Marques: Moro se esfacela com estratégia errada e pode morrer na disputa

Mario Marques cita todos os erros cometidos na pré-campanha de Sergio Moro e como isso pode ser a morte de sua candidatura a presidente em 2022

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Foto: Lula Marques/Agência PT

Estou acompanhando as eleições suplementares de Itatiaia. E nesse momento, dentro do carro, debato com um amigo sobre a importância das pesquisas quantitativas no Brasil. Ele acha que são reveladoras. Eu acho que servem pouco. A população está desligada de eleição de uma forma geral. Majoritariamente desconectada. Mas e o Moro? O Moro está desviado do caminho certo.

O ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro está totalmente perdido do ponto de vista conceitual. Diz-se que está sendo orientado por um marqueteiro argentino. Tinha tudo para virar a estrela do certame. Mas foi-se apagando aos poucos ao trilhar por uma estratégia absurda: escolheu bater no Lula e no Bolsonaro ao mesmo tempo. Com isso, de forma desastrada, atrai a rejeição do eleitorado de ambos. E se esfacela.

Moro deveria escolher Lula como adversário apenas. Afinal, foi seu algoz. Mas optou por se diferenciar também de Bolsonaro, afinal foi seu ministro e, em sua cabeça, considera que precisa explicar ao povo por que foi expurgado de lá. Assim, vai virando farelo. Numa eleição com dois candidatos bem pontuados, não se pode estilingar ambos. E, sendo de um novato centro-direita, Moro agride seu próprio potencial eleitorado ao bater sem limites em Bolsonaro.

As redes sociais de Moro também não ajudam. São juvenis. Entram em todos os assuntos do dia, sem focar em nenhuma bandeira específica. Marketing sem foco e sem estrutura conceitual. Pior: os textos são bobos, sem conexão com o perfil do ex-juiz. O eleitor não entende que candidato é esse Moro. O que ele quer de verdade. Qual seu propósito? Se eu não entendi, imagino que o eleitor médio também não entenda.

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E aí entra em campo o Lula, a vítima do ex-juiz, que teria sido perseguido por Moro para evitar que se elegesse presidente em 2018. O STF contribui para essa narrativa, ao livrar a cara de Lula de todas as trapaças que cometeu.

Com Lula fazendo reluzir seu vitimismo e Bolsonaro com a máquina na mão, trucidando a imprensa e o sistema, e botando dinheiro direto na mão do povo, a eleição segue, nesse momento, sem espaço para um terceiro candidato. Moro está perdendo, dia a dia, esse potencial espaço.

Se não mexer nada em sua campanha, Moro confirmará sua coadjuvância. E aí teremos aí, em novas tentativas de formação de um paredão diferente, Simone Tebet, Andre Janones e mais alguém de centro direita que possa tentar ocupar o espaço de Bolsonaro na disputa. Aqui entre nós, um cenário a cada dia mais improvável.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O que lamento realmente é o “papel destruidor” da grande imprensa em geral que está inflando essa polarização na disputa presidencial em 2022 (sic)! Ao ignorar as outras candidaturas em potencial – já que até agora são oficialmente ‘pré-candidaturas’ -, ou simplesmente sem lhes dar espaço alimentam essa informação ilusória de que somente o ‘demagogo’ Lula ou o casca-grossa e ‘aspirante a ditador’ Bolsonaro são os candidatos que valha a pena serem considerados no próximo pleito a Presidente da República do Brasil. E pior, o resultado dessa ‘arapuca’ armada pelos “establishment” político e econômico em conluio com os empresários facínoras da mídia é a destruição do futuro do Brasil como nação desenvolvida em termos econômicos e progressista no aspecto social! Esta é a terra do desperdício, de oportunidades e de pessoas, desde o início de sua história e até aqui fadada a ser explorada por países ricos e a coadjuvar na evolução da Humanidade!

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