, o lote de incongruências que paralisa a face do proprietário do dia a dia dos incautos? Esse pedaço de terra infértil dura quanto tempo?

Quando o universo particular é parido por supostos enviados divinos catatônicos, qual a possibilidade de nos associarmos ao que é absolutamente risível, com potencial virulento de se transmutar numa doença bacterizada pela mediocridade? Que riscos passam os que se deixam dominar pelos corredores escuros da fala menor, baixa e dos escusos comportamentos anticivilizatórios em plena vigilância iluminada da ética?

Os podres poderes aos quais Caetano Veloso se refere, exercidos por vigaristas, são, de fato, “a incompetência da América católica que sempre precisará de ridículos tiranos?” ou refletem apenas o perfil sádico de um ignóbil? Ou podemos nos contentar com paisanos e capatazes que com sua burrice fará jorrar sangue demais? Será que a estúpida retórica terá que se ouvir por mais zil anos? Ou seremos salvos dessas trevas “e nada mais”?

Em que medida podemos medir o canto dos despreparados? Que nota pode-se dar a um barítono escrutinado pela falta de história? Qual a probabilidade de gerar vitória a alguém uma partida entre mancos e lesionados? Que árbitro pode emprestar sua reputação a um jogo de interesses repleto de gols questionáveis? Que geraldinos estariam dispostos a assistir a um bizarro festival de erros na formação de um plantel que, nós mortais todos sabemos, tem final previsível e repercussão fatal para a nossa própria sobrevivência como cidadãos? Qual o fim do capítulo final?

Mosteiros e padres se entrelaçariam como uma estrutura só, enquanto fiéis se aglomeram diante de seus santos, à espera de que, em meio ao fingimento dos que solfejam, ressuscitem de seus pesadelos e de suas miseráveis existências?

Afinal, qual a chance de isso dar certo?

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