Marroni Alves: memória de Zilda Arns é vilipendiada em Caxias

Depois de Edinha Maia, Dom Helder Câmara e Joãozinho da Gomeia, Zilda Arns, e a nova vítima da intolerância e falta de respeito em Duque de Caxias.

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A Câmara de Duque de Caxias, por UNANIMIDADE quer trocar o nome de Zilda Arns, grande mulher, referência no mundo na luta pelos Direitos Humanos e primeira brasileira indicada  ao Prêmio Nobel, por Escola Municipal Olinda Bonturi Bolsonaro. Sem entrar em juízo de valor, jamais trouxe qualquer benefício a mães e crianças caxienses. 


Zilda esteve entre nós pela última vez em 2008, quando comemoramos 20 anos da Pastoral da Criança, na foto está com o então bispo Dom José Francisco. Colaborou com o então bispo Dom Mauro Morelli para criar a pastoral da criança e do idoso na cidade e também dos Centro de Atendimento à Infância Caxiense, que atendem até hoje crianças com quadro de desnutrição infantil. 

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Zilda Arns em Duque de Caxias ao lado do então bispo Dom José Francisco e membros da Pastoral da Criança.


A E. M. Zilda Arns, localizada no segundo distrito da cidade, era uma pequena homenagem que sabemos não esgotar o tamanho de Zilda. Mas não é a primeira vez que o governo dos Reis fazem isso na cidade. 

A primeira vítima foi a Professora Edinha Maia que militava ativamente nas Comunidades de Base, na Pastoral da Educação e Afro, organizava os encontros na Semana do Professor, realizado na Catedral de Santo Antônio e integrou a Central de Apoio às Populações Marginalizadas (CEAP). 

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Em 2016, em homenagem a Edinha, este que escreve, apresentou ao vereador Moa um Projeto de Lei que denominou a Escola Municipal localizada entre a BR-040 e a rua Piracicaba, no Jardim Gramacho com seu nome. 

O PL foi aprovado por unanimidade na Câmara de Duque de Caxias, transformando-se na Lei n° 2.800/16, mas em 2018, o então prefeito Washington Reis (MDB) passou por cima da Lei e da história de uma mulher que dedicou a vida por essa cidade e inaugurou ao lado de Bolsonaro e Witzel um Colégio Militar com nome de Percy Bolsonaro, pai presidente, que jamais pisou, fez algo e nem sabia onde era Caxias.

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A terceira vítima foi Dom Helder Câmara, que em 31 de dezembro de 2001, recebeu o nome do restaurante popular da cidade, mas o deputado estadual Reis, apresentou PL 3627/21, com uma “belíssima justificativa” para mudar o nome do espaço para “restaurante do povo” em substituição e de uma das maiores figuras humanas que este país teve. 

A última vítima, foi Joãozinho da Gomeia, o Rei do Candomblé. Em tempos de profunda intolerância religiosa, principalmente nas casas de santo da Baixada, um dos locais mais simbólicos da história do candomblé no Brasil, correu risco de desaparecer: o Terreiro da Gomeia! 

O prefeito anunciou uma creche neste terreno com nome de “Pequeno Guerreiro”, referência a passagem bíblica de David e Golias e num ato de desrespeito a história, memória e intolerância religiosa. Esse novo absurdo foi barrado com um abraço ao terreno/Terreiro que teve a presença de lideranças de todos os credos e religiões.

A creche foi anunciada para outro terreno e a comunidade segue aguardando ela até hoje a inauguração. Provando que não passava de politicagem para angariar votos sobre dois pretextos: terminou com algo relativo a axé e benefício a mãe trabalhadora. Estratégia de colocar famílias contra a memória da cidade.

Movimentos sociais já organizam ato para repudiar e pedir o veto do atual prefeito Wilson Reis, ao projeto de lei aprovado na Câmara. Apagar a história com intolerância tem se tornado política pública onde política e religião se misturam. Eles passarão e esses personagens, seguirão na memória do povo.

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Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.
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1 COMENTÁRIO

  1. O cúmulo do absurdo os lugares de memória do nosso país, que são reservados a personagens relevantes da sociedade, estão sendo vilipendiados pelos oportunistas políticos.

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